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Apaguei minha guimba de cigarro no chão e voltei pra dentro da academia. Se antes de eu sair já estavam animados, quando eu voltei estavam pior.

Todo mundo parecia tri louco, virando shots e shots de tequila e como animadora da festa: Alicia, que não parava de colocar geral pra virar tudo e fazer todo mundo dançar.

Luís e José que sempre foram paradões eram os únicos sentados rindo da bagunça, provavelmente pensando o quanto eu estava surtando vendo minha academia desse jeito.

— Caralho, fiquei quanto tempo lá fora? — parei do lado deles em pé olhando tudo.

— Sei não Moreira, mas você não vai acabar com a festa, né? Estão tão felizes. — Luís disse zombando com minha cara.

Balancei a cabeça negativamente de nervoso.

— Agora é sério, não acaba não. Tá engraçado demais essa galera. — José me aconselhou. — Senta aqui, patrão.

Respirei fundo pra não expulsar todo mundo, fui até o isopor ver se tinha alguma cerveja ainda, tinha apenas uma sobrevivente que eu peguei e voltei a sentar com eles.

— Cara, Alicia tá muito bêbada. Preciso ir embora e não sei como vou fazer pra convencer ela de ir. — Eduarda apareceu preocupada sentando do nosso lado.

— E você não tá não? — Luís perguntou pra ela.

— Eu não meu querido, eu tava dançando feliz, mas agora preciso voltar pra minha realidade que é cair numa dr com meu namorado. — ela disse revirando os olhos.

— Ignora ele e fica aqui, ué! — José se meteu.

— Toma jeito rapa. — dei uma cotovelada nele. — Matheus é maneiro, larga ele não.

— Aham, sei. — ela fez careta. — Sophia chegou no meu irmão hoje chorando porque não dormiu com você, acredita?

— Ah, é? — sorri pra ela. Qualquer coisa sobre minha pequena me derretia. — Tive que deixar ela lá porque Sarah precisou marcar médico pra ela amanhã de manhã.

— Ata, pensei que largou ela pra vir pra farra. — ela disse e eu olhei pra ela sério. E puto. — Tô brincando Patrick, eu sabia o motivo. Enfim, vou lá pegar a doida! — ela se levantou.

— Deixa ela aí, po. — disse o que eu sabia que podia me arrepender.

— Como assim? Bêbada desse jeito? Sozinha? — voltou a se virar pra gente.

— Sozinha não ué, com a gente. Ela tá se divertindo pra caralho, não vai acabar com a graça da garota. — falei.

— E tu vai cuidar dela, Patrick? — ela cruzou os braços desconfiada.

— Tá me tirando, Eduarda? Eu lá sou maluco? Pode deixar que qualquer coisa eu levo ela pra casa.

— Qualquer coisa não, me dá sua palavra! — ela se aproximou toda marrentinha. Duda sempre teve esse jeito.

— Eu levo ela pra casa. — falei firme e ela assentiu andando de volta até a amiga.

Olhei de longe ela se despedindo e falando alguma coisa no ouvido de Alicia que a levou olhar pra mim com um sorriso desconfiada e a sobrancelha franzida.

— Prezando pela diversão da mina? — Luís riu debochado. — Nem você acredita nisso.

— Ah ô, vou sair de perto de tu que você tá muito ranzinza, e olha que esse papel é meu hein...

Me levantei de perto dos velhos e fui pra perto da Livia que parecia descansar de tanto que dançou. Ela não tirava os olhos da Alicia como metade dos caras ali. O problema não é que é "a mina mais bonita" e sim carne nova.

Era uma vez, AliOnde histórias criam vida. Descubra agora