Lucius olhou para o adolescente em sua frente, e no segundo seguinte sentiu o mundo girar. Harry estava assustado, e isso fez seu Veela ficar bravo. Harry não devia estar com medo, ele precisava que saber que Lucius nunca o machucaria!
A culpa que seu Veela sentia por assustar seu companheiro estava começando a se manifestar de uma forma mais física, que resultou em uma forte dor de cabeça. Malfoy sabia que se Harry continuasse com medo, seu Veela continuaria lhe atormentando, mas não havia nada que ele pudesse fazer até que eles chegassem em casa.
Se Lucius Malfoy fosse um homem fraco, ele provavelmente teria demonstrado o desconforto que seu Veela estava lhe causando.
Harry não disse uma palavra enquanto Lucius o encarava, mas sua mente não calava a boca. O adolescente se obrigou a ficar parado quando notou o loiro se aproximando, ele sabia que correr só pioraria sua situação, mas a vontade de fugir era difícil de controlar. Lucius encolheu seus pertences, e gentilmente o levou para a lareira.
Harry não esperava que Lucius fosse gentil. Ele esperava que Lucius gritasse com ele e mandasse ele se apressar, ou apenas o puxasse bruscamente, mas nunca lhe passou pela cabeça que Lucius pudesse ser tão... atencioso? educado? Harry não sabia qual a palavra certa para descrever o Loiro, mas sabia que era uma palavra que ele nunca teria usado antes.
Lucius falou alguma coisa que Harry não ouviu, o que provavelmente era o nome do lugar para onde eles estariam indo, e no segundo seguinte, Harry se viu a poucos centímetros do chão, se não fosse pelos braços de Lucius o segurando, Harry provavelmente teria quebrado a cara no piso bonito da casa.
Ele não seria punido por quase cair, seria?
Os pensamentos de Harry foram bruscamente interrompidos quando ele sentiu Lucius o levando para outro lugar, segurando Harry como se ele pudesse cair e quebrar a qualquer momento. Não que Harry entendesse as preocupações de Lucius, para ele, os braços do loiro continuavam em si apenas por precaução, caso Harry decidisse sair correndo, ou algo do gênero.
Ao olhar ao redor, Harry percebeu que Voldemort provavelmente cagava dinheiro. Harry não tinha certeza de como sabia que a casa era do Lorde das Trevas, e não de Lucius, mas ele sabia! e a casa era sinônimo de luxo, e falta de ter o que fazer com todo o dinheiro que ficava parado nos cofres.
Harry se perguntou se ele teria que limpar aquela mansão do mesmo jeito que seus tios o obrigavam a limpar a casa deles. Harry sabia que bruxos puro sangue normalmente tinham elfos domésticos, mas isso não os impediria de o tratar como um escravo se eles assim o quisessem.
Lucius parou na frente de uma porta, e Harry não precisava pensar muito para descobrir quem estava do outro lado. O adolescente esperava que Lucius batesse e esperasse Voldemort o dar permissão para entrar, como ele imaginava que todos os comensais, até mesmo Lucius, deveriam se comportar, mas Lucius apenas abriu a porta e arrastou Harry parra dentro. Era um escritório.
- vocês chegaram - Voldemort comentou, sem tirar os olhos dos papeis que tomavam conta de sua mesa. Sua voz não parecia tão assustadora quando Harry se lembrava, e quanto ele tomou coragem para olhar na direção da voz, ele se surpreendeu com o que viu. Harry reconheceria aqueles olhos vermelhos em qualquer lugar, mas essa era a única coisa que o homem em sua frente tinha em comum com o Voldemort de quem Harry se lembrava
Voldemort era um homem cinza sem nariz, mas o homem que encarava Harry com aqueles olhos vermelhos penetrantes não era nada parecido com o Lorde das Trevas, mas ainda assim, Harry tinha certeza de que era ele. Por mais que Harry não quisesse admitir, Voldemort era deslumbrante.
- eu achei que você já teria acabado - Lucius comentou.
- em um mundo perfeito, sim. Mas como eu estou cercado por incompetentes... - Harry nunca imaginou que ouviria esse tipo de coisa saindo da boca do Lorde das Trevas, ou pelo menos, não em um tom brincalhão.
- nós temos coisas mais importantes para discutir do que trabalho - Lucius o lembrou. Ele levou Harry em direção a uma poltrona confortável, e gesticulou para que ele se sentasse.
-eu sei, não vai demorar muito.
- Tom - Lucius tentou de novo, em um tom de voz que Harry nunca havia escutado antes. Harry se lembrou dos livros que conseguiu ler sobre Veelas durante a semana, mas isso não fazia sentido - Harry está assustado.
O Lorde das Trevas levantou o olhar, procurando por Harry, e quando o viu, percebeu que Lucius estava certo, Harry estava apavorado. É claro que ele estaria, depois de anos sob a influencia de Dumbledore, era um milagre Harry ainda não ter tentado fugir!
- eu sinto muito - Harry sussurrou. Ele não sabia o porquê de estar se desculpando, ele não havia feito nada errado, mas com a intensidade com que os dois o estavam encarando, Harry se sentiu na obrigação de pedir desculpas.
- você não precisa se desculpar - Voldemort o assegurou.
- nós precisamos explicar algumas coisas para você, Harry - Lucius começou.
- eu sei - Harry falou, antes que pudesse segurar sua língua. Ele não devia ter falado sem permissão, ou pior, ele não deveria ter interrompido Lucius.
- o que exatamente você sabe? - Lucius perguntou. Se ele estivesse bravo com Harry por ter sido interrompido, ele não demonstrou.
- eu sei que eu pertenço a vocês - Harry começou em um sussurro - porque... porque nós somos companheiros predestinados.
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Our Souls' Song
FanfictionHarry quis rir quando leu o papel, mas se segurou. Voldemort havia deixado claro que tinha poder o bastante para invadir o ministério e matar todos que encontrasse pelo caminho, mas ele preferiria se o ministério se rendesse sem muito sangue bruxo...