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Depois de tanto beber e perceptivelmente estarmos entrando na onda da bebida, entramos numa onda braba de colocar músicas antigas pra tocar, e quando pensamos juntos em músicas de novela e eu lembrei da malhação "perina" na hora como conexão pensamos em "quase sem querer".

"Tenho andando distraído, impaciente e indeciso" fui levantando lentamente como uma apresentação em cima do sofá.

"Ainda estou confuso só que agora é diferente, tô tão tranquilo e tão contente" ele me acompanhou subindo também e fingindo um violão.

"Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria... era pra provar pra todo mundo, que eu não precisava provar nada pra ninguém" fiz um microfone com a mão cantando.

"Me fiz em mil pedaços pra você juntar e queria sempre achar explicação pro que eu sentia" ele apontou pra mim.

"Como um anjo caído, fiz questão de esquecer que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira"

"Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo... já não me preocupo se eu não sei porque" ele fez beicinho.

"As vezes o que eu vejo quase ninguém vê, eu sei que você sabe quase sem querer, que eu vejo o mesmo que você" eu apontei pra ele forçando a voz.

— Tá tentando me dizer algo? — ele falou no meio da música.

— Dizer o que? — ri e ele pauso. Estávamos muito loucos mesmo, até suada eu estava de toda aquela interpretação.

— "Eu sei que você sabe quase sem querer que eu vejo o mesmo que você" — ele repetiu e nós descemos do sofá indo pra varanda. — Você sabe que eu vejo nós dois se pegando hoje, né?

Eu caí na gargalhada sentando na cadeira e enchendo mais meu copo. Ele era muito comédia.

— Caraaalho, tô falando sério, você não me leva a sério. — ele esticou o copo pra eu encher.

— Não, estamos bêbados. — disse colocando a bebida de volta na mesa.

— Mas eu já falo isso desde muito tempo. — ele falou apontando pra mim com o copo tentando me lembrar das vezes que falou.

— Tá, mas você devia esquecer isso, Phe. Somos amigos e agora ainda moramos juntos. — disse.

— Ahhh para, eu sei que você quer também. Ontem na festa lá na academia você nem ficou com a Livia só pra ficar perto de mim. — ele disse todo convencido.

— Você é demais de metido, garoto! — chutei a perna dele. — Não foi nada por isso, eu só não tava no clima.

— Custa ser sincera consigo mesma uma só vez minha querida? — ele debochou.

— Eu sou sincera comigo! — disse franzindo o cenho.

— Ah, então eu já sei o que é. Você tem medo de se relacionar comigo. — ele falou puxando a cadeira pra perto da minha.

— Medo? Claro que não, eu já disse que eu quero preservar nossa amizade. — insisti.

— Sim, medo porque só se relacionou com gente tóxica. — disse com o ar de desprezo aos meus antigos relacionamentos.

— Livia é tóxica aonde? — cruzei os braços.

— Não por si só, tóxica pra você porque você não a queria realmente, usou pra fugir da dor do Leandro porque você é medrosa. — ele me provocou se inclinando até mim.

— Eu não sou medrosa! — fiquei de pé na frente dele e aumentei o tom de voz.

— Então prova! — ele ficou de pé na minha frente.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora