Seria o final de semana dos adultos. Por sorte minha mãe conseguiu mais uma boa folga e aceitou ficar com Tina e por mais gentileza com Sophia e Mike e ela ainda fazia na maior boa vontade.
Patrick ficou encarregado de preparar o jantar porque o pessoal chegaria a noite e eu de cuidar dos quartos.
Arrumei uma cama no chão com edredons bem confortáveis pra compensar no quarto de Tina pros padrinhos dela, forrei o colchão de casal que pegamos sobrando na casa da minha mãe e colocamos no quarto da Scar pra Jade e Phelipe e Sarah ficaria no quarto da filha dela mesmo.
— Terminei agora, tô até ofegante. — disse descendo as escadas e me jogando no sofá.
— Amor, eu disse que faria pra você. — Patrick resmungou da cozinha.
Como era ligada a sala ficava de fácil acesso pra conversarmos enquanto ele cozinhava.
— E eu fico sem fazer nada? De jeito nenhum. — balancei a cabeça negativamente.
— Você é foda! — ele riu. — Vou levar pra você uma colher do meu molho, tô cada vez mais chef de cozinha.
— Eu levanto e vou aí, para, por favor!? — pedi. De vez em quando ele entrava nessa.
Levantei com dificuldade, mas levantei. Mal cheguei e ele já veio com aquela colher com um cheiro magnífico pra dar na minha boca.
— Hummm, meu Deus amor, você tá arrasando demais! — eu elogiei sentindo aquela explosão de sabores na minha boca.
— Macarrão a bolonhesa é a minha especialidade, bebê. Vão chegar mortos de fome, você vai ver! — ele piscou pra mim.
— Isso é verdade. — concordei. — Se bem que até eu tô morrendo de fome. Ah, é a comida favorita de Duda também.
— Ah, é? — ele apagou o fogo e veio na minha direção. Eu ri balançando a cabeça positivamente. — Você tá tão linda hoje.
Ele me encostou na parede e acariciou minha bochecha.
— Você acha? — perguntei insegura. — Acho que vou colocar uma lace pra quando eles chegarem.
Ele se afastou cruzando os braços. — Pra quê, dona Alicia?
— Ah não sei, você sabe, o Matheus fica acabado. — disse receosa.
— Azar o dele. — ele deu de ombros e voltou pro fogão. — Eu odeio quando você fala isso, eu sei que ele passou por muita coisa com a mãe dele, mas e daí? Você não é ela.
— Tá, retiro o que disse. — abracei ele por trás.
— Obrigado, nunca mais quero ver você insegura pelos outros e nem por você. — ele se virou abraçando minha cintura. — Você é linda de todos os jeitos, de todas as formas, de todos os ângulos.
— Eu te amo, sabia? — enruguei o nariz encostando o meu no dele.
— Eu amo mais. — ele cochichou e selou meus lábios.
— Opa, alguém aqui não curtiu esse beijo. — disse sentindo um chute na barriga.
— Que isso Scar? — ele agachou pra falar com minha barriga. — Papai não pode mais beijar a mamãe?
Ela chutou de novo e nós começamos a rir. Na hora a campainha tocou, foi até um susto.
Logo cresceu uma ansiedade muito forte dentro de mim, acho que nunca ficamos tanto tempo sem nos vermos e olha que faziam uns vinte dias.
Patrick correu pra abrir a porta e eu fui indo mais devagarinho.
— Ah, que saudadeee! — Sarah gritou abraçando ele e Jade ultrapassou a porta vindo na minha direção.
— Meu Deus, como você tá perfeita, amiga!? Eu tô te amando demais, nossa senhora. — ela me abraçou apertado.
— Vocês vieram muito rápido, que isso. — disse sorrindo pra ela.
— Até parece que você não conhece o louco do meu namorado, né? Corre que nem um caralho. — ela revirou os olhos.
— Uii, namorado. — brinquei.
— É minha filha, demorou, mas se assumiram. — Eduarda se meteu e me puxou pra um abraço e depois fez carinho na minha barriga. — Como você tá?
— Tô bem amiga, com saudade. — ri. — Trouxeram o que pro nosso final de semana?
— Jogos de tabuleiro, karaokê, bebida, mais jogos de tabuleiro e mais mil propostas de filmes. — Sarah disse.
— Amei! — bati palminhas. — Deixaram as crianças lá na minha mãe?
— Sim, que caminhozinho complicado, hein!? Puxa. — ela bufou.
— É, o condomínio dela é difícil de achar mesmo. — assenti. — E o meninos?
Assim que falei, os três entraram pela porta, digo os três porque o meu namorado tinha sumido também.
O que mais me surpreendeu foi os três passando por aquela porta totalmente sem cabelo, zero, carecas. De início eu não entendi, mas depois eu percebi a homenagem e aí já viu.... lágrimas pra tudo quanto é lado.
— Meu Deus eu não acredito nisso! — disse rindo e chorando ao mesmo tempo. — Quando vocês fizeram isso, gente?
— Nós fizemos desde que você raspou e fomos atualizando, agora seu namorado fez agora. — Phelipe contou entrando com as malas.
— Amor, como assim? — ri.
— Sim, fui lá rápido pra eles rasparem, por isso está tudo cheio de buraco. — ele apontou pra cabeça e eu gargalhei.
— Vocês são muito doidos, namoral. — eu disse.
— Claro amiga, se não fossem não seriam nossos amigos. — Jade disse e eu assenti.
— Combinei mais assim, que que você achou? — Matheus me puxou pra um abraço. — Te amo demais.
— Eu também te amo, Theu. — disse sentindo meu coração bater forte.
Ele era o que eu tinha mais receio da maneira de tratamento e foi uma grande surpresa aquilo tudo. Sinceramente eu não adorei, eu amei, me senti muito bem e confiante com aquilo.
Nós ficamos rindo animados conversando sobre o final de semana e depois fomos mostrar a casa pra eles.
— Caralho, casa foda! — Phelipe disse olhando em volta. — Bota uma piscininha de plástico ali fora e fica mais show ainda.
— Simm, já até pensamos nisso. — Patrick contou.
— Casa linda, muito bom os quartos, saudade da Tina, mas vamos ao que interessa? Cadê essa janta que eu tô cheirando bem? — Eduarda disse.
— Eu sabia que ela seria a primeira a falar. — disse pro Patrick. — Tá tudo pronto, mas eu acho justo esperarmos Daniel e Laura chegarem.
— Porraaaa, assim você me mata de fome. — Matheus reclamou.
— Nada disso, bora que tem muito assunto pra botar em dia enquanto eles não chegam. — puxei eles pro sofá.
Eu queria mesmo era sentar e não levantar nunca mais, tanto que enquanto eles se ajeitaram pelo sofá e tapete, eu já sentei na mesa de jantar pra não correr o risco de ter que me levantar de novo.
Como Laura e Daniel moravam perto daqui, não vimos necessidade de ficarem o final de semana aqui em casa, então só viriam pra jantar e amanhã pra curtir o dia com todo mundo.
Eu sei que eu tava feliz demais com todo mundo aqui e com isso ignorando todas as dores existentes dentro de mim, tudo que eu queria saber era de papear.
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Era uma vez, Ali
Fanfictionautora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a história do grande amor da sua vida... e uma história de amor nunca foi tão difícil de ser contada: uma mulher sonhadora, dois amores, alguns ami...