50

1.8K 261 270
                                    

Ficamos dançando sem sacanagem nenhuma por umas boas duas horas. Daniel já estava no décimo quinto sono, Patrick no seu vigésimo copo, Jade e Livia sumidas assim como José e Duda.

Só tinham sobrado eu, Bené, Luís e Patrick pra contar história naquele quintal. Eu não queria acabar com minha graça e ficar na sala com Daniel dormindo, então fiquei dançando sozinha.

Luis e Bené tavam tramando alguma coisa no celular, provavelmente com mulher e eu me acabando suando sozinha, eu e o som.

— Por isso que eu gosto da Alicia. — Luís disse me olhando.

— Por que? — ri curiosa.

— Se diverte sozinha, fica feliz sozinha, se resolve sozinha, precisa de ninguém pra nada e não perturba o juízo dos outros. Que mulher é essa, senhor? — ele explicou e olhou pro céu perguntado.

Eu ri agradecida. — aprendi a ser feliz apesar dos pesares, a vida é feita pra isso!

— Tá certa. — Bené balançou a cabeça positivamente e voltou a fazer o que estava fazendo no celular.

Eu assenti, dei aquela respirada de cansaço e fui até o freezer pra ver se tinha água e pra minha felicidade tinha. Larguei de lado o copo de cerveja, enchi um copo d'água e sentei na mesa, infelizmente perto de Patrick.

— Cansou? — ele perguntou puxando assunto.

— Aham. — respondi seca bebendo do meu copo.

— Foi meu entretenimento da noite. — ele disse com um sorriso malicioso de lado.

— O que!? — perguntei indignada. Não era possível que ele tava sugerindo que meu corpo dançando tinha sido entretenimento pra ele.

— Você dançando. — ele disse com todas as letras.

— Tá brincando, né? — ri sarcástica. — Não basta ser surtado, tem que ser sem noção. Sou objeto agora.

— Calma, Alicia, não falei nesse sentido. Foi mal se pareceu assim. — ele se ajeitou na cadeira.

— Pareceu. — disse. — Mas ok, já aceitei que você é assim e por isso me afastei, como já disse.

— Aham, já sei. — ele disse conformado. — Só queria dizer que você tá linda demais hoje.

— Você não cansa? — levantei da cadeira.

— De que? — ele se fez, eu sabia que ele queria me perturbar.

Me perturbava o fato que ele não entendia que eu tinha realmente cortado intimidade com ele, mas as vezes me pegava gostando do joguinho dele.

— De não ter noção. — sorri falsamente pra ele e me virei pra pegar meu copo de cerveja.

— Acontece que você pode até se afastar, mas isso não vai me impedir de babar em você. — ele veio atrás da mim falando baixo pros outros dois não escutarem.

Apertei o lábio reprimindo um risinho involuntário, fiquei séria e me virei de frente pra ele.

— Olha que isso pode virar assédio, você é meu chefe e mesmo que não fosse... — o provoquei.

— Se virar você me denuncia, mas eu sei que não é e sei que você gosta. — ele apoiou as mãos em volta do meu corpo na bancada da churrasqueira.

Me senti acuada, mas de uma maneira muito mais desafiadora do que ruim. Era óbvio que nessa hora os dois disfarçadamente já tinham percebido tudo, mas duvido que arriscariam perturbar o juízo do Patrick com isso sabendo como ele é.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora