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Assim que cheguei em casa, fui direto pro banho, tentei fazer o trabalho, mas acabei dormindo em cima dele, daí fui direto pra cama.

Consequentemente dormindo cedo, acordei cedo. Thank God sem nenhuma ressaca já que cerveja não me trazia nada disso.

O Daniel me mandou mensagem avisando que eu podia passar na academia por volta de umas 10h da manhã, então até esse horário aproveitei pra fazer o bendito do trabalho que eu tinha que entregar segunda na faculdade.

Terminei meia hora antes dando tempo pra eu vestir uma roupinha melhor e comer um pão antes de sair de casa, não sabia se iria demorar ao ponto de atrasar meu almoço, então preferia prevenir.

O endereço que o Daniel me passou ficou de uber doze minutos da minha casa, pedi e cheguei lá num passo. A academia era bem grande na entrada, parecia a ribalta da malhação do Pedro e da Carina, eu amava. - ri com minha lembrança.

Apesar de aparentar trancada, tinha uma porta totalmente aberta. Entrei meio receosa olhando pra todo canto, apertei minha bolsa contra mim e continuei andando.

— Patrick? Sou eu, Alicia! — tentei chamar enquanto andava, mas nada. — Sou a amiga do Daniel.

Fui andando pelos aparelhos de musculação até que comecei a escutar um barulho de respiração ofegante e batidas vindo de um fundo.

Desconfiada continuei andando até encontrá-lo em cima de um tatame socando um saco de pancada.

O cara tava tipo MUITO soado e vermelho, parecia cansado, mas ainda sim socava com muita força e bom, eu não entendia muito, mas parecia saber bem o que estava fazendo.

— Oi? — chamei. Ele continuou o que estava fazendo, não sabia se era por pura sacanagem com minha cara. — Oi!? — gritei.

Ele parou na mesma hora segurando o saco pra parar de balançar e virou a cabeça pra mim.

— Oi, sou eu Alicia. — abaixei o tom de voz. — Vim falar sobre a vaga de emprego.

Ele não disse nada, apenas tirou as luvas jogando-as no tatame, pegou uma garrafa de água, bebeu e depois apertou molhando seu rosto.

— Foi mal, tava treinando. — ele disse o óbvio. — E aí Alicia, tudo tranquilo?

— Tudo e você? — perguntei.

— Indo, aqui, você espera eu tomar um banho ou quer falar comigo assim mesmo? — se olhou todo soado.

— Por mim tanto faz! — eu ri realmente sem saber o que responder.

— Tá, me dá dez minutos. — e saiu subindo umas escadas.

Eu queria mesmo era acabar logo com isso tendo um emprego em seguida, mas se ele preferia fazer toda essa cena, eu não tinha o menor problema em esperar.

Aproveitei o tédio pra olhar todo o espaço. Na entrada mesmo no escuro consegui entender que era mais a área de musculação, mais pra trás uma área bem grande com tatames, ringue, tudo do que parecia ser de luta e ao lado uma sala aparentando ser um escritório.

Tinha mais um andar e mais um espaço pro outro lado de onde eu estava que parecia dar pra uma piscina, provavelmente pra aulas de natação e coisas do tipo. Ou seja, academia que tem absolutamente tudo.

Depois de ter olhado e tentando entender o espaço, o Patrick ainda não tinha aparecido e decidi apelar pro celular ocupar meu tédio, mas nada. Nenhuma mensagem, nenhum story interessante.

— Pronto, bora lá no meu escritório! — ele disse descendo a escada de alumínio fazendo todo barulho do mundo enquanto enxugava o cabelo.

Não pude deixar de notar ele sem camisa, era a entrevista de emprego mais informal do planeta terra e o constrangimento tava lá no alto.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora