Our Souls' Song

It Only Gets Worse

 O Lorde das Trevas encarou Harry sem saber o que dizer, essa provavelmente era a primeira vez que Voldemort se via sem palavras. Como o Lorde não nasceu um Veela, ele só começou a desenvolver seus instintos depois que completou sua ligação com Lucius, e mesmo que seu Veela fosse mais forte do que o de Lucius por ele ser o dominante, ele só sentia seu Veela em raras ocasiões onde seus sentimentos tomavam conta de si. 

 Voldemort finalmente entendeu a dor que Lucius sentia. 

 - Você não sentiu nada? - Voldemort se ouviu perguntando. 

 - não... talvez um leve formigamento onde vocês encostaram, mas nada além disso - Harry admitiu. A dor nos olhos vermelhos do Lorde das Trevas fez com que o coração de Harry ficasse pesado, e culpa tomou conta de si - eu estava pensando - Harry continuou baixinho, tentando ignorar a culpa que sentia no momento - e eu não tenho certeza... mas talvez... talvez isso possa ser culpa dos rituais que Dumbledore fez. 

 - rituais? do que você está falando, Harry? o que aquele velho fez com você? 

 - eu achei que o Senhor soubesse - Harry falou em um sussurro, e Tom podia ouvir Lucius em sua mente, gritando consigo por ter assustado Harry de novo. 

 - eu sinto muito, Harry, eu não queria ter  me exaltado. 

 -tudo bem. 

 - eu tenho seu histórico médico - Tom admitiu - tanto de Hogwarts como de St. Mungus, mas em nenhum lugar rituais são mencionado. 

 - isso explica as poções - Harry comentou, sorrindo. Tom concordou com a cabeça - quando eu estava em St. Mungus, os médicos disseram que haviam resquícios de rituais em mim, mas não havia nada que eles pudessem fazer sobre isso. Os rituais em si haviam sido desfeitos com o morte do velho, e eles não faziam ideia do que eram, e seus exames mostraram que o que quer que ainda estivesse em mim não me afetava. 

 - em outras palavras, eles ficaram com medo de mexer e piorar. 

 - sim. Os Goblins me explicaram um pouco mais - Harry continuou - eles me disseram que Dumbledore estava sugando minha magia lentamente, e junto com o bloqueio que ele colocou em meu núcleo, isso estava me deixando doente e estressado. Eu teria provavelmente mais um ou dois anos de vida se você não tivesse o matado. 

 Tom colocou o livro em cima da mesa e puxou Harry para perto, o abraçando.  Ele sabia que Harry ainda não estava confortável com ele, mas Tom precisava desse abraço. Lucius podia brigar com ele o quanto quisesse depois, mas ele sentia que se não tivesse certeza de que seu companheiro submisso estivesse bem e em segurança, ele provavelmente enlouqueceria. 

 Harry se agarrou ao Lorde das Trevas como se sua vida dependesse disso. Ele não queria ser tocado, mas no momento em que sentiu os braços de Tom ao seu redor, Harry percebeu que era exatamente onde ele deveria estar. 

 - Eles também me contaram que o velho havia conseguido obstruir  nossa ligação - Harry falou, ainda grudado ao Lorde das Trevas. Suas palavras fizeram cócegas no pescoço de Tom, mas ele não ousou se mexer - foi nesse momento que eu descobri que éramos companheiros. Depois que ele morreu, eu achei que não havia mais nada bloqueando nossa ligação, mas  então eu descobri que eu deveria ter sentido algo, e achei que pudesse ter algo a ver com os vestígios que ainda estão dentro de mim. 

 - se você quiser, eu posso tentar descobrir mais sobre esses rituais. 

 - obrigado... Tom? 

 - sim? 

 - você acha que talvez eu não tenha sentido nada porque há algo errado comigo?  - Harry conseguiu perguntar, enquanto bocejava. 

 - não! não há nada errado com você, Harry. Eu tenho certeza de que a culpa é totalmente do velho. 

 - você não diria isso se soubesse a verdade - Harry caiu no sono antes que o Lorde das Trevas pudesse perguntar sobre o que ele estava falando. 

 O caminho para o quarto de Harry demorou mais que o normal, porque Voldemort não queria acordar o ser fofo que dormia em seus braços. Lucius havia acabado de levantar, e os três se encontraram no corredor. 

 - o que aconteceu? 

 - ele passou a noite acordado - Tom explicou - nós conversamos um pouco em eu escritório e ele pegou no sono. 

 Lucius ajudou Tom a colocar Harry em sua cama, e ficou feliz ao ver que Harry não havia mudado a decoração do quarto. O loiro se esforçou muito para deixar o lugar aconchegante, e o fato de Harry ter gostado acalmava seu Veela. Lucius sabia que fazia pouco tempo desde que Harry havia chegado, e  ele ainda podia mudar tudo, mas algo lhe dizia que o quarto continuaria do mesmo jeito. Com um movimento de varinha, Harry já estava confortável em seu pijama, e não acordaria tão cedo, então os dois se retiraram do quarto, se esforçando para não fazer barulho.