87

1.7K 274 196
                                    

ALICIA

Foi uma eternidade pra voltar pro pessoal na churrasqueira. Um, porque a Sophia não queria largar do pai dela. Dois, porque o Patrick não queria largar da Sophia e três, porque eu não queria largar os dois. Mas com muito custo e com a ajuda da dona Flávia conseguimos.

Quando voltamos pra lá Matheus e Eduarda estavam numa gastação que só com os pombinhos Jade e Phelipe.

— Que que eu perdi? — perguntei pegando mais uma cerveja na geladeira.

— Jade e Phelipe se beijando. — Matheus contou indignado. Eu ri.

— Sérião? Nunca pensei. — Patrick ironizou.

— É mano, consegui! — disse Phelipe apertando a mão dele e Jade revirou os olhos.

— Sou troféu agora. — ela bufou.

— Amiga, liga pra eles não, chatos pra caralho. — Eduarda disse abraçando ela de lado.

— Ih qual foi Duda!? Tu não era minha fechamento? — Patrick disse.

— Com exceção de você, querido. — ela mandou um beijo no ar.

— Desde quando vocês são fechamentos? — franzi a sobrancelha.

— Desde o bm, da licença linda. — Duda puxou ele brincando.

— Sei nem como que o Matheus não manifestou ciúme ainda. — Phelipe provocou.

— Eu não sou doido! — ele disse e nós rimos.

Matheus cortou carne, pão de alho e linguiça e mesmo os dois que já tinham comido atacaram também. Tava uma delícia mas eu queria mesmo era o coração.

Na menor parte do tempo ficamos conversando enquanto comíamos e bebíamos e na maior a criançada veio pra ficar em cima da gente. Eu nem me incomodava visto que eu amava criança.

Depois puxei Sophia pra ensaiar com ela passos de ballet que eu com álcool na mente super topei quando ela ficou me pedindo muito por isso. Só observei Patrick vidrado na gente.

— Tive que vir aqui falar uma coisa pra vocês. — ele disse falando baixinho e chegando perto.

Sophia fez uma pose, cruzou os braços e soltou. — O que foi papai? Estou ocupada.

Eu quase morri de rir e ele ficou chocado boquiaberto. A menina tava crescidinha mesmo.

— Poxa filha eu só queria dizer que vocês estão lindas. — ele fez beicinho.

— Pai, ela é minha professora! — ela brigou com ele.

Nós dois nos entreolhamos com vontade de rir, meu Deus, se não fosse a cerveja eu até me controlaria melhor, mas eu tava quase não aguentando mais.

— Vou sair daqui que você tá muito mau humorada hoje. — ele disse fingindo estar triste.

Na hora meu celular começou a tocar descontroladamente no meu bolso. Peguei e no visor estava escrito "Daniel", mostrei pro Patrick que franziu a sobrancelha e eu atendi.

Ligação
Alicia: oi!?
Daniel: Alicia? Alic... ali? — a voz tava trêmula e fraca.
Alicia: oi Daniel, sou eu. O que foi?
Daniel: eu... eu não consigo respirar.. não consigo.
Alicia: explica direito, isso é uma brincadeira? O ta que acontecendo? — perguntei preocupada.

— O que foi, Alicia? — Patrick perguntou nervoso na minha frente, eu pedi calma com a mão.

A essa altura todo mundo já estava perto da gente pra entender o que tava acontecendo pelo meu tom de voz.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora