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ALICIA

Terça-feira, segundo dia de faculdade, acordei com o despertador tocando mais do que nunca. Agradeci aos céus por quarta ser dia sem aula e me levantei feliz pensando no dia seguinte.

Nem sinal de Eduarda estar acordada, ainda mais que ouvi Matheus chegando de madrugada em casa, tomara Deus que tenham se acertado.

Passei mó sermão nele pelo celular quando fui pro quarto. Eu realmente fiquei chateada, Duda é uma mina muito legal pra ele fazer esse tipo de coisa, fora que ele gosta tanto dela, pra quê complicar!? Não entendo.

Tomei um banho, coloquei uma roupa comum - calça jeans, blusão e tênis - e comi um bisnaguinha com requeijão acompanhado de café.

Hoje tinha que sair mais cedo porque eu ia de ônibus e como não tava tão ligada nos caminhos, tinha que ter uns minutos margem pra atraso.

Até que foi tranquilo. Andei até o brt, depois disso cheguei em 10 minutos na facul. A aula tava começando e eu já fui logo procurando uma cadeira la atrás.

— Aí, não vejo a hora de começar as aulas práticas! — uma menina ao meu lado bufou.

— Acho que quinta já tem. — falei.

— Aleluia, vim transferida de outra unidade hoje e tô perdidinha. Obrigada! — ela sussurrou pra mim.

— Sério? Eu também, eu vim lá de Sampa e comecei aqui hoje. — puxei assunto. O professor tava colocando ainda as coisas na mesa.

— Ahhh, isso explica o sotaque. — ela riu. — Veio pra cá por quê?

— Queria mudar um pouquinho. E você? — peguei meu único caderno e coloquei na mesa.

— Cai na porrada com uma mina que me perturbava muito e quis mudar também. — ela deu de ombros e eu arregalei os olhos. — Relaxa, ela mereceu, tava fazendo desfeita por causa da minha cor e de mais um menino. Chegou um dia que não aguentei.

— Nossa, que otária. Mais que merecido, então. — dei um sorrisinho e ela assentiu. — Nem me apresentei, prazer, Alicia.

— Jade! — ela esticou a mão sorrindo.

O professor começou a falar falar falar e eu tive que prestar atenção, óbvio. A aula até que não tava tão chata, era de comunicação e teatro, e eu tava amando.

Deu o horário, sai conversando com a tal da Jade que por sinal era muito maneira.

— Aí acho que vou sair quinta, te chamo e você vai comigo, pode ser!? — a convidei enquanto saíamos da sala.

— Claro, preciso de novos amigos mesmo. — nós rimos.

— Oi, Alicia né? Posso falar contigo? — o tal do Daniel surgiu do nada do meu lado.

Eu assenti e olhei pra Jade insinuando que eu sairia pra falar com ele, ela só me deu uma piscadela com uma cara safada. Essa era das minhas, certeza.

Me virei pra ele. — pode falar!

— Tu é nova por aqui, certo? — eu assenti franzindo a sobrancelha. — Então, eu e uns colegas meus vamos pra praia agora, topa?

— Assim do nada? — ri estranhando.

— É po, se você quiser pode até levar sua amiga. — ele apontou e eu me virei vendo Jade parada de costas encostada na parede. — A rapaziada é maneira, assim é bom que você vai conhecendo a galera da faculdade.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora