Os extremos

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JASPER HALE

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JASPER HALE

Disciplina é uma arte da qual, antigamente, eu tinha orgulho de me gabar por ter. Eu era o melhor nisso. Não havia ninguém mais centrado ou focado do que eu na hora de uma luta ou numa caçada. Eu tinha o controle. Mas algo mudou no meu mundinho e eu não estou gostando nada disso.

O sangue dessa garota me impede de pensar racionalmente. Eu preciso que ela fique longe, mas seu cheiro é tão encantador que eu não quero que ela se afaste, ao mesmo tempo. A droga feita especialmente para mim, meu desejo de cravar os dentes no seu pescoço se torna tão intenso as vezes que eu preciso olhar para o lado para me centralizar. Lembro-me que não estamos sozinhos, que eu não devo ferí-la. Cada vez que eu abro a boca para lhe responder, por menor que seja a sentença, minha garganta queima como se eu estivesse tomando um veneno derivado do ácido.

Eu estou flertando com o perigo nisso. E ela também.

É ruim para mim e para minha família eu ficar perto dela. A exposição é irritante. Todos seguem os passos da novata e estar perto de mim a torna um tanto mais interessante já que ninguém mais nessa escola medíocre chamou nossa atenção.

É ruim para ela porque eu posso matá-la num piscar de olhos, sua vida seria apagada por conta da minha gula. Eu devia lhe falar o quanto é arriscado, excepcionalmente para ela, estar perto de mim. Eu já não possuo o melhor histórico com sangue humano, e até eu estou surpreso por estar aguentando tanto, mas insistir nesse contato é pura teimosia, eu não paro de me testar. Posso esconder minha tensão dela, mas não posso fugir por muito tempo da minha sede. As coisas só pioram quando eu fito aqueles olhos azuis e intensos e vejo um ser humano que não merece tamanha tortura.

Eu sei melhor do que ninguém do medo que ela sentiria em seus últimos segundos de vida. O desespero sufocante, a vontade de viver.

Caterine Swan seria só mais uma refeição, que diferença faria só mais um pouco de sangue em minhas mãos? Mas eu não quero ser fraco. Não quero voltar a ser um monstro que sempre abominei. Por que eu permito que ela se aproxime? Eu devo afastá-la. Isso só pode ter um fim, o qual posso visualizar perfeitamente, a humana mole nos meus braços, meus olhos vermelhos como nos velhos tempos que tudo era fácil para mim, eu tinha quem eu queria a hora que eu queria. Eu fui muito mimado e agora isso não se encaixa mais no meu estilo de vida.

Passo longas horas da noite pensando e repensando na proposta estupida e completamente imprudente que fiz a Caterine de nos falarmos de novo. Não sei o que deu em mim. Além da dor que é estar perto dela, eu senti algo novo. Curiosidade, excitação. Ela me contagiou com suas emoções. Eu lhe mostrei um brinquedo de ultima geração e ela só queria saber mais e mais dele. Enquanto encaro as estrelas por trás das nuvens, deitado no telhado de minha casa, penso no olhar dela de novo e de novo. Arremeço uma bola de tênis para cima e a agarro sem prestar mesmo atenção nos movimentos.

HIGH ENOUGH, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora