A hora da festa chegou; e por mais que eu não quisesse, eu seria obrigado a dar as caras de qualquer jeito.
Eu já estava pronto, vestido com um jeans escuro e uma camisa preta que eu deixei pra fora da calça e dobrei as mangas, enquanto Anahí terminava de se arrumar. Ela, com aquele jeito meigo e irresistível, acabou me convencendo a espera-la na sala, dizendo que meu pai deveria estar lá e que seria bom eu ficar um pouco ao lado dele.
Desci as escadas até a sala e não tinha ninguém lá. A renovação dos votos começaria as 20hs seguido pela festa, e ainda eram 19hs15. Nenhum convidado tinha chegado ainda, tudo tinha sido preparado no jardim. Um pequeno altar, um pequeno palco também tinha sido montado, mesas e cadeiras brancas por todos os lados, flores, garçons ajeitando os últimos detalhes e eu podia imaginar a loucura que não deveria estar na cozinha. Era tudo um exagero sem tamanho, ainda mais sendo para quem era. Eu não estava no menor clima de festa, não sabia da onde tiraria energia e paciência pra aturar horas de um teatro no qual eu não queria participar.
Me sentei no sofá, a espera da minha namorada, quando Victoria apareceu. Eu não tinha cabeça para atura-la naquele momento, e rezei para que ela passasse por mim direto, o que acabou não acontecendo. Ela estava vestida com um vestido preto, curto, apertado, rendado, decotado e um salto vermelho. Ela queria parecer sexy, era obvio, e para muitos ela deveria estar, mas eu não consegui achar nada menos do que vulgar:
- Sua namoradinha não desceu com você? - Ela perguntou.
- Ainda não, mas daqui a pouco ela aparece. - Respondi sem dar muita atenção a ela.
- Dois ou três garçons faltaram. Talvez sua namorada possa servir algumas das mesas. - Ela debochou, com um sorriso sínico no rosto.
- Anahí é uma mulher maravilhosa. - Comecei, ainda sem dar muita atenção a ela e sem alterar o tom de voz. Seria pior se eu me alterasse. - Ela é generosa e prestativa, já tive muitas provas disso, ao contrario de você, que não serve para muita coisa e é egoísta. Ela ficaria muito feliz em ajudar, se fosse o caso claro, mas não é! - Ela ficou vermelha de raiva. - Aonde está minha mãe? - Conclui.
- Ela vai descer quando começar.
- E quem vai receber os convidados? Daqui a pouco eles começam a chegar.
- Nós dois, obvio! - Aquilo sim fez eu me alterar.
- Mas não mesmo! - Eu disse entre dentes.
- Não mesmo, mesmo! - Disse meu pai, aparecendo na sala, vestido com um terno, mas ainda parecendo abatido. Sempre me falaram que eu era a cópia fiel dele, eu nunca levei isso como um elogio e agora com ele vulnerável era como me olhar em um espelho mais velho e doente. - Eu recebo os convidados enquanto sua mãe não aparece.
- Obrigado. - Eu disse.
- E sua namorada? - Ele perguntou. Victoria ficou calada e sem jeito a partir do momento em que ele apareceu. Ela sabia que assim como eu, ele não queria ela ali, mas com ele ela não ousaria brigar.
- Ela está... - Eu ia terminar de falar, quando ela apareceu no topo da escada. - Ali... - Eu sussurrei, sem conseguir evitar abrir um largo sorriso.
Me levantei e caminhei até as escadas. Ela estava linda, com um vestido vermelho, um pouco acima do joelho, mais justo em cima e a bem solto em baixo, no melhor estilo anos 60. Os cabelos ela prendeu em um coque um pouco bagunçado e com algumas mechas soltas. A maquiagem leve, mas com um batom bem vermelho e um salto preto. Parecia que ela tinha acabado de sair de um filme antigo:
- Você está linda. - Eu disse, quando ela terminou de descer as escadas. Beijei sua mão em seguida.
- Você é que está. - O sorriso que ela me lançou foi o bastante para eu perceber que com ela ao meu lado, eu suportaria a noite inteira, a palhaçada toda e o que mais viesse depois.
Enlacei nossos dedos e conduzi ela até onde estavam meu pai e Victoria.- Pai? Você estava perguntando por ela, aqui está!
- É um prazer. Sou Bart Herrera. - Ele fez o mesmo gesto de beijar as mão dela.
- Anahí Giovanna. O prazer é meu.
- Me perdoe pala outra noite. Eu não estou nos meus melhores dias. Deveria ter me apresentado antes. - Ele disse.
- Não se preocupe. - O sorriso no rosto dela deve ter afetado ele também, pois ele sorriu de volta. Eu não me lembrava da ultima vez em que tinha visto meu pai sorrir.
- Ela é uma jovem muito linda e educada, Alfonso. Fico feliz por você. - Ele tocou meu ombro. - Agora se me derem licença, preciso atender os convidados que já devem estar chegando. Você vem comigo Victoria. - Ele ordenou. - Deixe os dois em paz...
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Sexy e Doce: A Namorada Perfeita.
RomanceAdvogado, rico, de família rica, bem-sucedido, poderoso, amedrontador, ríspido e sem tempo pra perder! Esse ERA Alfonso Herrera. Uma parada em uma certa manhã em um certo café e tudo mudou. Ela era encantadora e perfeita demais. Talvez Anahí fosse u...