Harry andava pelos corredores da mansão pensando em tudo o que havia acontecido. O Grifinório esperava que os dois o odiassem e o machucassem, mas aqui estava ele caminhando livremente pela casa pensando em abraços confortáveis, e mais algumas coisas que ele ainda não estava pronto para admitir.
Lucius queria passar o dia todo, ou muito provavelmente todos os dia de sua vida, abraçando Harry, mas ele tinha coisas importantes (chatas) para fazer no ministério e teve que ir, deixando Harry sozinho para atear fogo na casa. Tom estava na biblioteca, e foi só olhar para ele que Harry percebeu que o Lorde das Trevas estava tão concentrado no que estava fazendo, que não notaria se Harry realmente queimasse sua mansão.
Isso deixou Harry sem ter muito o que fazer. Ele já havia passado boa parte do dia anterior lendo, e seu cérebro ainda o lembrava de como isso não foi uma boa ideia (dor de cabeça), o que o deixava sem vontade de nem mesmo olhar para sua estante, e por mais que ele amasse seu quarto, Harry não queria ficar nele. O que resultou em um adolescente entediado andando aleatoriamente pela mansão Slytherin.
Apesar de ainda haver uma parte de si que temia estar fazendo algo errado, Harry agora sabia que mesmo que realmente deixasse Tom e Lucius bravos, eles não o machucariam. Esse pensamento o acalmou, e lhe deu o empurrão que faltava para que ele começasse a explorar os muitos corredores da mansão.
Depois de um certo tempo, Harry não só estava cansado, como também perdido. A mansão era dividida em várias alas, e a maior parte delas não era usada com frequência. Harry, como era de se esperar, acabou indo parar em uma ala abandonada, e não fazia a menor ideia de como voltar.
Ele pensou em chamar Dobby, mas quando ele dobrou em um corredor, e se deparou com duas portas de vidro que levavam para os jardins, Harry decidiu que não valia a pena incomodar o pobre elfo, que devia estar muito ocupado de qualquer forma.
Harry não via a hora de conhecer os jardins. Ele sempre gostou do ar livre, especialmente quando morava com os Dursleys, já que eles raramente o incomodavam quando ele estava cuidando dos canteiros de flores que Petunia tanto adorava.
Ao pisar na grama macia, Harry olhou ao redor, apenas para ter certeza de que ninguém apareceria do nada brigando com ele por ter saído da casa. Quando ninguém apareceu, o Grifinório começou a caminhar. Ele não sabia ao certo em que parte da mansão ele estava, mas os jardins circulavam a casa toda, então Harry estava confiante de que eventualmente acharia uma parte conhecida.
A primeira pista que indicava que ele estava indo na direção certa foram os pavões. Lucius amava "seus filhos", e eles aparentemente o amavam de volta, e preferiam ficar o mais perto possível do loiro estranho que os mimava. Logo depois de avistar os pavões, Harry descobriu onde estava.
Aproveitando o fato de não estar mais perdido, Harry se sentou na grama, e observou as flores mais de perto. Ele havia notado que cada parte do jardim continha tipo diferentes de plantas, e apesar de não ser ruim em herbologia, ele não reconheceu boa parte.
Harry também notou que quanto mais afastado da casa, mais perigosas as plantas pareciam. Ele reconheceu várias plantas venenosas dos livros que Neville não parava de ler desde o quarto ano, assim como algumas plantas carnívoras conhecidas por preferirem a carne de seres mágicos, especialmente bruxos .
A obsessão de seu amigo por plantas venenosas era algo que ele adorava, porque mostrava um novo lado de Neville que apenas aqueles perto dele tinham o prazer de conhecer, e agora essa obsessão lhe foi útil porque graças a isso ele conseguiu evitar facilmente qualquer planta que pudesse o machucar.
Harry notou um pavão lentamente se aproximando de si, e sorriu ao pensar no quão fofo ele era, mas logo se lembrou de Voldemort reclamando que os pavões o atacaram quando ele estava procurando os papeis que voaram quando Harry quebrou a janela de seu escritório.
Com medo de ser o próximo alvo, Harry pensou em se levantar e ir embora, mas antes que ele pudesse fazer isso, o pavão albino que Lucius tanto amava já estava com a cabeça no colo de Harry.
Depois do que pareceu uma eternidade, Harry tomou coragem para fazer carinho na ave. Ele estava com vontade desde o momento em que viu os pavões pela primeira vez, apesar de saber que provavelmente seria uma péssima ideia, mas quando a vida coloca um pavão em seu colo, você aproveita para fazer carinho, e torce para que o bicho não te ataque.
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Our Souls' Song
FanfictionHarry quis rir quando leu o papel, mas se segurou. Voldemort havia deixado claro que tinha poder o bastante para invadir o ministério e matar todos que encontrasse pelo caminho, mas ele preferiria se o ministério se rendesse sem muito sangue bruxo...