The Volatile Potion

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 Severus se viu retribuindo o abraço de Harry, antes mesmo que percebesse o que estava fazendo, e foi só depois de ter seus braços ao redor da criança que ele notou os rosnados vindos de Lucius e seu Senhor.  O Mestre de poções sabia que Harry tecnicamente não era mais uma criança,  ele tinha dezenove anos afinal, mas isso não mudaria o fato de que ele sempre o veria como tal. 

 As reações que ele recebeu ao tocar em Harry o assustaram, e até que ele conseguisse desfazer o abraço (Harry não queria soltar), O Lorde das Trevas já estava o puxando para longe, enquanto Lucius tomava seu lugar abraçando Harry, enquanto perguntava se ele estava bem. Como eles ousam o acusar de machucar Harry? 

 O Mestre de poções sabia que Seu Senhor tinha Potter, todos os comensais, assim como membros importantes do ministério, sabiam o que havia acontecido, ou pelo menos uma versão dos acontecimentos, mas Severus não fazia ideia do que causaria esse tipo de reação. Ele achava que Harry já estaria morto, ou preso em algum lugar. 

 - Eu estou bem - Severus ouviu Harry dizer, e foi só depois dessa afirmação que seu senhor o soltou - Severus nunca me machucaria.

 - eu achei que vocês dois se odiassem - Lucius comentou. 

 - não - Harry respondeu - foi tudo uma armação. 

 - explique-se, Severus - Voldemort ordenou, e o pirralho teve a audácia de olhar para ele com um sorriso atrevido nos lábios. Se Severus morresse por culpa de Harry, ele faria questão de virar um fantasma apenas para puxar seu pé à noite e o atormentar pelo resto de sua vida. 

  - Dumbledore me fez acreditar que Harry seria um pirralho mimado exatamente igual a James Potter, e também deu a entender que eu deveria o tratar pior do que  os outros alunos para que o Senhor acreditasse que eu era fiel - Severus começou - mas logo na primeira semana de Harry em Hogwarts, eu percebi que isso não era verdade. 

 - Severus cuidou de mim  - Harry falou, em um quase sussurro - ele me ajudou a perceber como o velho realmente era, e eu logo aprendi a ver por trás de suas manipulações, mas se ele descobrisse que Sev não me odiava, ele poderia suspeitar.  

 - então vocês fingiram se odiar para que o velho e Tom não suspeitassem? - Lucius perguntou, mesmo já sabendo a resposta. 

 - sim - Severus respondeu. 

 - Você está escondendo alguma coisa - Voldemort olhou para Harry acusatoriamente, intencionalmente ignorando o fato de um de seus companheiros ter usado seu nome trouxa na frente de um comensal, mesmo que esse comensal fosse Severus.  O Lorde das Trevas notou a forma com que Harry interrompeu o Mestre de Poções antes que ele pudesse continuar suas explicações, e estava curioso para saber o que seu submisso não queria que eles ouvissem. 

 Antes que Harry conseguisse, ou ao menos tentasse responder, eles ouviram um barulho alto, e um pavão albino entrou na sala. Aparentemente, o pavão não gostou de ser deixado sozinho na biblioteca, e foi atrás de seus humanos. Passando por Voldemort como se ele nem ao menos existisse, o pavão parou por um momento, tentando escolher entre seus humanos. Depois de alguns segundos, a ave foi em direção ao humano que havia escolhido, sendo pego no colo logo em seguida. 

 - nosso filho não me ama mais - Lucius dramatizou, e foi recompensado com a risada de Harry. Seu Veela ficou feliz em conseguir fazer seu submisso feliz. 

 - " nosso filho tem bom gosto" - Harry pensou. 

 O Lorde das Trevas parecia ser o único que ainda se lembrava da acusação que havia feito, mas ele pôde notar que Harry não queria responder, então achou melhor fingir que também havia esquecido. Ele gesticulou para que Severus se sentasse, e puxou Harry, junto com o pássaro maldito, para se sentar ao seu lado.  

 - o que é tão importante para que você tenha vindo sem ser convidado, Severus?  - Voldemort perguntou, mudando de assunto. 

 - é sobre as poções que eu venho fazendo, Meu Senhor. 

 - há algo errado? - Lucius perguntou, preocupado. Eles não confiavam em mais ninguém além de Severus para fazer as poções que Harry precisava. 

 - não exatamente. Com exceção de uma ou duas poções que precisam de mais tempo,  eu estou fazendo as poções relativamente em ordem, já que a maior parte não demora mais do que algumas horas para ficar pronta, mas a próxima poção que eu pretendia fazer é uma poção um pouco mais complicada... - Severus respirou fundo, organizando seus pensamentos - até agora, eu venho entregando as poções para os elfos domésticos, e eu não tinha ideia de quem as estava tomando, mas com essa poção isso não seria possível. 

 - por que? 

 - a poção é muito volátil, se alguém aparatasse, usasse o flu, ou até mesmo uma chave de portal, a poção seria arruinada, e apesar de a magia dos elfos domésticos ser diferente, eles não são uma exceção a essa regra. Eu vim primeiramente para avisar que quem quer que vá tomar essa poção teria que ou ir buscar na mansão Prince e fiar lá por pelo menos dias ou três dias até se recuperar, ou eu teria que fazer a poção em outro lugar. 

 - dois ou três dias? - Lucius perguntou - por que não tomar a poção e aparatar? 

 - como eu disse antes, a poção é volátil, mesmo depois de ser ingerida. Harry não conseguiria fazer magia direito por alguns dias depois de tomar a poção - Severus tinha certeza de que as poções eram para Harry, só havia uma pessoa que poderia precisar de todas aquelas poções, e essa pessoa era Harry Potter. Vendo os olhares interrogativos ele continuou - a poção vai afetar diretamente o núcleo de Harry, fazendo com que ele se cure mais rápido, mas ao acelerar o processo de cura, a magia fica instável. Essa é a principal razão pela qual a poção não pode ser tomada com muita frequência, se a magia ficar instável por um longo período de tempo, há uma grande chance de ela nunca voltar ao normal. 

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