JADE
Desde sexta eu estava aproveitando pra caralho com meu ex namorado, e de certa forma, era bem estranho pra mim. Minhas antigas amizades quase me xingaram quando me viram com ele curtindo um churrasco, mas eu mudei o que eu achava sobre ele.
Leandro sempre foi bem visto em qualquer lugar, por ser um cara simpático, amigo, prestativo e outros, o que tinha quebrado essa imagem dele pra mim foi a filha da putagem comigo, mas ao ouvir seu lado da história eu resolvi deixar de lado.
A verdade é que não dava pra negar a falta que ele me fazia apesar de tudo, porque éramos amigos antes e eu adorava curtir ao lado dele.
— Topa fazer alguma coisa pela barra hoje? Tô indo pra curicica. — ele disse ao sair do banheiro com a mochila nas costas.
Sábado mais cedo, no caso ontem, ele tinha vindo pra minha casa pro churrasco de aniversário do meu padrasto. Aqui em madureira a bagunça era certa, e mesmo a minha mãe sendo super de igreja, o meu padrasto dava uma balanceada nisso.
— Não sei se vou pro meu pai hoje não, mas qualquer coisa te aviso. — falei enquanto mexia no celular jogada no sofá.
— Ah que isso pretinha, tamo curtindo desde sexta, que que tem um domingou? — ele disse passando sua mão pela minha bochecha.
— Leandro, para! — eu tirei a mão dele rindo. — Você sabe que a gente não vai levar pra esse lado.
— Tô só sendo carinhoso só. — ele disse cínico.
— Aham. — debochei.
— Mas é sério, qualquer coisa me avisa. Acho que vou pra academia do Patrick dar uma brincada com ele, mas mais tarde tô livre. — disse ele.
Eu assenti, ele me deu um beijo na bochecha, foi se despedir da minha mãe e ralou.
Eu não sei se colocar ele dentro da minha casa de novo, mesmo com a proposta "amigo" era uma boa ideia e se eu deveria ouvir minhas amigas que viveram nosso relacionamento.
Embora Alicia e Eduarda quisessem meu bem, e muito, eu sei, elas não sabiam muito de nada pra poder opinar bem. Minha mente me dizia pra não cair nessa cilada, mas meu coração dizia que era só amadurecimento de ambas as partes.
— Aí minha filha, eu sempre achei que o Leandro fosse o cara certo pra você, vou pedir pra Deus colocar ele no seu caminho de novo. — minha mãe disse encostada no batente da porta da cozinha abraçada com o pano de prato.
— Mãe, por favor, não viaja. Nós só somos amigos. — revirei os olhos largando a almofada que antes estava no meu colo no sofá e levantando.
— Amigos sei, isso é muito mais que amor de amizade. — ela fez bico desencostando. — Deus não colocou ele no seu caminho de volta atoa.
— Aí mãe, você me cansa. — bufei voltando pro quarto.
Me joguei na minha cama e fiquei olhando pro teto pensando nas coisas. Não queria ter que matutar muito uma coisa que era simples, éramos só amigos e nada mais.
Decidi mandar mensagem pra galera da Barra pra fazer algo com eles hoje e esquecer um pouco de Leandro, afinal não tínhamos que ficar grudados.
Mensagens
Grupo Luluzinha
Jade: alôôô? Alguém de ressaca por aí? (ás 12h)
Jade: qual a boa de hoje? tô com saudade.
Alicia: aí, sua notificação me acordou. 😖 (ás 12h5)
Alicia: tô morrendo de dor cabeça, meninas! eu não sei se quero saber de rua hoje não, tô super de ressaca física e principalmente MORAL.
Jade: ué, que que aconteceu? quero saber agora,
Jade: poxa, a gente nem saiu juntas esse fim de semana, eu quero ver vocês.
Alicia: e sexta, garota? saímos sim.
Alicia: prefiro contar meu mico pessoalmente.
Jade: ok, nem que seja só um barzinho pra gente conversar de leves.
Eduarda: oii, eu topo.
Eduarda: sério, tô super alto astral agora. já já vou lá no quarto da Alicia pular nela.
Alicia: faz isso não que eu vomito.
Jade: feliz assim? pensei que esse posto era mais da Alicia. já sei! voltou com o boy.
Eduarda: mas eu nunca terminei minina. 🤒
Eduarda: só que estamos meio abalados né, mas ontem foi uma foda tão boa, mais tão boa, que acho que estamos de bem de novo.
Alicia: amém. agora me deixem dormir mais um pouco.
Jade: barzin mais tarde, quero nem saber!Jade: olá sumido.
Jade: nem mandou mensagem.
Phelipe: eu não, vou atrapalhar sua reconciliação com teu macho.
Phelipe: tá doido kkkkkkkk.
Jade: até parece, Phelipe.
Jade: vamos barzinho mais tarde?
Phelipe: hum, sei não.
Phelipe: quem vai?
Jade: você quer saber quem vai ou quem não vai? kkkkkk mas pro seu governo o Leandro não vai.
Jade: só as meninas e o Matheus.
Phelipe: aí eu vi vantagem.
Phelipe: mas você não tá em madu?
Jade: tô porque aos fins de semana venho pra minha mãe, mas aí eu vou hoje pra casa do meu pai, tem problema não.
Phelipe: jae, manda mensagem depois no horário.Rolê pronto, mamãe chamando pra almoçar e eu já estava animada novamente. Até que eu curtia quando minha mãe estava sendo legal, o problema era quando eu inventava de sair, que ela baixava o cão, mas fora isso, eu curtia.
Eu tinha uma irmãzinha de seis anos por parte de mãe e a gente sempre sentava a mesa pra comer juntos, com meu padrasto, ela e minha mãe, era uma bagunça. Ele sempre foi animado.
— Vou pro meu pai hoje. — avisei enquanto servia meu prato com salada.
— Por que filha? Alguma coisa aqui te chateou? — minha mãe perguntou apreensiva.
— Não né mãe, é só que hoje vou sair com meus amigos e eles são de lá.
— Ah, só podia ser pra sair. Não sei como seu pai tá deixando isso, chato do jeito que é. Eu não deixaria, ficaria logo no seu pé, eu hein. — ela disse colocando feijão no prato de Clara.
— É porque ele eu sei engambelar! — disse convencida.
— Você é chata, Maria. — meu padrasto me defendeu. — A menina tem que curtir mesmo.
— Por isso prefiro o Ricardo, bem mais minha cara. — a provoquei.
— Sou injustiçada nessa família! — a canceriana fez o drama dela.
— Eu te amo, mamãe. — Clara abraçou ela de lado e eu ri.
— Clara ainda não conhece suas artimanhas, dona Maria. Quem não te conhece que compre esse seu drama! — pisquei pra ela que soltou uma risadinha sem querer.
Passei o resto do início da tarde com eles, arrumei minhas coisas e peguei carona com o Ricardo até o brt. Provavelmente passaria na igreja pra falar com meu pai e iria pra casa, de lá faria uns trabalhos de segunda e me arrumaria.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Era uma vez, Ali
Fanficautora: juwebs_ Quando Tina, a filha mais velha de um casal, completa 10 anos de idade, seu pai conta a história do grande amor da sua vida... e uma história de amor nunca foi tão difícil de ser contada: uma mulher sonhadora, dois amores, alguns ami...