HIGH ENOUGH, Jasper Hale

Bella espiã

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Eu não sabia como chegar nele ou em seu irmão. Como fazer isso também? Acusá-los de não serem humanos não deveria ser uma situação muito agradável. O que eles farão se quiserem me silenciar por saber desse segredo? Eu fico em dúvida se estou com medo ou sei lá o quê.

Conforme os dias vão passando, eu sinto que há um abismo se abrindo entre mim e a descoberta desses seres surreais. Tudo o que estou fazendo é ficar observando minha irmã e Edward Cullen se aproximando lentamente. Fico curiosa e acho até adorável que ele tenha me salvado por causa dela. O interesse que um tem no outro é bem óbvio.

Suspiro os assistindo do outro lado do pátio. Não sei o que ele é, só preciso saber se isso acabará sendo perigoso para minha sósia e eu. Se ao menos eu tivesse...

— E aí, Caterine— Mason Crowley chega interrompendo meus pensamentos e se sentando ao meu lado, mais perto do que eu aprovaria. Fito seus olhos verdes enquanto tento voltar a terra— A lua estava interessante?

— Um tanto— sorrio.

— Você vai com o pessoal esse sábado?

— Para onde?— fico confusa e caço em minha mente algum convite que ignorei. O baile não era dali a duas semanas ainda?

— Pra reserva. La Push— diz o moreno mordendo um pedaço de carne seca.

— Não lembro de ter sido convidada— suspiro e volto a olhar para onde Bella deveria estar. Estranhei ao vê-la se dirigir para uma mesa mais isolada com Edward Cullen. Procurei não demonstrar para não chamar a atenção de ninguém da minha mesa, mas foi uma missão falha, o casal chamava a atenção sem nem mesmo tentar. Quando se sentaram, o Cullen olhou na minha direção como se tivesse sentido que eu o encarava e eu fiz cara feia. Apesar de me lembrar de sua força e saber que ele salvou minha vida, eu o dei uma ordem silenciosa para que ele tivesse cuidado com os seus próximos passos.

— Então eu estou te convidando— disse Mason e eu voltei a encarar seus olhos verdes. Bati o pé debaixo da mesa, agitando-me.

— Hã, pode ser, sem problemas só vou falar com a Bella antes— voltei a olhar ao redor, desta vez procurando por aquela família estranha no seu lugar de sempre. O grandão beijava uma loira, se não me engano estes são Rosalie e Emmett. Os outros três seguiam esparramados em suas cadeiras, conversando e deixando sua comida intocada à frente. Meus olhos se focaram no rosto de Jasper Hale e ele sorriu por algo que a baixinha de cabelos espetados lhe disse. Ele é lindo para um caralho de perfil e eu nem sabia que poderia gostar de um loiro. Tem algo nele que simplesmente.... urgh, sabe?

Ele piscou e olhou diretamente para mim. Voltei-me para frente rapidamente, sem me dar tempo de ver sua expressão. Merda. Meu rosto se esquenta e eu esfrego as bochechas, sentindo o nervosismo me corroer.

— Caterine, sabe... o baile está chegando e...— Mason me dizia. Levantei-me da mesa, o sinal iria tocar a qualquer momento e eu ainda nem fumei. Um por dia. Me fiz esse voto e agora estou viciada.

— Eu já volto— vou em direção a saída do refeitório em passos apressados, meu lugar de sempre. Olho novamente por Hale, ele me olha de canto de olho e tem uma sombra de sorriso nos teus lábios. Isso não é pra você, a coisinha morena deve ter dito algo, é só coincidência. Claro, o que mais seria? Um deus grego, um ser sobrenatural sorrindo para mim?! Não seja ridícula, Caterine. Eu tenho autoestima, mas não é pra tanto.

Ele nem é humano. Puta merda. Como não?

Eu preciso entender isso ou vou enlouquecer. O que mais o universo tem na manga? Que diabo eles são? Deus me ajude, eu estou me mordendo de curiosidade. Eu não serei capaz de fugir disso.

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— O que você estava falando com Edward Cullen?— pergunto para minha irmã assim que entramos na picape, ela coloca o cinto de segurança, pensativa, hesitando. Não havia o porquê disso, francamente.

— Nada demais, na verdade.— ela liga o carro e nós vamos saindo— Ele só quer saber das minhas teorias sobre o que quer que ele seja, mas ainda não me revelou nada.

— Vocês pareciam estar se dando bem— digo, sugestiva.

— Eu não sei o que ele está fazendo comigo ainda.— ela morde o lábio e respira fundo.

— Como assim?

— Ah, não sei. Eu só acho que ele poderia tentar se aproximar de você... pode ser que nem a Jéssica falou...

— Que ideia é essa, Bella?— sacudo a cabeça franzindo a testa— Vai ouvir a idiota da Jéssica agora?

— Ela não é idiota, Caterine. Pode ser que ela tenha razão. Quer dizer, ele te salvou...

— Acho que ele fez isso mais por você do que por mim— sorrio— Mas isso não importa, só me fale o que for descobrindo enquanto eu tento adivinhar de algum outro jeito.— mudo de assunto porque não quero falar disso.

— Está me usando de espiã?— ela pergunta, felizmente mordendo a isca.

— Hã, sim, definitivamente. E só pra deixar claro: nós vamos sair de perto deles correndo se essa porra for perigosa.

— Deles?— ela pergunta. Eu a ignoro.— Edward não é perigoso.

— Todos somos inocentes até que se prove o contrário— sorrio e umedeço os lábios olhando pela janela. A paisagem passando devagarinho. Verde para todos os lados.

— Mas... ele salvou sua vida.

— E eu já agradeci.

— Não faz sentido querer acusá-lo de ser um monstro.

— Nós vamos a La Push com o pessoal da escola. Esse sábado— anuncio querendo cortar esse assunto, estava começando a me irritar por ela ficar tão na defensiva por alguém que mal conhece.

— Nós vamos?— ela resmunga, também irritada pela minha vontade de investigar o garoto que ela gosta e sua família. Eles não vão gostar disso, vai ser só uma espiada depois correremos para nos esconder.... Vou tentar fazer que seja assim. Cada um para um lado e ninguém se machuca.

— Vamos. Você fala com o papai.

— Por que eu?

— Porque eu não quero.

— Você é tão infantil as vezes, Caterine— ela balança a cabeça, emburrada. Dou um sorrisinho malicioso.

— Somos farinhas do mesmo saco, querida— dou um tapinha amigável em seu ombro— Engole essa.

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