O monstro que você era

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JASPER HALE

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JASPER HALE

Eu vou matá-la. Eu posso fazer isso. Ninguém vai nem perceber a diferença!

Eu não consigo pensar em outra coisa e as horas para acabar o dia parecem se arrastar em uma tortura infindável. Minha garganta arde de desejo, nunca antes alguém me despertou uma fome como essa. Ando de um lado para o outro no meu quarto a ponto de quase fazer um buraco no chão, um segundo, eu só precisava de um segundo! Mas claro que Emmett viu que tinha algo errado, claro que ele tinha que se meter e arruinar minhas chances!

Ninguém estava por perto, ninguém saberia de mim! Eu estou com raiva porque perdi uma chance excelente de ter a merda de um orgasmo "gastronômico". Eu quero matá-la, eu vou matá-la. Aquela garota... nem decorei seu rosto apesar de não ter encarado qualquer outra coisa, mas seu cheiro me atingiu como... Ah, não há nem definição! Minha garganta queimou como nunca na minha existência, e eu já lutei muito contra a minha sede para saber o que é essa dor, mas só de não tê-la matado na hora fazia com que eu me agoniasse por completo.

Odeio passar como fraco diante de minha família, mas tem uma garota muito apetitosa me esperando. Se seu cheiro já é assim, quem dirá o gosto do seu sangue...

A curiosidade está na ponta da língua.

— Jasper.— Sabine me chamou, abrindo a porta. O serviço de babá agora está redobrado, ninguém quer que eu faça isso; realize meu sonho. Afastaram Edward de mim para que eu não o influencie, coisa que não seria muito difícil já que, segundo ele, tivemos a mesma experiência. Ele resistiu porque não queria decepcionar Carlisle, uma aula inteira. Eu não aguentaria dez segundos e só saí de perto daquela garota arrastado— Nós achamos melhor você ir com Edward para o Alaska até se acalmar um pouco.— não sei como isso vai funcionar, fugir nunca adianta, e eu voltaria correndo na primeira oportunidade.

— Eu não vou a lugar nenhum!— rosnei. Nunca a comida me foi negada, no entanto, eu preciso me lembrar da dor que isso me causa também. Meus instintos estão descontrolados, eu não estou conseguindo pensar direito— Espera, espera.— parei e fechei os olhos com força, tentando me acalmar.

Eu a deixei com medo, seu coração se acelerou, seu sangue estava correndo mais rápido por um segundo.

— Para, Jasper— Edward falou do outro lado da casa. Sabine ficou tensa, pronta para me atacar. Não é como se eles fosse mesmo conseguir me impedir, se eu quiser sair.

A novata é a filha do xerife Swan, Emmett e Edward falaram alguma coisa assim no intervalo, ele a viu lá fora, não conseguiu ler seus pensamentos nem os de sua gêmea. É uma cidade pequena, todo mundo sabe onde mora todo mundo, ainda mais o famigerado xerife. As garotas ficam sozinhas em casa a maior parte do tempo, é uma casa isolada e cercada por um bosque que deve estar me chamando, eu mato a irmã gêmea dela e depois só terei que...

— Jasper!— em menos de um segundo Edward está a minha porta, Sabine o impedindo de entrar, ele está colérico, mas sei que é territorialismo com a outra gêmea que também o atraía. Quais eram as chances disso acontecer com nós dois?

— Jasper, você precisa parar— Alice disse calmamente, agora toda minha família se reunindo na porta do meu quarto. Eles sabem como me irrita ser tratado como criança— Vai se arrepender disso e você sabe.

Eu sempre me arrependo, meu passado inteiro é um monte de arrependimento, claro que eu vou me arrepender!

— Acha que eu não sei disso!?— disparo, zangado.

— É, mas isso nem está passando pela sua cabeça— Edward rebate, mortalmente sério. Em resposta, eu reviro os olhos.

Vou lidar com isso pela próxima década, resmunguei mentalmente, cruzando os braços.

— Jasper, você têm de lutar contra isso— Carlisle disse. Fiquei mais na defensiva, não me importo tanto de ser repreendido por qualquer um, mas Carlisle tem um certo poder sobre mim— Você não é mais assim, meu filho.

— Aquela garota tem...

— Ela tem um nome— Alice disse, interrompendo minha quase explicação sufocada— o nome dela é Caterine, ela...

Estalei a língua interrompendo seu discurso com uma falta de educação que não é de mim, esse tratamento poderia funcionar com todos os outros naquela escola — vê-los como humanos com medos, desejos e pessoas que sentirão sua falta e não como comida para cinco minutos de prazer — que se esbarravam em mim, mas com ela não vai dar certo. Eu estou pouco me fodendo para quem ela é agora.

— Não pode matá-la, Jasper— Edward falou.

— Por que se eu for você sabe que eu vou matar a outra e vai ser um completo desperdício?— pergunto, retórico. Ele mal contém o rosnado de irritação.

— Você só vai voltar a ser o monstro que era— Sabine respondeu, encarei a loira com raiva porque ela sabia que estava socando minha ferida. Olhei para seus pés, cerrando os dentes e os punhos. Eu odeio ser um monstro, odeio sentir o desespero das minhas vítimas enquanto eu sugo até a última gota de seu sangue, sua vida se esvai e a sensação de frenesi é superada pela culpa de saber que aquilo era o que eu era. Um assassino. Um demônio.

— Saiam.— eu disse, ríspido.

— Jazz...— Emmett chamou mais para o fundo do corredor, mas claro que dava para enxergá-lo. Ele raramente fica constrangido, e sempre é por minha causa. Por causa da minha fraqueza. Inferno, eu não sou fraco! Tenho que provar isso para eles, tenho que afastar aquela garota da pior parte de mim e fingir que é isso que eu quero agora.

— SAIAM!— vociferei e eles recuaram assustados graças a meu dom. No fundo sabem que eu não conseguiria machucá-los e me magoa que eles possam ter medo de mim as vezes, mas as vezes posso usar isso para que eles me deixem sozinho.

Eu não posso te matar, Caterine. Isso vai me deixar louco.

 Isso vai me deixar louco

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HIGH ENOUGH, Jasper HaleOnde histórias criam vida. Descubra agora