Harry se trancou em seu quarto pelo resto do dia. Ele não queria ver nenhum dos dois, e definitivamente não queria pensar em seu passado. Um elfo doméstico apareceu trazendo consigo algumas poções que Harry deveria beber, mas com exceção do elfo, ninguém mais o incomodou.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, Harry, que estava deitado em sua cama confortável, decidiu parar de encarar o teto. Ele se aproximou de sua estante de livros, e ignorou a vontade de continuar lendo o livro que havia começado. Harry pensou em um assunto especifico, e viu toda a estante mudar.
Ele ignorou dois livros que já havia lido, assim como os livros que pareciam... erados, optando pelos livros que Harry sabia que responderiam suas perguntas. Alguns livros eram completamente inúteis, e Harry os descartou rapidamente, mesmo que alguns parecessem interessantes e chamassem sua atenção, ele guardou esses para depois.
Harry ainda estava lendo quando a hora do jantar chegou, e Dobby demorou alguns segundos para o achar no meio da pilha de livros que Harry havia criado ao seu redor. Lucius não o obrigou a sair do quarto e ir jantar com eles, em vez disso, Dobby foi mandado com seu jantar como na noite anterior, mas ele comeu sozinho dessa vez. Harry ainda não estava com muita fome, mas sabia que se não comesse pelo menos mais da metade, Lucius invadiria seu quarto preocupado.
Depois de comer o máximo possível, Harry voltou para sua pilha de livros. O que ele descobriu o acalmou, mas ele ainda não tinha certeza se tudo se aplicava a ele. Harry perdeu a noção do tempo, e quando percebeu, o dia já estava nascendo. Ele finalmente encontrou as resposta que estava procurando.
Sua porta não fez barulho ao ser a aberta, e Harry tentou ser silencioso enquanto andava pela mansão. Ele foi primeiro ao escritório de Voldemort, mesmo tento certeza de que era muito cedo para ele estar acordado. Apenas para garantir, Harry também foi p procurar na biblioteca. Tom não estava lá.
O Lorde das Trevas acordou um pouco mais cedo do que o normal, e instantaneamente percebeu que não conseguiria dormir mais. Os elfos provavelmente nem haviam começando o café da manhã. Tom olhou para Lucius, que ainda dormia ao seu lado, e o beijou antes de se levantar.
Lucius passou horas gritando com ele no dia anterior por ter assustado Harry, e ele entendia o loiro, ele sabia que precisava aprender a se controlar perto de Harry, mas Tom acreditava que se tivesse agido de forma diferente, Harry ainda assim não contaria a verdade para eles.
Sabendo que não adiantava nada ficar esperando o café da manhã que ainda iria demorar, o Lorde das Trevas decidiu trabalhar um pouco. Ele faria sua primeira aparição publica como "ditador" em três dias, e as coisas finalmente começariam a mudar para melhor.
Ao abrir a porta, Voldemort se surpreendeu ao ver Harry sentado em uma poltrona, com um livro gigante e muito, muito velho em seu colo. Harry não ouviu quando ele abriu a porta, e continuou lendo o livro.
- você não dormiu - Tom falou, assustando Harry.
- não - Harry respondeu, apensar de saber que não era uma pergunta.
- por que?
- eu estava lendo.
- os livros não vão sair correndo se você dormir - Tom comentou.
- eu sei, mas eu precisava de respostas.
- e você as achou?
- eu acho, mas não tenho certeza.
- é por isso que você está aqui?
- sim - o Lorde das Trevas se aproximou de Harry, e se sentou na poltrona ao lado da sua - o livro está falando a verdade, Tom? - Harry perguntou, estendendo o livro para Voldemort.
Tom pegou o livro com cuidado, era uma herança da família Malfoy, que detalhava a vida dos ancestrais Veela de Lucius. Esse livro não deveria ter aparecido na estante de Harry sem um pouco de insistência por parte do adolescente.
- eu li em outro livro que só existiam seis Veelas conhecidos que tiveram mais de um companheiro, antes de Lucius, obviamente - Harry comentou - e esse livro diz que quatro deles eram da família Malfoy.
- sim - Tom concordou, esperando que Harry explicasse o que ele realmente queria saber.
- os livros dizem que um Veela dominante nunca machucaria um submisso - não foi uma pergunta, mas Tom entendeu.
- é verdade, Harry. Nós nunca vamos te machucar!
- mesmo se eu decidisse dar um soco na sua cara, te deixando sem nariz tanto na forma humana quanto na forma ofídica? - Harry estava muito cansado para controlar sua língua.
- sim - Tom respondeu entre risos, esse era o Harry que ele ansiava por conhecer - mesmo se você quebrasse meu nariz. Eu provavelmente ficaria bravo, e gritaria um pouco, mas eu nunca iria te machucar.
- os livros também explicavam como os Veelas reconheciam seus companheiros - Harry mudou de assunto - e eu não lembro de ter me sentido dessa forma, por isso eu achei que podia ser diferente com mais de uma pessoa, e continuei procurando - isso explicava como Harry achou o livro - mas no caso de mais de um companheiro, o reconhecimento é feito pelo toque - Tom apenas concordou com a cabeça - Lucius tocou em mim no momento em que apareceu em Grimmauld Place, e você tocou em mim depois que eu te prendi na parede... você sentiu alguma coisa ao me tocar, Tom?
- é claro que sim!
- o que? - Harry provavelmente não sabia o quão vergonhoso isso era para o Lorde das Trevas.
- eu senti como se o mundo finalmente estivesse certo - Tom respondeu, se esforçando para não mentir, isso não era algo que ele gostaria de compartilhar. Nem mesmo Lucius sabia - eu senti meu corpo todo formigar, e me senti completo. Você era a peça que faltava para que eu parasse de existir e começasse a finalmente viver... - Voldemort provavelmente iria continuar falando, se Harry não tivesse interrompido.
- então por que eu não senti nada?
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Our Souls' Song
FanfictionHarry quis rir quando leu o papel, mas se segurou. Voldemort havia deixado claro que tinha poder o bastante para invadir o ministério e matar todos que encontrasse pelo caminho, mas ele preferiria se o ministério se rendesse sem muito sangue bruxo...