Capítulo 25

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Kalliope.

Quando ainda trabalhávamos, nós tínhamos uma conduta que o meu pai nem sempre teve. No início meu pai matava qualquer um por dinheiro, não importava se a pessoa era boa ou ruim, ele só recebia o dinheiro e matava. Depois que ele tinha o suficiente para se manter e me manter, ele só passou a fazer isso depois de se certificar que a pessoa realmente merecia. Ok, eu sei que ninguém pode decidir se uma pessoa merece viver ou morrer, mas esse era o trabalho dele e ele tinha que se manter, então depois que conseguiu um dinheiro bom, a única coisa que pode fazer para tornar tudo mais "humano" foi investigar seu alvo e ter saber se ele era uma pessoa boa ou não. Meus irmãos e eu paramos de trabalhar com isso a um tempo e temos dinheiro o suficiente para viver duas vidas sem ter que se preocupar com nada, mas hoje recebemos uma proposta que faria qualquer um pensar duas vezes, mas o alvo é o filho do presidente. O que esse garoto fez para alguém querer ele morto? Quem nos ligou disse que um encontro seria impossível, o trato seria apenas pelo telefone e também não quis dizer o motivo de querer a morte do garoto.

— Acho que eu acabei de descobrir o motivo. — Cléo se senta ao meu lado com o notebook em cima da perna.

— O que descobriu?

— O garoto pode ser uma ameaça ao pai, olha o tanto de merda que encobriram dele. — Pego o notebook.

— Porra, mas matar o moleque não é um pouco demais? — Hoss pergunta enquanto come o seu biscoito.

— Não me diga que foi o próprio pai do cara que quer matar ele? — Flint se senta ao meu lado para olhar as provas das merdas que o garoto faz.

— Olha, não entendo muito desse meio, mas já parou para pensar que talvez não seja o pai que quer a morte dele? Essa gente tem conchavo com todo mundo, talvez essas merdas desse garoto não afete somente o presidente e sim muitos de seus aliados porque se essas notícias vazarem, o presidente com certeza vai ter que deixar o seu cargo e isso acontecendo muitas pessoas podem se ferrar.

— Ou seja, eles ferram um para não ferrar um monte. — Elijah fala.

Vou passando as fotos e vejo que realmente o cara não é coisa boa, tem muitas fotos dele com prostitutas, drogas e até com armas, mas até onde sei, todos esses políticos se envolvem nisso. Absolutamente todos.

— Isso me parece muito hipócrita. — Orion fala ao meu lado.

— Do que fala exatamente?

— Está na cara, todos eles se drogam, todos eles se envolvem com prostitutas de luxo e com certeza todos eles andam por aí encomendando mortes, então querem matar o cara por fazer o mesmo que eles?

— Porque todos fazem isso com o máximo de sigilo, já o moleque está arriscando o anonimato não só dele como de muitas figuras importantes no país. — Elijah respondo ao Orion.

— Não sei vocês, mas eu não aceito esse trabalho. — Orion se levanta.

— Ei, calma aí, nós precisamos conversar como sempre fazemos. — Cléo fala se levantando.

— Cléo basicamente o nosso trabalho é julgar se uma pessoa merece viver ou não e se acharmos que essa pessoa é um marda, nós apertamos o gatilho, só que nesse caso tem muitos igual ao nosso alvo e provavelmente a pessoa que encomendou essa morte faz o mesmo que ele. Nós não estaríamos tirando um peso do mundo, estaríamos apenas tirando uma chance de tirarmos muitos pesos do mundo.

— Entendi o raciocínio dele.

— Mas eu não. — Cléo fala.

— É fácil Aretta... — Elijah se levanta e para na frente dela. — Esse jeito extravagante do garoto pode fazer não só ele ser exposto como vários outros. Se as merdas dele vazarem, automaticamente as merdas dos outros também vazam.

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora