Harry não sabia o que esperar dos dois homens em sua frente. Por um lado, ele estava apavorado. Os dois tinham total controle sobre si, e isso o aterrorizava. Harry sabia o quão ruim esse tipo de situação poderia ser, ele se lembrava vividamente dos anos que morou com Vernon. Mas por outro lado, uma voz em sua mente continuava lhe dizendo que ele deveria acreditar nas palavras de Lucius. Eles não o machucariam.
Voldemort, alheio aos pensamentos de Harry, o perguntou se ele estava cansado, ou com fome, mas como Harry estava tendo uma crise existencial enquanto lutava contra o instinto de confiar nos dois, ele não respondeu. Preocupado, o Lorde das Trevas se aproximou, e colocou uma mão no ombro de Harry para chamar sua atenção.
Voldemort se arrependeu.
Harry se assustou com o contato súbito, e sua magia reagiu contra sua vontade. Em um momento, o Lorde das Trevas estava com a mão no ombro de Harry, e no momento seguinte, as janelas estavam quebradas, os papeis voavam para tudo quando é lado, e Voldemort se viu preso a parede, sem conseguir se mexer.
Demorou alguns segundos para que Harry notasse o que havia feito, mas quando percebeu, tudo o que ele queria fazer era sair correndo e se esconder. Voldemort o mataria!
A primeira coisa que Harry fez foi soltar Voldemort. Ele sabia que o homem ficaria bravo, mas não havia nada que ele pudesse fazer sobre isso. As janelas foram arrumadas logo em seguida, mas Harry notou, tardiamente, que não sabia como arrumar os papeis. Ele não sabia como Voldemort os organizava, e não fazia ideia de como recuperar os papeis que saíram voando enquanto as janelas ainda estavam quebradas.
Lucius provavelmente notou a preocupação de Harry, porque com um aceno de varinha, tudo estava organizado do jeito certo, com exceção dos papeis que fugiram, esses Tom teria que ir buscar sozinho. Ninguém mandou assustar Harry!
Quando Harry notou que o Lorde das Trevas estava se levantando, e vindo em sua direção, a vontade de sair correndo aumentou drasticamente, mas ele se obrigou a não se mexer, afinal, não é como se ele pudesse ir embora. Harry fechou os olhos com força, e tentou se encolher, se ele pudesse, ele se fundiria com a poltrona confortável em que estava sentado.
O Lorde das Trevas parou em frente a Harry, mas para a surpresa do mesmo, Voldemort não o machucou. Harry ouviu a voz de Voldemort o chamado, pedindo para que ele abrisse os olhos, e apesar de Harry não querer obedecer, já que ele não via nenhuma diferença em ser punido com os olhos abertos ou fechados, ele os abriu.
Voldemort estava agachado em sua frente, e seus olhos vermelhos agora estavam na altura dos olhos Avada de Harry. Ele parecia preocupado. Harry afastou esse pensamento, não havia razão para o Lorde das Trevas ficar preocupado, ele provavelmente estava confundindo raiva com preocupação.
- eu sinto muito - Harry sussurrou, sabendo que se desculpar não mudaria nada.
- eu não estou bravo, Harry - Voldemort o assegurou.
- "mentiroso!" - Harry o acusou mentalmente.
- eu posso tocar em você? - a pergunta soou desesperada, quase como se a vida de Voldemort dependesse disso.
- "eu não entendo por que eu preciso te dar permissão para me machucar" - Harry pensou, sabendo que nunca diria isso em voz alta - sim, Senhor - ele respondeu.
Ao contrário do que Harry esperava (N/A quando alguma coisa acontece do jeito que Harry esperava?), Voldemort não o machucou. Harry sentiu os braços de Voldemort gentilmente o tirando da poltrona e o colocando de pé.
- você está machucado? - ele ouviu Voldemort perguntar, enquanto checava cada centímetro de Harry. O adolescente ouviu a risada de Lucius, e usando toda sua coragem Grifinória, ele olhou para Lucius com um olhar interrogativo.
- Instinto - Lucius explicou, ainda rindo - como nosso dominante, Tom precisa ter certeza de que estamos bem.
- tire o Glamour - Voldemort falou, segurando a mão de Harry bem perto de seu rosto.
- não!
- por favor? - Tom tentou. Lordes das Trevas não pediam por favor, mas Harry já estava assustado, e Tom não queria começar uma discussão.
- não! - Harry não se importava com o quão bravo Voldemort ficaria, ele não iria tirar. Ele sabia que o Lorde das Trevas havia sentido alguma coisa em sua mão, onde "não devo contar mentiras" ainda estava escrito, mas Harry não conseguia tirar o Glamour apenas daquela parte, e ele se recusava a tirar todo o Glamour que cobria boa parte de seu corpo.
- Tom - Lucius chamou, usando aquela voz feita especialmente para o acalmar - Harry está bem, eu coloquei um escudo ao nosso redor. Ele não está machucado, e eu também não - Lucius sabia que se não falasse nada, ele estaria no lugar de Harry em uma questão de segundos.
- o Glamour...
- pode esperar! Harry ainda não confia em nós, e você não pode força-lo a fazer algo que ele não quer - Harry duvidava que isso fosse verdade, mas apreciava o fato de Lucius o estar defendendo - ele nos mostrará quando estiver pronto.
- tudo bem - Tom se deu por vencido - eu posso esperar até que Harry esteja pronto - Harry nunca estaria pronto, mas não ousou dizer isso.
N/A eu pretendia postar ontem, mas minha internet discordou.
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Our Souls' Song
FanfictionHarry quis rir quando leu o papel, mas se segurou. Voldemort havia deixado claro que tinha poder o bastante para invadir o ministério e matar todos que encontrasse pelo caminho, mas ele preferiria se o ministério se rendesse sem muito sangue bruxo...