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ALICIA

Começou uma segunda-feira bem calorosa e eu sabia que seria agitada, bem agitada. Acordei pra faculdade cedo pra treinar o trabalho que eu tinha que apresentar, me juntaria com Jade e mais um garoto da sala pra falar sobre tcc, depois viria pra casa almoçar e ficar um pouco com Matheus e Duda até sair pra trabalhar.

Acordei animada, tomei um café preto pra me energizar, treinei a apresentação, tomei banho e sai de casa pra faculdade. Normalmente o ônibus demorava um pouco, mas veio rápido parece que pra me facilitar.

Cheguei na faculdade dando de cara com Jade e Phelipe perto da secretaria, fui andando até eles, mas avistei em um canto sozinho Daniel. Dei aquela respiração funda e me encaminhei até ele.

Eu sei que sou muito boba, que não precisava ficar me humilhando pelo perdão de Daniel, mas eu gostava tanto do garoto e queria vê-lo bem, não como estava.

— Que que você quer, Alicia? — ele desencostou da parede, guardou o celular no bolso e cruzou os braços.

Ele estava diferente, com uma cara de acabado, de relaxado, com umas olheiras profundas, a boca rachada, o cabelo desarrumado. Com certeza ele não estava nem um pouco bem.

— Pedir desculpas, pra variar. — disse cansada.

Ele revirou os olhos e saiu andando me ignorando completamente. Me senti na escola. Nem me dei ao trabalho de gritar ele, ficaria no vácuo ou levaria era um fora na frente da faculdade inteira.

Suspirei.

— De novo tentando pedir desculpas a ele? — Jade perguntou vindo com Phelipe do lado.

— Que que eu posso fazer se eu sou assim? E eu vacilei né... — disse.

— Trouxa? — Phelipe disse debochado.

— Te odeio. — mandei o dedo pra ele.

— Te amo. — ele sorriu falso pra mim. — Vou pra sala gente, valeu.

Ele deu um tapinha no ombro de Jade e saiu andando. Eu olhei pra ela com vontade de ir.

— Tapinha no ombro? — brinquei.

— Não me irrita garota, vamo. — ela entrelaçou nossos braços e me puxou pra sala enquanto eu ria.

A apresentação do trabalho foi melhor do que eu esperava, levei até um elogio do professor. Depois me reuni com Jade e o menino na lanchonete perto da facul pra falar sobre o tcc.

Fui pro brt e mais uma vez dei a sorte de o ônibus chegar rápido, feliz da vida que eu fiquei. Assim que abri a porta do apê veio aquele cheirinho de comida boa, tinha comido uma coxinha, mas já tava com fome. Magra de ruim é comigo mesma.

— Caraca, quem ta cozinhando? Que cheiro! — disse fechando a porta e olhando de relance a cozinha.

— Só podia ser eu, né? Esse garoto sabe cozinhar por acaso? — Duda falou.

— Realmente. — ri indo até o fogão fuxicar o que era: um belo de um strogonoff.

— Claro, irmã de chef de cozinha tem que ser boa mesmo, eu não sirvo pra isso. — Matheus disse vindo do quarto e abraçando ela por trás no fogão.

— Isso é verdade, Duda. — concordei. — Meu casal, vou tomar um banho e a gente almoça, ok?

— Outro banho, Alicia? — Duda perguntou gritando. — Daqui a pouco a pele sai fora.

— Minha filha você já viu o calor que está no Rio de Janeiro? Não sou rica que nem você que vai de carro pra faculdade não querida. — falei pegando minha toalha.

— CARONA! — ela gritou e eu mandei a língua do corredor entrando no banheiro.

Tomei meu banho maravilhoso, coloquei uma roupa confortável que eu já iria pro trabalho com ela, penteei meus lindos cabelos molhados e ajudei os dois a colocar as coisas na mesa.

O strogonoff de Eduarda estava dos deuses, coisa de maluco, ta? Nunca tinha comido tão bom na minha vida. Eu e Matheus ficamos nos deliciando com dois pratos e ela cheia de orgulho da comida dela.

— Eu e Matheus queríamos te pedir uma coisa. — Eduarda disse assim que terminou de comer e encheu mais o copo de coca.

— Ihh, lá vem. Manda!

— Como você sabe você é uma das mulheres mais importantes da minha vida...

O interrompi. — Aí, vou chorar!

— E como você veio pra cá morar com Eduarda e se tornou uma grande amiga dela e tem um papel especial no nosso namoro queríamos te pedir pra ser madrinha do nosso casamento!? — ele pediu sorrindo.

Eu estava cheia de lágrimas nos olhos, não conseguia nem falar direito de tanta emoção.

— Mesmo que você tenha se tornado presente só nesses últimos meses eu sei o quanto você apoiou o Matheus lá de Sampa a estar comigo, o quanto você queria me conhecer e quando veio se tornou minha melhor amiga pra falar a verdade, eu só tinha o Matheus. — nessa hora as bochechas dela já tinham lágrimas. — E daí você veio com toda essa alegria enfeitar o meu dia a dia, foi incrível. Fora que você é a maior fã do nosso relacionamento não teria como não ter um papel importantíssimo no nosso casamento.

— Meu Deus, claro que eu aceito. — eu me levantei e abracei os dois por trás que estavam sentados. — Eu amo muito muito muito vocês, é o melhor pedido da vida.

Voltei a me sentar toda sorridente e segurando o choro, que orgulho eu tinha desses dois como namorados e como meus amigos.

— Te amamos! — Duda falou e eles me deram a mão por cima da mesa. — Vamos convidar Jade, Karine, Malu e Sarah pra serem madrinhas também.

— E os homens? — perguntei curiosa.

— Acho que Phelipe, Bruno, Luan, Pedro e meu pai. — Matheus disse.

— Meu Deus, eu vou entrar com seu pai? — eu caí na gargalhada com a mão na boca.

— Sim, porque eles são casados com as madrinhas e o Phelipe provavelmente vai com a Jade. — Matheus disse rindo.

— Maravilhoso! — bati palma rindo. — Amei gente, além desse almoço maravilhoso, uma notícia dessa. Amo que amo.

Nós ficamos rindo muito do quanto eu estava feliz e depois eles ficaram me contando como queriam que fosse a cerimônia, aí, eu já estava animada.

Depois tive que fugir da conversa pra sair trabalhar, mas sai feliz. Tive um pequeno estresse no início do dia com Daniel, mas já tinha melhorado 100% minha segunda-feira.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora