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Sexta-feira, que dia mais brilhante e abençoado! Ontem recebi uma ligação e hoje, depois da aula, terei uma entrevista de emprego, oficialmente. Nunca reclamei de nada nessa vida — principalmente se a vaga for minha no final.
Estou ansiosa, o tempo parece se arrastar e ainda é a segunda aula, eu juro que vou ter um ataque! É aula de filosofia, tem como não amar essa matéria? Eu assisto enquanto penso que o professor sem dúvida usou alguma droga antes de entrar aqui. Infelizmente, como eu e minha sósia entramos na escola na metade do primeiro semestre, não podemos nos dar o luxo de divagar sobre coisas que não tem a ver com a escola, então, para acompanharmos, a gente só se fode. É, talvez eu esteja mesmo precisando de uns amigos... ou melhor, dos cadernos deles.
Encontro-me terrivelmente dividida entre me obrigar a prestar atenção na aula e me preparar emocionalmente para a entrevista de emprego.
Do jeito que esse lugar é clichê, tenho certeza de que me perguntarão três qualidades minhas e três defeitos. Quais são as qualidades mesmo?
— Eu quero um trabalho para a próxima sexta, meus pombinhos— disse o senhor Michael Goodwin, um homem chupado de magro, amarelo, calvo e grisalho, o estilo de roupa dele parou na década passada, suéter e suspensórios, cheiro de ervas. Ele tem sempre um sorriso amigável no rosto, os olhos semi cerrados, quase pretos— Será em dupla e eu criei um pequeno sorteio— ele disse pegando uma caixinha colorida de dentro da gaveta da sua mesa para o gemido frustrado de todos os alunos. Ótimo, vou ter que socializar mesmo, minhas chances de ficar com a Bella são mínimas. Eu e minha gêmea trocamos olhares, sofrendo. Droga.
O professor sacode a caixinha empolgado como uma criança verificando o presente em dia de natal. Ele começa por ordem de chamada, alguns alunos tem sorte, aparentemente, pois sorrirem para suas duplas com cumplicidade. Outras não demonstram nada. Olho para o outro lado da sala, perto da porta está sentado Mason Crowley com seu irmão, ele sorri para mim e eu retribuo, acho que dessa sala, ele é o único que eu gostaria de fazer par. O professor chama numa calma que me estressa. Gosto dele, mas gente tranquila demais me deixa com raiva.
Eu definitivamente não vou falar disso na entrevista de emprego.
— Procura fazer o trabalho lá em casa, viu— cutuco minha gêmea e me inclino para ela.
— Está nervosa.— ela acusa, os cabelos castanho-escuros presos em um rabo de cavalo que eu estou me segurando para não puxar.
— Não gosto de socializar, mas fazer o que?— sorrio para ela, arregalando os olhos— eu estava pensando da gente ir fazer umas compras esse final de semana, estamos adiando e eu preciso mesmo de umas calças novas...
— ...E... Caterine Swan— disse o professor cativando minha atenção de novo. De quem eu serei dupla?
Ergo a mão chamando a atenção do professor antes que ele continue o sorteio.
— Perdão, eu não ouvi, de quem eu sou dupla, senhor?
— Caterine Swan, correto?
— Sim— sorrio como uma boa garota.
— Você e o senhor...— ele volta a olhar para a lista na mesa, olho de soslaio para Mason, mas ele só faz careta— Jasper Hale.
— Obrigada, professor— assinto e volto a olhar pra Bella— Ele acabou de me colocar com o garoto que só falta?— resmungo para ela.
— Ele veio hoje— disse ela tranquilamente, olhando para trás, acompanhei seu olhar e vi o loiro no fundo da sala, já me encarando na mesma carranca que eu me lembrava de semanas atrás. Fiz careta e voltei-me para frente desconfortável.
— Ele está com raiva ou eu estou imaginando coisas?— perguntei baixinho para minha gêmea, ela mordeu o lábio e deu de ombros.
— Mason Crowley e... Isabella Swan— diz o professor. Ah, fala sério! Eu olho para Mason e ele sorri para nós. Isso vai ser no mínimo um porre. Bella afundou na cadeira.
— Relaxa, se ele te encher o saco, eu dou uma no saco dele— toco o ombro dela tentando apaziguar. Bella e um engraçadinho fazendo trabalho juntos, tenho certeza de como ela ficará desconfortável perto dele e suas piadinhas de quinta série. Bella não sabe lidar com garotos tanto quanto eu.
— Muito tranquilizante— murmurou ela. O professor terminou o sorteio e bateu palmas para aquietar os alunos que já se programavam para passar o final de semana juntos e já entregarem o trabalho do qual nem recebemos o tema ainda.
— Sosseguem pombinhos, sosseguem— ele pediu, alguns riram e aos poucos foram se calando— O tema do trabalho será sorteado e eu vou mais uma vez, através da chamada, chamá-los para virem pegar seu tema.
Mais uma vez eu e Bella nos fodemos, por sermos transferidas, nossos nomes estão no fim da chamada, ou seja, dependemos de nossas duplas e suas mãos sortudas. Iupe!
Olho para Jasper mais uma vez, mas o loiro observa a janela, está nevando lá fora. Bufo e espero não ter que fazer tudo sozinha. Se ele for mais avoado que eu, estaremos fritos, eu sou a rainha da procrastinação. A aula está quase acabando quando o professor chama Jasper, o loiro se levanta calmamente e os alunos nos corredores abrem espaço para que ele passe sem ter que desviar de nada. Por que ele bota tanto medo nas pessoas? Bato o pé, acompanhando-o com o olhar. Ele pega um papelzinho e vai se sentar sem nem se dignar a olhar na minha direção. Qual a droga do problema dele? Fico emburrada rapidamente e assim que o sinal toca, pego minhas coisas, atropelo várias cadeiras e vou até o loiro, barrando-o. Ele move o maxilar tenso de um lado para o outro, me encarando. Não me lembrava que ele era alto assim. Seus olhos também parecem ainda mais claros do que da última vez que os vi, isso é...
— Bom dia para você, dupla— cumprimento com uma pitada de ironia. Ele recua um passo, estamos numa distância de um braço. Parece que ele vai ultrapassar a parede— E então? Qual vai ser?
— Está querendo dizer na minha casa ou na sua?— ele franze a testa, parece passar mal, tentando se afastar de mim.
— Olha, você fala— levanto as sobrancelhas, fazendo-me de surpresa. Eu só me faço de boazinha com figuras de autoridade, de resto, eu sou um lobo vestindo pele de cordeiro.
— Infelizmente— diz ele deslizando para o lado, abrindo espaço entre as carteiras que eu atropelei.
— Você está bem?— pergunto, confusa e meio preocupada com toda a tensão que ele exala.
— Eu... preciso sair— ele diz entre dentes e acelera o passo, não consigo seguí-lo porque entrou na minha cabeça que estava sendo vergonhoso e eu congelei no lugar.
— Hale!— eu chamo sendo completamente ignorada, ele escapa da sala sem olhar para trás. Isso não vai ficar assim mesmo! Eu nem sei qual é a porra do trabalho.
Olho ao redor, envergonhada, fuzilo com o olhar todos que estão me encarando. Vão se foder também.
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HIGH ENOUGH, Jasper Hale
Fiksi Penggemar❝ Eu costumava beber álcool para me inspirar Mas você me parece tão bonito, meu novo fornecedor Eu gostava de fumar para parar todos os meus pensamentos Mas eu encontrei um agito diferente ❞ Eu pensei que fosse brincadeira, no começo. Não acredita...