PATRICK
Alicia jogando na minha cara que eu era uma péssima companhia, energia negativa e os caralho, foi como um soco no peito pra mim. Deixei Luís fechando a academia pra mim e fui pra casa derrotado.
Era tanta coisa na minha cabeça que eu não sabia como lidar sem descontar a raiva em volta. Precisava de um advogado melhor pra lidar com isso ou do amparo do meu avô.
Eu sabia que eles não podiam ressurgir por toda situação da minha mãe e eu entendia, mas eu tava passando por maior barra e sozinho, porque Daniel e nada era a mesma coisa.
Acordei sem a mínima vontade de trabalhar, cheguei no trabalho sem disposição nenhuma, dei aula e joguei tudo nas costas do José pra dar no meu lugar, enquanto eu ficava no ar do meu escritório lendo as papeladas absurdas que o diabo do meu pai me deixou.
— Mano, posso entrar? — José gritou do lado de fora batendo na porta.
— Entra aí. — gritei de volta.
Ele entrou todo suado e ofegante de provavelmente lutar com os alunos.
— Vai ficar lendo isso aí, ptk? Pra passar mais ódio? — ele arrancou o papel da minha mão e leu.
Eu dava confiança e era parceiro de poucas pessoas e José era um desses, de manhã contei essa história do que tinha acontecido ontem e o cara me deu uns bons conselhos.
— Porra mano, tô tentando entender essa merda e como ele tá conseguindo tirar a academia de mim. Eu preciso, né? — levantei da cadeira e tomei da mão dele.
— Precisa não, você precisa é de um advogado bom pra fazer isso por você, não esse merda que tu contratou. — ele disse puxando a cadeira pra ele sentar.
— Contratei o que, moleque? Meu avô que mandou ele vir até mim. — dei um tapa na cabeça dele pra ele acordar pra vida.
— Caralho, teu avô cheio da grana te mandou esse estagiário? Tá fodido mermo. — ele riu. E eu balancei a cabeça negativamente sério. — Mas sério, procura um melhor.
— Sei lá, vou ver essa porra. — dei de ombros. Não tinha nem paciência de ir atrás de um melhor e nem grana, pra falar a verdade.
A academia era grande, então tinha mais despesa do que lucro e eu ainda tinha que dividir com o meu irmão. Eu precisava era de um plano pra atrair mais alunos, pessoas e etc.
— Tá, mas tu não veio falar sobre isso, que que tu quer? Se for aumento nem vem.
— Ihhh relaxa aí meu filho, eu quero é saber se tu vai na resenha. — ele animou fazendo uma dancinha.
— Sei não, nem tô com cabeça pra isso. — fiz careta. Tava desanimado legal.
— Tem certeza? A Alicia vai. — ele disse com um sorriso malicioso e eu franzi as sobrancelhas.
— E eu com isso? — me fiz, mas não me fiz. Ela nem deveria querer ver minha cara.
— Vou fingir que caio nesse papo, falou? — ele se levantou. — 20h na minha humilde residência, só pros mais íntimos e leve sua bebida.
— Aham, agora rala e vai trabalhar. Vou diminuir teu salário. — ameacei o empurrando.
— Que isso meu chefe, faz isso não. — ele pediu ralando fora e eu ri.
Voltei a me sentar na cadeira e fiquei pensando sobre essa resenha. Tinha nem cabeça pra isso, mas seria bom também pra beber e relaxar.
José quando pegava pra animar, a gente se divertia pra caralho, principalmente quando Luís se juntava também, loucura certa.
Também não queria invadir o espaço da mina, não depois das coisas que ela tinha falado, mas era inevitável se esbarrar também, trabalhamos juntos, ela pega meu irmão, virando amiga do pessoal...
Passei o trabalho inteiro fazendo nada, só dei uma treinadinha básica de trinta minutos pra manter o shape e voltei pra casa. Daniel não estava, provavelmente na casa do cracudo do Vinicius.
Comi a pizza que tinha sobrado do dia anterior, tomei um banho rápido e apaguei num soninho da tarde.
Acordei com mil mensagens no meu celular, tanto da Rebeca me chamando pra sair, quanto do José me apressando pra ir logo que as minas iam chegar.
Nem respondi a mina, zero afim de insistência na minha cabeça e mandei José se acalmar que eu iria sim, só precisava jogar mais uma água no corpo, colocar uma roupa e passar no mercado pra comprar bebida.
Acabou que comprei só meu cigarro e um pack de cerveja pra deixar pro pessoal, não queria beber hoje, até fui de moto.
— Porra, pensei que tu não ia vir. — José disse fechando a garagem da casa dele.
— Fiz só um drama. — sorri fraco pra ele.
Tirei o cigarro da sacola, coloquei no bolso e entreguei pra ele o pack. Fomos indo até a parte de trás da casa dele, que já tava com som alto pra caralho.
De longe vi Bené com um copão de 700 na mão e Luís fumando trocando ideia com ele.
Jade, Livia e Duda conversavam perto do freezer com uma lata de cerveja na mão e pra minha surpresa, quando olhei pra perto da piscina que tinha, Daniel e Alicia sentados numas cadeiras.
— Ô caralho, porque tu não me avisou que ele viria? Filho da puta, mane. — sussurrei pro José enquanto nos aproximávamos.
— Eu também não sabia, porra.
Dei de ombros seguindo a diante e fui cumprimentar o pessoal. Falei com eles de longe só um "beleza" e parei do lados dos moleques.
— Nem sabia que tu viria. — bati nas costas do Bené.
— Eu sabia que você viria, só não sabia que não vinha de coleira com tua gata. — ele disse implicando comigo.
— Te tomar no cu, vai? Que dia que eu fiquei de coleira? — cruzei os braços.
— Hum, lembra não? Meu aniversário. — ele relembrou e eu revirei os olhos.
— Raridade. — falei.
— Sei, sei. — disse irônico.
— Cutuca a fera não, hein. — Luís falou pra ele que deu um passo pra trás zoando.
— Vocês tão é de muito papinho. — José fez um gesto com a mão na orelha. — Vem pra cá, Dudinha!
José era todo emocionado igual meu irmão, já conseguia ver Eduarda voltando com o Matheus e ele se fodendo, mas eu que não falaria nada.
— Olá. — ela sorriu pra gente.
— Vocês conhecem ela, né? — José perguntou se fazendo, óbvio.
— Claro po, é a namo do Matheus. — Bené falou na maior cara de pau e eu caí na gargalhada com a cara de tédio da mina.
— Esse moleque é maluco, sem neurose. — balancei a cabeça rindo pra caralho.
— Ex do Matheus, vou te corrigir. — ela disse.
— Po, sério, achava vocês um casalzão. — ele disse.
— Para de ser sem noção porra! — Luís deu um tapa na cabeça dele.
— Sei pra que que eu convidei o Bené não. — José riu de nervoso.
— Relaxa. — Duda falou sem graça. — Aí, vamo juntar a galera né? Quem sabe a gente não brinca de alguma coisa de virar, animar isso aqui. Tá todo mundo destacadão, Dan e Ali la, Jade e Livia pro outro canto, vocês aqui. — ela sugeriu.
— Bora mermo, gata! — ele puxou ela de lado pela cintura e beijou a bochecha.
Eles começaram a gritar chamando todo mundo pra se juntar na mesa que tinha perto da churrasqueira, pra mandar a real, eu tava acuado pra caralho.
— Eu vou fumar lá fora. — avisei a eles que não deram a mínima já que estavam puxando as cadeiras.

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Era uma vez, Ali
Fanfictionautora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a história do grande amor da sua vida... e uma história de amor nunca foi tão difícil de ser contada: uma mulher sonhadora, dois amores, alguns ami...