Era uma vez, Ali

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O final de semana tinha passado voando, Daniel passou quase todo ele na minha casa e as meninas fora também. Uma com o José e a outra com a Livia, essas duas tavam que tavam.

Acordei hoje (segunda) renovada, afinal de contas, sexo, comer e ficar tranquila em casa são as melhores coisas da vida.

Aproveitei que as meninas estavam super apagadas no quarto de Eduarda e fui na rua comprar umas coisas, como o almoço, caderno e uma bolsa melhor já que era a última semana de férias da facul, e graças a Deus, o último semestre.

Quando cheguei as belas adormecidas ainda estavam apagadíssimas, dei uma adiantada no almoço e fiquei no sofá enrolando enquanto conversava horrores no WhatsApp com Daniel, mamis e Matheus.

Me dava mó aperto no coração ver que ele estava sofrendo demais por ela, mas o que importava, como ele mesmo disse, era que pelo menos estava curtindo muito em Floripa, e isso me confortava.

— Bom dia! — Duda veio se espreguiçando do quarto.

— Bom dia? 12h já, boa tarde senhorita. — disse desligando meu celular e colocando de lado.

— Tanto faz. — ela deu de ombros e se jogou no sofá deitando em cima de mim. — Quem vai fazer o almoço hoje?

— Eu já adiantei, dona preguiçosa. Só falta preparar o molho do macarrão, a carne moída já está pronta. — avisei fazendo carinho na cabeça dela.

— Hummm, minha comida preferida. — ela acariciou a barriga e eu ri.

— Chegaram ontem tão tarde que eu nem vi, fizeram o que que nem chamaram? — perguntei.

— Que!? — ela se sentou me olhando indignada. — Amiga, nós te ligamos mais de 50x e você não atendia de jeito nenhum. Nós fomos pra uma boate da Lapa, nós quatro e mais uns amigos do José que eu não conhecia.

— Sério? — ela assentiu com um bico do tamanho do mundo. Olhei no histórico do meu celular e realmente, muita ligação. — Eu nem tinha visto, o pior é que Daniel já tinha até ido embora.

— Sei... você que ignorou a gente mesmo. — ela brincou e voltou a se deitar.

— Para de palhaçada! — fiz cosquinha nela, pouca, mas fiz. Se fosse muita e mais de dois segundos, ela me matava.

— Tá, você vai hoje, né? — perguntou. Franzi a sobrancelha. — Você esqueceu? Aniversário da minha "sobrinha" — ela fez aspas com a mão.

— Ah, da Sophia? Vou sim, a Sarah me chamou também, disse que ela me ama. — sorri pensando naquela coisinha fofa.

— Acho bom, até porque eu, você e Jade temos que colocar o papo em dia, você perdeu o final de semana e a gente sabe que essa casa virou motel.

— Me respeita, Duda! — dei um tapa no ombro dela que riu e empurrei ela pra sair de cima de mim. — Vem me ajudar a terminar o almoço.

Ela deu os resmungos dela, mas rolou. Jade demorou um tempinho pra se levantar, mas almoçamos juntas.

Deu tempo de nós assistirmos uns episódios de friends juntas e depois fui me arrumar pro trabalho, na cara e na coragem. Ainda tinha o fato de que eu encontraria o Patrick duas vezes no dia. Mereço.

Cheguei no trabalho adiantada como sempre, mas dessa vez por um motivo específico. Eu precisava alinhar com o Patrick meus dias e horários, como eu não estava todo dia, me sentia bagunçada, minha agenda com a Alana não batia e infelizmente era preciso falar com ele.

— Posso entrar!? — bati na porta.

Não obtive respostas mesmo depois da Maria ter me confirmado que ele estaria no escritório.