Medo do amor?

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JASPER HALE

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JASPER HALE

Encaro o fogo da lareira enquanto as labaredas dançam, lentamente engolindo a lenha.

Não tenho nada em mente enquanto brinco com o anel em meu indicador, girando-o em meu dedo. A neve está densa do lado de fora e me irrita não ter nada para fazer, nenhum lugar para onde ir. Estou esperando uma ligação de Alice há muito tempo. Um norte. Preciso saber onde Victoria está, mas Alice simplesmente não consegue vê-la. Isso é inédito e preocupante, não sei o que fazer, mas pelo menos Alice não vê Victoria chegando até quem realmente importa.

Caterine. Queria não ter que pensar nela pelo menos por um dia, mas, às vezes, a sensação é boa, reconfortante. Pela primeira vez em décadas, agradeço por ter uma memória fotográfica impecável. Lembro-me perfeitamente de seu rosto, principalmente de seus olhos de oceano prontos para me afogar. Sentir falta dela é quase a mesma coisa de ter um membro fantasma. Eu a sinto aqui, mas sempre que olho, não vejo nada.

Foi escolha minha, agora tenho que me acostumar.

A eternidade nunca pareceu tão torturante. Eu tenho que resistir ao ímpeto de ir atrás dela repetidamente já que fiz minha promessa. Caterine não queria aquilo, mas era eu ir embora ou ela morreria. Fosse por minhas mãos ou de qualquer um da minha espécie, a culpa que eu teria que carregar no fim teria o mesmo peso. Acredito que o fato de ter concordado com Edward foi porque eu queria proteger nós dois. Ela e eu. Pensar nisso não faz com que o arrependimento vá embora.

Agora minha família toda está dividida pelo globo, Rosalie e Emmett para um lado, Carlisle e Esme para o outro, Alice e Sabine também estão longe. Eu estou com Edward em Denali, fomos bem recebidos pelas irmãs Tânya e Kate. Sua família também está separada, mas eu não me importo para ficar perguntando deles. Quanto menos gente, melhor.

Edward e eu ficamos nos torturando de graça e eu acabo fazendo com que todos ao nosso redor sofram comigo. Ele me irrita com seus sentimentos, eu o irrito com meus pensamentos. As vezes, quando fica demais, ele sai de perto e Tânya o acompanha, me deixando com sua irmã elétrica de babá.

Elas são gentis, mas de vez em quando fica um clima estranho entre nós e eu não estou muito afim de lidar com esse tipo de drama. Nesses momentos, eu odeio ser um empata. Edward e Tânya saíram e eu sinto o cheiro de Kate se aproximando, forçando-me a sair de meus pensamentos para não irritá-la com minha melancolia. Não gosto de sofrer em conjunto.

— Jasper.— a voz melodiosa me chama e eu demoro em olhar em sua direção. Quando o faço, vejo que a mulher está vestindo uma camisola fina e branca, escorada de maneira sensual perto da porta. Volto a encarar o fogo na minha frente.

— Kate.— respondo, ainda indiferente. Me lembro do pijama fofo que Caterine vestia, combinando com sua irmã, e tenho que tentar controlar o sorriso. Kate caminha para o meu lado em velocidade humana, ajoelhando-se e encostando seu ombro no meu de maneira indiscreta.

HIGH ENOUGH, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora