Minha irmã não

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— Tire-a daqui— exigi

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— Tire-a daqui— exigi. James fez um aceno cortês com a cabeça e sorriu ao agarrar o braço de Bella para arrastá-la para fora. Virei o rosto para não ver minha gêmea espernear. Ela tentou me segurar, mas eu cruzei os braços e dei um passo para o lado, fugindo do seu alcance.

Estava tão apavorada quanto ela, mas com muita força de vontade, consegui não cair no choro.

— Não, não!— ela começou a gritar— Caterine, ele vai te matar mesmo assim, por favor, por favor!— sua luta era inútil  enquanto James a empurrava e puxava para a liberdade— James, ela está mentindo, eu que conheço os Cullen melhor, me leva no lugar dela!

— A vaga já foi ocupada, não acho que você conseguiria— ele dizia, completamente indiferente á luta da humana em seus braços— A traição não é  para qualquer um.

— CATERINE!— Bella gritou tão alto que sua voz sofrega ecoou pelo salão vazio causando-me arrepios, tapei os ouvidos e deixei mais algumas lágrimas caírem. Ela ficará bem. Me sinto melhor quando vejo James a colocar na rua. Embora não houvesse delicadeza, não seria a morte dela diante dos meus olhos. James quebra os puxadores e os distorce de um jeito bizarro que um palhaço faz em festa de criança com um balão. A porta se fecha e eu sei que não vou sair daqui viva. Bella continuou gritando. Do lado de fora, ela esmurrava a porta sem pausa, doida para entrar e me impedir de fazer isso. Nunca a vi surtar assim, mas estaria da mesma forma no seu lugar. Quase desmoronei, mas James voltou seu olhar sádico pra mim e eu me dei conta de que não precisava disso.

Sequei o rosto e tentei tomar uma postura mais corajosa. Ele riu e balançou a cabeça como se eu tivesse feito uma gracinha para lhe provocar. Eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer, repeti em pensamentos.

— Podemos?— perguntou, deu um pulo e logo estava na minha frente de novo. Nem parecia que tinha quase quarenta metros de distância  do ponto onde eu estava até a porta que Bella socava com força feito um demônio querendo entrar no paraíso.

Odiava a proximidade daquele sanguessuga, mas o que mais eu poderia fazer contra a sua força sobre humana? Eu me entreguei. Ele riu e segurou meu rosto com firmeza, me obrigando a encará-lo.

— Me divirta, Caterine— pediu num sussurro— Pode ser uma boa garota e fazer isso? Você é importante para qual Cullen, hein?

— Para todos eles, seu merda— continuei com a farsa que acredito não estivesse sendo mais tão eficiente.

— Sendo a traíra que é, eu duvido muito. Seja sincera, qual deles mais quer te comer?

Contorci o rosto em desgosto prestes a cuspir na sua cara palida, mas então os gritos de Bella mudaram e pelo semblante de James, eu estava muito encrencada. Ele ficou sério subitamente, com raiva.

— Você sabia— acusou.

— Sabia o quê?— perguntei, mal sendo capaz de disfarçar a esperança que senti. James jogou a câmera de lado sem olhar por onde e de repente me contornou, me prendeu num abraço por trás. Seu braço direito ficou um pouco abaixo dos meus peitos e ele envolveu meu pescoço com sua mão esquerda. O contato entre nossos corpos era inevitável, agoniante— James.— tentei aliviar o aperto em meu pescoço, mas ele só se tornou mais rígido quando a porta foi arrombada com um chute. Ver os Cullen entrando por aquela porta foi um momento único de esperança. Carlisle, Sabine, Emmett, Alice, Edward e Jasper. O loiro tinha uma máscara assassina no rosto e andava na frente de todos.

— Ah, ah!— James me apertou mais e os Cullen pararam de se mexer. Estava cada segundo mais difícil de respirar. Tentei me mexer, espernear e arranhar, mas a cobra que me envolvia no abraço da morte era feita de marmore. Bella chorava, angustiada do lado de Edward. O moreno a impedia de se aproximar.— Nem mais um passo.

— Você sabe que perdeu, James, não sairá vivo daqui— Carlisle disse com as mãos erguidas— Solte a garota, ela não tem nada a ver com isso.

James riu, seu rosto estava colado ao meu. Estou extremamente enojada.

— Acha que eu me importo se ela é inocente ou não?

— Solte-a!— Jasper disse numa voz incrivelmente autoritária.

— Não, não sem uma garantia de que vocês não vão me deixar viver.— James disse, eu não conseguia respirar, nós cambaleamos para o lado, os Cullen nos seguiram.

— A única certeza que você deve ter é que eu vou te matar. E que me chateia só poder fazer isso uma vez— Jasper disse friamente. Um sorrisinho que não chegou aos olhos nasceu em seu rosto. Jasper deu mais um passo na nossa direção, uma pose ofensiva. James tirou a mão de meu pescoço e cruzou os braços nas minhas costelas. Me deu um aperto que me fez soltar um gemido alto. Meus ossos protestaram e meus pés saíram do chão.

— Ela também só pode morrer uma vez— disse— Mas, eu te garanto, vai doer muito mais nela.— James me espremeu nos seus braços e eu comecei a chorar todo meu corpo tremia. Bella começou a se agitar de novo.

— Não, por favor, minha irmã não!— ela chorava, o que só piorava minha dor.

— Tire-a daqui!— gritei para Edward com a voz rouca. Ele não hesitou em obedecer, Bella explodia, mas era apenas humana, não tinha como resistir. Jasper mostrou os dentes, seus ombros subiam e desciam. Vestido todo de preto, ele parecia mesmo um anjo caído, sua face estava me deixando mais assustada— Por favor...— ofeguei, olhando para o loiro— Mate-o.

Mais um aperto. Eu senti alguns ossos das minhas costelas partirem, foi a primeira vez que os reparei e com certeza jamais os esqueceria, na verdade, foi como se ele estivesse me colocando um colete com cacos de vidro bem afiados. A dor foi indescritível. A sensação de ter o tecido de meu pulmão roçando um osso quebrado. Gritei até perder a voz e chorei mais ainda. Todos os Cullen deram dois passos para frente.

— Você não devia ter feito isso— Emmett sibilou. Estava afundada demais em minha própria dor para me comover. Minhas pernas não me mantinham firme, meu corpo estava cada vez mais pesado, ficar pendurada em James ia de mal a pior. Meu choro e os gritos de minha irmã eram os únicos sons presentes.

— Ah, por que não?— James perguntou, cínico e com raiva por ter sido pego e enrolado— Não ouvi, Cat, tá doendo?

Mais pressão. Gritar e chorar só piorava tudo, mas eu não tinha muito como reagir de qualquer forma.

— Por favor, para— eu implorei. Eu só queria apagar.— Por favor, por favor...

Eu só quero morrer de uma vez. Não fui capaz de distinguir os sons que os vampiros começaram a fazer. Minha respiração se acelerou enquanto minha visão ia perdendo o foco. Eu ouvia minha pulsação. Não sei o que aconteceu depois. Tudo ficou escuro e eu tinha certeza de que iria para o  inferno.

 Tudo ficou escuro e eu tinha certeza de que iria para o  inferno

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O que estão achando, vadias?

HIGH ENOUGH, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora