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JADE

Phelipe buscou a gente em casa e fomos direto pro barzinho tomar uns bons drinks. Acabou que não chamei Livia pra ficar mais a sós com o pessoal e também porque conhecendo Phelipe do jeito que eu conheço ele ficaria soltando as piadinhas dele.

Só que ainda sim eu tava desconfiada que o grupinho deles iriam pro bar juntos, eu espero que eles não inventem de se juntar conosco.

— Hoje eu quero é virar doses, todo mundo vai entrar nessa, não quero nem saber. — falei puxando uma cadeira da mesa que escolhemos.

— Eu vou ficar na cerveja! — Matheus disse decidido e eu fiz cara de tédio pra ele. — Que foi? Tenho que cuidar da doidona aqui.

— Das doidonas aqui. — Alicia apontou pra si mesma.

— Ah, e eu? Me fodo né. — disse fingindo ciúmes.

— Ué, você que tá inventando... além do mais tem o Phelipe que vai adorar cuidar de você. — Eduarda nos provocou.

— Eu? — ele disse fazendo careta. — Como que eu vou cuidar dela se eu vou estar pior?

Nós rimos.

— Tem problema não Phe, a gente se ajuda. — disse e nós fizemos um hi-5.

Embora eu não quisesse nada além do que amizade com ele, nós nos dávamos muito bem (quando não tinha ninguém envolvido no meio e ele não se metia) e eu gostava da companhia.

Eu enxergava no Phelipe a parte incrível do Leandro, sem as babaquices que nele vinham junto e com isso, me encantava. Talvez essa semelhança que me fizesse ter medo de rolar algo a mais.

Matheus realmente ficou na cerveja com a Alicia e nós três pedimos dose de tequila mais drink. Sempre bebíamos mais quando Alicia não dava a louca.

Nós três viramos, fizemos aquela careta braba e eu já engatei num golão do meu drink.

— Momento tá propício pra você pedir o que tem que pedir pro teu parceiro aí de copo. — Matheus insinuou pra mim e Phelipe franziu as sobrancelhas curioso.

— Cara, você é muito fofoqueiro. — Eduarda disse rindo.

— Realmente, controla a língua do seu namorado aí Duda, pelo amor. — pedi.

— Controlar a língua do Matheus? — Alicia encenou uma gargalhada. — Impossível.

— Tá, mas eu tô curioso, manda a bomba. — Phelipe mandou me olhando.

— Então... é que... é que eu fui expulsa, né?

— Inclusive não sei o motivo, que que aconteceu? — perguntou.

— A história é boa. — disse Alicia tomando um gole da cerveja.

Belisquei ela por debaixo da mesa que resmungou.

— Mas depois eu conto isso. — fugi do assunto. — Enfim, daí eu tô ficando na casa das meninas, e aí... eu queria perguntar...

— Para de enrolar, Jade. — ele riu. — Tu quer morar comigo, né? Sabia que uma parte de você não consegue ficar longe de mim.

Ele fez aquela cara de metido dele e eu bufei na hora.

— Deixa de ser ridículo, garoto. É só temporariamente, agora nem sei se quero mais, você se acha muito. — disse emburrada.

— Isso é porque são parceiros. — Matheus riu e eu mandei o dedo do meio.

— Tô brincando gata, claro que você pode ficar lá em casa, tem quarto sobrando, tudo seu. — ele disse me puxando e me abraçando de lado. — Mas tem algumas regras, né. Não levar nenhum namoradinho ou namoradinha, não podemos virar alcoólatras também bebendo todo dia...

— Ué, virou casa de freira? — Duda brincou.

— Tudo certo, a casa é sua. — falei.

— São só regras básicas de convivência, dona Eduarda. — ele se defendeu.

— Serve pra você também, né? Nada de levar namoradinha, não quero saber. — Alicia se meteu.

— Ihhh, vocês estão se metendo muito, deixa que a gente se resolve. — Phelipe falou.

Eu assenti e eles deram de ombros. Continuamos bebendo, conversando aleatoriamente, rindo como sempre fazíamos.

Como eu já esperava chegou Livia, Luís, José e a ex do Luís no bar e nos avistaram quando estavam procurando mesa.

— Porra, toda hora esbarrando com vocês? Aí é foda. — José disse vindo falar com a gente.

Matheus fechou a cara e eu e Alicia ficamos pra morrer de rir.

— Toda hora o que doido? — perguntei rindo.

— Ah, pra mim é toda hora. — ele deu de ombros. — Oi, oi, oi. — ele deu aquela acenada geral e quando bateu o olho no casal não disfarçou nem um pouco a cara de merda.

— Coe galera, tudo bem? — Luís perguntou por alto.

— Beleza moleque? — Phelipe se levantou pra cumprimentar ele.

— Oi gata, tudo bem!? — Livia passou pro meu lado me dando um selinho.

Eu assenti envergonhada, ainda mais com Phelipe olhando com uma cara engraçada de surpresa.

— Tão fazendo o que aqui, manos? Sempre vejo vocês no Seu Bar. — Luís perguntou.

— Lá tá cheião hoje, é foda. — Matheus respondeu.

— Papo reto, tem como não. — José disse.

— E Patrick? Veio não? — Eduarda perguntou. — Aí porra. — ela exclamou e pela cara de disfarce da Alicia eu já sabia que ela tinha chutado a Duda.

— Tá com a filha, mas vai vir mais tarde com o Bené. — contou Livia.

— Aff. — Alicia resmungou mais alto do que devia. Olhamos pra ela que arregalou os olhos.

— O que? — Luís perguntou curioso.

— O que o que? Nada. — tentou disfarçar.

— Então tá né, vamos pegando uma mesa, depois a gente vê de se juntar, falou? — Luís disse e nós assentimos.

Mas eu sabia da possibilidade zero que tinha de nós nos juntarmos.

— Calma aí que essa história ninguém me contou. — Phelipe se ajeitou na cadeira. — Eu viajo por sei lá duas semanas e você já trocou de peguete?

— Sim senhor, que mal tem nisso? — coloquei as mãos na cintura.

— Não existe mal, existe ciúme. — Alicia disse.

— Até que é melhor ser trocado pela Livia do que pelo Leandro. — ele disse.

— Um, você conhece ela? Dois, por que você foi trocado se a gente nunca nem deu um beijinho sequer? — indaguei.

— Conheço, já treinei na academia. E não deu porque você não quis, sempre estive super disponível. — ele disse pegando o cardápio mais uma vez.

— Sai pra lá, Phelipe! — empurrei ele brincando que riu.

— Vocês dois hein... — Eduarda balançou a cabeça negativamente.

— Vai dar namoro. — Matheus disse.

— Que namoro o que, só beijo se ela quiser. — ele brincou comigo.

— Quem sabe um dia. — me fiz de difícil.

— No aguardo! — ele riu. — Mas agora é sério, se tu quiser amanhã te pego nas meninas com as suas coisas.

— Sério? Amanhã logo? — perguntei animada e ele assentiu. — Aí te amo. — abracei ele e nós rimos.

As meninas eram incríveis comigo, me deixavam super confortável e a vontade na casa delas, mas eu queria muito um cantinho meu.

Tudo bem que a casa não seria minha, só que com certeza tinha um espaço maior e eu acreditava que teria um cantinho só meu. O único medo era mudar nossa amizade, a gente não se dar bem morando juntos ou se dar bem demais.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora