Uma vadia

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JASPER HALE

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JASPER HALE

Eu tenho que sair da droga dessa escola, só pode ser uma sacanagem com minha cara. Eu não aguento ficar tão perto dela, eu quero matá-la e isso não sai da minha cabeça. Eu tentei enxergá-la como uma humana, um ser que faria falta para alguém e causaria muita dor se sumisse, mas era uma missão impossível.

Eu via uma presa, e ao redor dela os efeitos colaterais, pontos fora da curva que podiam ser atirados de escanteio. Estavam pedindo por isso. Não tem como eu ficar a um passo de distância dela sem que seu cheiro me provoque, me convide para perto. Empanturrei-me na última caçada exatamente para evitar isso, para não sentir tanta vontade de matá-la caso, para a infelicidade dela, nós nos esbarrássemos novamente, e agora o infeliz do professor fez um sorteio. Se ela fosse para minha casa...

Não pensa, não pensa, não pensa!

Não posso matá-la só para saciar minha gula. É, isso é gula, eu não estou nem perto de estar com fome! Não devo tirar sua vida porque... porque...

Eu fico agitado indo para a próxima aula, os olhos azuis dela, da cor do oceano límpido, me encaravam confusos. Aquela garota tem cara de encrenca, preciso me livrar dela o quanto antes. O trabalho que eu já devo ter feito umas setenta vezes não seria um problema desde que eu conseguisse fugir dela até o fim do dia. Ela está ficando zangada com minha grosseria, seus sentimentos são intensos e ao mesmo tempo tão... vazios. É estranho. Como se ela não sentisse nada de verdade. São emoções de momentos. Nunca tinha reparado em algo assim. Encontro-me com Alice e antes que eu abra a boca ela já está me respondendo.

— Você não vai matar ninguém hoje, Jazz— resmungou. Nem sei se estou mais tranquilo ou frustrado com tal informação.

Caterine não parava de mexer nos cabelos pintados durante a aula, sentada no meio da sala, a todo momento ela prendia e amarrava os cabelos curtos exibindo seu lindo pescoço. Fiquei realmente em dúvida se ela não estava zombando com minha cara, mas a Swan sequer havia me notado, já a sua irmã e o professor... eu poderia ter me camuflado com o meu dom, no entanto, não acabaria muito bem. Além do cansaço mental, eu acabaria ganhando falta e foi exatamente por isso que eu repeti de ano da última vez.

Quanto sofrimento é ter uma droga feita para mim a poucos metros de distância e não poder injetá-la nas veias.

— Você deve pensar em outras coisas— recomendou a vidente— Não é o fim do mundo resistir, você aguenta.

— Não tenho tanta certeza. Eu terei que falar com ela de novo— falo irritadiço e nós saímos do meio do corredor vazio para entramos na sala de geografia— Temos um trabalho para fazer juntos.

— Fique sabendo— Alice deu um sorrisinho, triste por mim— Você já viu qual é? Acho que verá graça.

— Sério?— tateio meu bolso da calça e abro o papelzinho branco finalmente me deparando com a caligrafia desengonçada do professor.

HIGH ENOUGH, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora