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Alicia já tinha voltado a ficar tri animada e estávamos dançando mais do que nunca. Phelipe tinha dado um tempo pra encher Daniel de água e os dois já estavam começando a ficar normais.

— Acho que vou lá dar uns beijos no Dani, que que você acha? — ela se virou pra mim.

— Eu acho ótimo, ué. Se eu tivesse quem beijar, eu beijaria. — eu disse.

— Tá brincando comigo, né? — ela cruzou os braços. — Olha em volta, Jade Amorim. Porra! Mil gatos a direita, mais dez mil a nossa esquerda.

Revirei os olhos. — Eu sei, mas ninguém chega, po.

— E você precisa disso? — ela me olhou séria.

Eu balancei a cabeça negativamente rindo. Sempre fui de atitude, realmente não precisava. Avistei um moreno apoiado na churrasqueira dando bobeira e decidi ir na direção.

— Jade? — alguém segurou meu braço.

Eu me virei e era Phelipe. — Oi? Logo agora que eu ia dar o bote?

— Ah, é assim? Logo no José? — ele torceu o nariz olhando pra trás de mim.

— Que que tem? — cruzei os braços me virando pra ele.

— Sei lá, acho que tem coisa melhor pra você. — ele ajeitou a postura e eu abri um sorriso de lado.

— Hum, sei. Tipo quem? — perguntei curiosa com a resposta.

— Tipo eu. — ele disse num tom de brincadeira.

— Para Phelipe, tá carente? — eu dei um tapinha no ombro dele enquanto ria sem graça.

— Eu tô falando sério. — ele olhou nos meus olhos chegando mais perto.

Até quis dar uma recuada, só que não consegui. A bebida rolava de deixar a parada muito mais tentadora. Olhei disfarçadamente por trás dele e consegui enxergar Daniel e Alicia incentivando com caras e bocas que eu o beijasse.

O meu problema era pensar demais, só que já fui muito machucada e não queria ser de novo, mesmo que não fosse dar em nada, mas apenas pelo fato do moleque estar se tornando um grande amigo.

— Posso te beijar? — ele foi direto andando mais próximo ainda.

Permaneci calada, se ele o fizesse, eu não me afastaria, mas se não fizesse, eu preferiria.

— Posso falar com a Jade, por favor Phelipe? — Leandro apareceu das cinzas do nosso lado.

Meu coração disparou num piscar de olhos, recuei em segundos.

Phelipe apenas assentiu sem graça e voltou de onde Daniel e Alicia olhavam.

— O que que você quer? — fui grossa. Fazia tempo que eu tinha sequer trocado uma palavra com ele.

— Que isso Jade? Tá me tratando como se eu fosse um desconhecido. — ele levantou as mãos em sinal de rendição.

— Pra mim você é. — estava numa postura com certeza desconfortável.

— Fui tão babaca assim contigo?

— Bom, considerando que você me largou por outra depois de três anos de namoro, sim. Tu foi babaca pra caralho, Leandro. E sabe que que é o pior? Escutar que você é uma pessoa legal, gente boa, que todo mundo gosta, e saber que a culpa de eu ser fodida pra relacionamento é exclusivamente sua. E pior que o pior é saber que sim, você é essa pessoa que todos falam, mas só comigo não foi. — botei aquilo tudo pra fora.

Eu ainda não tinha falado de fato o que eu pensava ou como me sentia na cara dele. Quando ele foi na minha casa contar que tava apaixonado por outra, quase namorando, depois de eu ter me entregado de corpo e alma a ele, eu fiquei em choque. Não consegui dizer nada, só coloquei ele pra fora e assim terminamos.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora