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MATHEUS

Hoje, em uma sexta-feira, Patrick resolveu fazer uma festa na academia pra comemorar o que tinha dado no processo dele, a vitória e como ele passou uma semana grudado na minha best aqui em casa, eu, Duda, Jade e Phelipe fomos convidados.

Até que o cara é um cara legal, Eduarda sempre tentava me convencer de que ele era mais do que aquele cara que vivia na pose de mal, mas eu nunca acreditei de fato, até ver ele todo caidinho pela Alicia. Quem não, né? Minha amiga é perfeita.

Mas o foco da questão não é esse, se Patrick é ou não legal, o foco da questão é que eu vou pedir Eduarda em casamento. Decidi assim que percebi que todas as pessoas que eu gosto estariam lá, claro que eu também queria que fosse perto da família, mas pra isso a gente fazia um jantar.

Eu estava nervoso da cabeça aos pés, tanto que nem fui pra casa das meninas me arrumar de lá, mesmo depois de tanta encheção de saco.

Coloquei minha melhor roupa, que era uma calça jeans preta larga e uma blusa branca da high que a Eduarda amava. Calcei um tênis da adidas qualquer e peguei o anel no meu armário.

— Tô muito nervoso! — suspirei me olhando no espelho.

— Tu não tá sendo muito precipitado não? — Pierre perguntou sentando na minha cama. (irmão de Phelipe)

— Precipitado? São quase nove anos, Pierre. Eu não vejo a hora de casar com essa mulher, morar junto. — disse ansioso.

— Além do mais se você a ama mesmo, não pode perder tempo. — meu pai falou. Os dois estavam me pentelhando no quarto.

— Isso aí, agora vou indo. — avisei e eles assentiram vindo atrás de mim. — Me desejem sorte! — respirei fundo e dei um beijo na caixinha do anel.

Meu pai foi me seguindo até a porta de casa, me deu um dinheiro pra pegar um uber até a academia porque não queria que eu fosse de ônibus nesse dia especial. Meu velho é foda.

— Eu tenho dinheiro, pai. — disse tentando devolver pra ele que desviava. — Eu trabalho, esqueceu?

— Eu sei filho, mas o uber é caro e você tem que guardar seu dinheiro pra construir sua vida com a Duda. — ele disse batendo nas minhas costas.

— Tá bom pai. — ri. — O carro chegou, valeu.

Ele me puxou pra um abraço e eu retribui. Meu pai era a pessoa mais importante da minha vida antes da Karine e de Eduarda, meu maior protetor e o homem que abdicou do próprio tempo de se cuidar pra cuidar de mim e da minha irmã sozinho.

— Sua avó e sua mãe iriam adorar ver você se casar. — ele falou enquanto eu ia até a porta de fora.

— Eu tô aqui por elas! — vi a mulher do meu pai o abraçar por trás e dei um sorriso ao entrar no uber.

Eu adorava ela e sentia que minha mãe lá de cima gostava também. Senti um calafrio tão forte que era como se ela tivesse aqui comigo, me apoiando.

Cheguei na academia, abri a porta e tava tudo enfeitado, bem obra de Alicia com Sarah mesmo, que tinham me dito que iriam ajudar a arrumar.

— Oi amor! — Eduarda veio na minha direção me abraçando.

— Oi bebê, já chegou todo mundo? — olhei em volta. Não sabia exatamente todas as pessoas que viriam.

— Só falta Sarah, Alicia e Patrick que foram se arrumar em casa. Estavam até agora arrumando isso aqui. — ela explicou. — Vem!

Eles fizeram uma super mesa pra caber todo mundo junto e não ficar ninguém destacado. Eu conhecia todo mundo ali: José, Livia, Luís, a namorada, Bené, Phelipe, Jade, a advogada dele que eu já conhecia da minha família e ainda a menina que dava aula de dança também que Alicia me mostrou, Alana eu acho.

Sentei ao lado de Jade e Phelipe que já estavam mandando bala com a bebida.

— Já!? — olhei pro copo na mão deles.

— Todo mundo já. — eles olharam em volta. Realmente, não tinha um sem um copo na mão.

— Preciso de uma bebida também! — disse nervoso.

— Quer que eu pegue pra você? — Duda se ofereceu.

— Não amor, eu pego. — disse e me levantei. Tinha uma mesa com bebidas quentes e um isopor.

Coloquei logo um pouco de whisky em um copo e virei sentindo minha garganta rasgar.

Voltei pra mesa e Eduarda começou a se pendurar em mim pra querer falar. Ô namoradinha que adorava conversar, e eu também, mas tava extremamente nervoso.

— Veio com minha blusa preferida, hã? Tá querendo me agradar? — ela riu fazendo carinho na minha nuca.

Assenti com um sorriso fraco no rosto já que o nervosismo não deixava.

A única pessoa que sabia que eu pediria Eduarda em casamento era Patrick, que eu perguntei se não tinha problema e ele super se animou.

— Ó quem chegou! — José anunciou e entrou os três pela porta com um champagne na mão.

— Caralho, tô feliz demais maluco. — Patrick disse colocando o champagne na mesa.

— Ainda bem né, imagina se não tivesse? — Alicia balançou a cabeça negativamente e ele puxou ela pra um beijo.

— Imagina mesmo. — Sarah riu.

— Então tá gente, Alicia me forçou a dizer algumas palavras, vamo logo com isso porque eu sei que a gente vai encher a cara hoje. — Patrick disse parando na ponta da mesa.

— Uhuuu, discurso. — Livia assobiou.

Alicia e Sarah sentaram na mesa rindo dele vermelho pra falar e nós olhamos atentamente.

— Tá, sem muita enrolação eu quero dizer que eu tô completamente realizado por finalmente ter essa academia em meu nome sem medo de falhas no contrato, isso graças a Laurinha ali. — ele apontou pra ela que levantou o copo no ar. — E dizer que sem vocês que trabalham aqui isso aqui não seria tão importante quanto é, parece que Deus escolheu a dedo as pessoas que estariam do meu lado e aguentariam os meus surtos. Obrigado! — ele disse com a mão no peito. Todo mundo começou a gritar. — E a quem não trabalha convidei porque gosto de vocês pra caralho e tem que participar desse momento especial porra.

Dei um risinho, mas a verdade mesmo era que por debaixo da roupa eu tava soando frio, tremendo e querendo sair correndo. Óbvio que eu queria muito aquilo, mas eu sempre fui cagão.

Nós tínhamos combinado de eu pedir a mão dela logo no começo pra dar tempo da gente aproveitar então tava chegando a minha hora.

—...e por fim, quero chamar aqui um novo amigo meu, Matheus — apontou pra mim, todo mundo franziu a sobrancelha sem entender — que compartilha esse dia especial comigo, mas por outro motivo.

Me levantei da cadeira, Eduarda sussurrou um "que que é isso?" eu ignorei e fui pro lado dele que me cumprimentou com um aperto de mão e sentou do lado da Alicia.

— Caralho, eu tô nervoso pra caralho maluco! — imitei o Patrick entrando e eles riram. — Poderia escolher qualquer dia do ano pra fazer isso, um que eu tivesse com minha família e com as pessoas mais próximas daqui, mas eu sabia que hoje seria um dia com uma energia muito positiva, cheio de conquistas e que não deixa de ter pessoas especiais.

— Que isso, Matheus? — Alicia perguntou alto.

Dei de ombros.

— Acho que mesmo quem não é muito próximo de mim, sabe que eu tenho uns bons anos namorando com aquela gracinha ali. — apontei pra ela. — São oito anos convivendo com os ciúmes, as palhaçadas, as risadas e tudo de bom que vem junto nela. Nós tivemos um término bem doloroso pra mim, que pra deixar bem claro foi tudo culpa minha, e numa viagem que era pra ser cheia de putaria eu percebi que não conseguia viver minha vida sem ela, que ela é o amor da minha vida...

Ela me interrompeu. — Matheus? — eu fui até ela, peguei na sua mão pra ela levantar.

— E quando eu finalmente consegui tê-la de volta eu percebi que não queria apenas namoro, aquilo que a gente já tinha, eu queria mais, muito mais. Eu queria e quero passar o resto da vivência nesse mundo ao lado dela e é por isso Duda... — peguei a caixinha no meu bolso e me ajoelhei olhando pra ela que estava cheia de lágrimas nos olhos. — Que eu te pergunto: você quer casar comigo?

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora