MARATONA 3/6
Nunca passei uma noite inteira só bebendo drinks gourmetizados na minha vida, mas até que foi legal. Quanto mais o álcool ia entrando, ia ficando mais gostoso do que já era.
Falando de cada um, Alicia, a querida aniversariante, era a mais alcoolizada de todos, fez amizade com todo mundo dentro do pub, dançou quando não tinha ninguém dançando e até descolou uns drinks de graça.
Jade e Phelipe estavam naquela vibe maneira de ser deles que a gente gostava e inclusive acompanhando Alicia nas simpatices dela em dançar e conversar com um monte de gente.
Eduarda era impossível de decifrar, se tava bêbada ou não, só sabia que estava comigo e com Matheus rindo muito do trio. E eu tava de boa, mas minha cabeça pesada não mentia a quase embriaguez.
— Meu Deus, olha onde Alicia tá! — Eduarda arregalou os olhos e apontou.
A bichinha estava em cima de uma mesa baixa onde tinha um grupo de amigos conversando, eles estavam aplaudindo, pedindo pra dançar mais...
— Vou lá! — me levantei.
Matheus me puxou. — Senta aí rapa, deixa ela. Phelipe e Jade tão lá com ela, se o pessoal tivesse sendo escroto eles a tirariam.
Eu assenti encucado, mas sentei de volta.
Meu problema não era ela fazer isso, de jeito nenhum, eu gostava de ver ela se divertir desse jeito. Meu problema era os caras estar fazendo isso pra se aproveitar e fazer ela pagar mico.
— Cara, ela tá muito feliz! — Eduarda disse rindo olhando toda cena.
— Quando não? — perguntei.
— Isso é um ponto. — ela disse pensativa e riu. — Mas parece que é como se fosse o melhor dia da vida dela.
— Alicia sempre gostou de aniversários. — Matheus falou sério a olhando.
Lembrei do meu aniversário que ela fez aquela questão toda de fazer me diverti.
— O pai dela morreu no aniversário dela de onze anos. — ele continuou.
Eu arregalei os olhos, me ajeitei na cadeira da mesma forma que Eduarda. Eu não fazia ideia disso.
— E como ela gosta? — Eduarda cruzou os braços.
— Ah, ela é ela, né!? Ela jurou pra ele que nunca deixaria de comemorar, que é o dia mais legal da vida de alguém, e que enquanto ela comemorasse verdadeiramente ele estaria comemorando com ela. — ele contou ainda sem tirar o olho dela dançando.
Eu percebi que ele estava com lágrima nos olhos e com um sorriso fraco, por isso ele não olhava pra gente, só pra disfarçar.
— Essa garota se torna mais foda ainda a cada dia. — falei encostando de volta.
Eles assentiram e voltamos a olhar pra eles. Não demorou muito pra que voltassem.
Ela tomou o último gole do drink dela, colocou na mesa e sentou no meu colo abraçando meu pescoço.
— Vamos embora? — ela sussurrou no meu ouvido.
— Por que? — perguntei rindo.
— Fala baixo! — ela mandou e fez "shiu" com o dedo. — É que eu quero um presente de aniversário que só você pode me dar.
Eu gargalhei com ela bêbada forçando uma cara sexy mordendo o lábio.
— Te odeio, eu sou horrível. — ela fez beicinho.
— Você? Horrível? Com certeza não, é que você é engraçada, amor. — selei os lábios dela. — A gente pode até ralar, mas não antes de eu te dar um outro presente. — falei tentando alcançar meu bolso com ela no meu colo.
— Aqui não, Patrick! — ela arregalou os olhos.
— Relaxa, linda! — ri e puxei a caixinha.
— Você não vai pedir ela em casamento, né? — Jade gritou vendo a caixinha na minha mão.
— Não. — ri de nervoso e entreguei na mão dela. — Vi esse anel e achei a sua cara, delicado igual.
Ela sorriu pra mim, pegou a caixinha e abriu. Era um anel de prata da pandora fino com uma pedra rosa.
— Pandora, mores! — ela colocou na mão e mostrou.
— Porra, tá com grana mesmo, hein!? — Phelipe brincou e eu balancei a cabeça negativamente.
— Obrigada, eu amei! — ela me abraçou e beijou minha bochecha. — Agora vamos? — sussurrou no meu ouvido.
— Tá cheia dos segredos. — Eduarda provocou.
Nós rimos.
— Vamos então, apressadinha. — falei.
Nós terminamos de tomar o drink rápido quem ainda tinha pra tomar e depois fui pagar a conta. Phelipe chato pra caralho quis dividir, não parou até eu aceitar, então rachamos aquele assalto.
Foi uns dez minutos pra irmos embora por causa da invenção da Alicia de falar com todo mundo que ela tinha conhecido e dar tchau, o pior é que obviamente eu ainda tive que acompanhar.
Na saída, a peça ainda levou um tropeço enorme e caiu no chão fazendo todo mundo rir, inclusive a mesma. Sinceramente, essa garota era tudo pra mim, até bêbada a mina é maneira.
Levantamos ela, eu e Eduarda ajudamos a limpar a calça branca que ela tava e ela se recompôs.
— Vê se agora anda direito e não cai. — falei.
— Claro que eu não vou ca.... — ela parou de falar paralisada.
De repente eu vi Alicia branca, desmanchou o sorriso, a postura dela mudou, os olhos arregalaram, pareceu que o álcool tinha passado na hora.
Vi Matheus também indignado, eu olhei pra frente e vi um cara na nossa frente, não entendi nada e nem o restante de nós.
— Rodrigo? — ela falou bem lúcida engolindo a seco e segurou meu braço me puxando pra perto.
Não entendi o medo, não entendi nada, até olhar pra cara do filha da puta e lembrar da cena em frente a oficina do meu antigo amigo Leandro.
Era o ex dela, aquele que eu peguei humilhando ela na frente de todo mundo, aquele que fez meu sangue subir na hora e acender o modo super homem que Alicia tanto reclamava em casos de estresse.
— Qual é irmão? Que que cê tá fazendo aqui? — Matheus soltou Duda e parou na frente da Alicia.
— Ué, não gostaram de me ver? — ele soltou um riso debochado.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Era uma vez, Ali
Fanfictionautora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a história do grande amor da sua vida... e uma história de amor nunca foi tão difícil de ser contada: uma mulher sonhadora, dois amores, alguns ami...