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ALICIA

Nossos amigos chegaram e não deu tempo nem de trocar ideia primeiro, deixamos pra depois que todo mundo incluindo nós estávamos mortos de fome enchendo a pança.

Enquanto isso, Sophia ficou cuidando de Tina no quarto. Eu confiava porque Sophia era muito responsável, avisava tudo, entendia o que poderia ser perigoso e só brincava com Tina através do berço quando ninguém estava por perto.

— Satisfeito! — Matheus disse apalpando a barriga.

— Tava uma delícia, Ali. — Jade elogiou.

— Eu fiz também, tá? — Laura disse emburrada, brincando é lógico.

— Eu te elogio amor, tava muito bom. — Daniel disse piscando pra gente e abraçando ela de lado.

Nós rimos.

— Tudo que eu precisava era de um strogonoff mesmo, fazia tempo. — Phelipe falou.

— E de sobremesa nós trouxemos sorvete, simples e prático. — Eduarda disse se levantando e indo até a cozinha.

— Deixa que eu pego, Duda! — Patrick levantou atrás dela.

— Enquanto vocês pegam as coisas, vou lá dar uma olhadinha nas meninas. — Sarah avisou.

— Deixa que eu vou, Sa! — falei ameaçando a levantar, mas ela negou e foi na frente.

Todos estavam assim comigo, fazendo tudo que é tipo de favor, me ajudando até nas coisas mais simples, não me incomodava, mas as vezes parecia que me viam apenas como uma doente, nunca ousei reclamar porque eu sabia que era por preocupação e amor.

Só que hoje eu tinha uma coisa maior pra me preocupar, afinal, eu ainda tinha um segredo e esse realmente ninguém sabia. Eu já previa muitos xingamentos, chororôs e também alegria e isso de certa forma era bom, porque o foco se desviaria de mim.

— Podemos colocar o papo em dia agora? — Jade perguntou.

— Nossa, envelhecemos alguns anos com esse "papo em dia" aí. — eu ri.

— Mas fala sério, nossa vida em quase três anos mudou coisa pra caralho. — Eduarda disse colocando o pote do sorvete na mesa.

— É mermo, não dá pra negar. — Patrick colocou as taças de sorvete e os talheres.

— Como está indo no médico? — Matheus perguntou direto.

— Só pra gente fugir desse assunto logo, tá tudo bem. Até pra isso que decidi fazer esse jantar, pra agradecer o apoio e ajuda de todos e inclusive dos parentes de vocês. — eu disse grata. — Infelizmente não foi descoberto cedo, então eu vou precisar sim de fazer a quimioterapia.

— Então não está tudo bem. — ele aumentou o tom de voz nervoso.

— Calma Matheus! — Duda o repreendeu.

— Eu entendo sua preocupação, amigo, mas tá tudo bem sim porque eu tô viva e tô tendo condições de bancar os melhores tratamentos graças a todos vocês nessa mesa. — falei séria.

— Amém amiga, tenho certeza que vai ficar tudo bem. — Jade sorriu pra mim.

— Estamos com você! — Phelipe esticou a mão pra mim e eu apertei sorrindo pra eles de volta.

— E eu tenho mais uma notícia que honestamente não sei se vai ser boa ou ruim, mas pra mim é maravilhosa apesar de todos os riscos. — eu falei receosa.

— Aí meu Deus, é surpresa pra mim também? — Patrick pausou o que tava fazendo e olhou pra mim.

— Principalmente pra você. — apertei a perna dele por debaixo da mesa.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora