Capítulo 82

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Lorenzo.

Eu não sei o que eu fiz ao certo, mas no momento estou tendo que lidar com uma Kalliope emburrada na poltrona ao lado da minha. Estávamos de boa no aeroporto com a nossa família, embarcamos e do nada ela fechou a cara, eu até tentei perguntar o que aconteceu e ela simplesmente negou voz pra mim. Estou igual um cachorro que leva esporro dos donos, todo acuado nessa poltrona.

—Linda... — Como esperado, ela não responde. — Só me diz o que... — A aeromoça chega até a nossa poltrona e eu paro de falar.

— Olá, o senhor precisa de alguma coisa? Uma bebida? — Nem olho direito para a mulher, eu preciso é fazer a Kalliope falar, essa viagem é para curtimos, ela não pode ficar assim.

— Não quero nada. — Respondo sem nem olhar a mulher. — Linda, fala comigo.

Vejo o exato momento em que ela fecha os punhos com força e eu entendo que ela está realmente com raiva.

— Tem certeza, está na hora da refeição, eu posso...

— Ele já disse que não quer nada. — Kalliope responde a mulher, ela se vira e sai.

— Linda...

— Como você pode detectar uma ameaça de longe mas não consegue perceber que tem alguém literalmente se jogando em cima de você, Lorenzo? — Ah, é ciúmes.

— Vida, do que está falando exatamente? — Eu realmente não percebi nada de anormal.

— Porra, que raiva. — Ela vira seu corpo na minha direção. — Sério, Lorenzo? Aquela filha da puta acabou de vir aqui e ignorou o fato de ter uma pessoa ao seu lado, ela te ofereceu algo, mas eu também estou aqui, e quando entramos nessa merda de avião, aquela cadela com cara de bicho preguiça ficou flertando com você na cara de pau, mesmo vendo que somos um casal, porra, estávamos de mãos dadas. — Fico completamente confuso.

— Linda, desde quando isso é motivo de você ficar brava comigo? Você acha que de alguma forma eu retribuí algo?

— To com raiva da vida, Lorenzo, me deixa. — Se vira e fecha os olhos.

Mas que porra eu fiz neste caralho? To confuso.

Kalliope pode simplesmente meter a porrada nessas pessoas, ou sei lá, falar algo com elas, eu nunca me importei dela se impor então porque ela está assim? Porque ela simplesmente não levanta e faz o que quer? Tem algo errado.

— Linda, o que está acontecendo? Se tudo isso aconteceu, porque você não resolveu como sempre faz? — Ela abre os olhos.

— Até quando você vai seguir não notando as intenções de certas pessoas com você?

— Kalliope, eu não noto porque eu simplesmente nem olho para o rosto de outra mulher direito, como irei notar algo se não reparo nelas?

— Que merda, Lorenzo, me deixa ter raiva de você.

— Você quer ficar com raiva de mim? — Porra, eu to confuso pra caralho. — Me fala, minha vida, me diz porque você não resolveu isso? — Ela se vira pra mim.

— Eu só queria uma merda de uma viagem legal, sem brigas por ciúmes, sem... Eu não quero ser a louca que briga por tudo, eu não quero estragar nada. — Sério isso?

— Kalliope, primeiro que eu me apaixonei por você exatamente pelo jeito que você é, eu nunca te pedi para mudar porque é exatamente o seu jeito que me agrada, se alguém desrespeitou a sua presença, faça o que quiser, eu estarei aqui para te apoiar. E você se preocupou tanto em não fazer nada para não estragar a nossa viagem, mas olha para a gente agora, estamos em uma discussão. Se não existia uma coisa que me incomodava em você, agora tem. Não quero que tente ser o que não é pensando que vai me agradar.

Quando foi que eu dei a entender que o jeito dela me incomoda? Que porra de homem eu sou pra deixar ela achar uma coisa dessa?

— Não fiz nada para te agradar, Lorenzo, eu fiz para agradar o momento. Acho que ninguém iria gostar de uma briga no meio de uma viagem.

— Linda, não somos como todos, se você quer bater em alguém, bata. Eu não to nem ai, na verdade, isso é até mais interessante.

— Me desculpe por descontar na gente, é que eu não sou muito boa com esse lance de guardar sentimentos.

— Então não guarde. E quando essa merda de avião pousar me faça o favor de bater em todo mundo. — Ela sorri bonitinho e se inclina para beijar a minha boca.

— Me desculpe.

— Não peça desculpas, Linda.

Kalliope.

Eu poderia está dormindo, mas o Lorenzo resolver ler e ele está um gostoso. Não sei porque raios ele resolveu botar uma calça jeans e um moletom, ele fica um gostoso assim. Vejo ele fecha o livro e se levantar, ele mexe no compartimento que fica em cima da gente e puxa a sua mala de mão. Não consigo ver o que ele pega na mala porque estou muito ocupada olhando o corpo dele. Ele volta para a poltrona, mas antes de abrir o seu livro outra vez, ele se inclina e deixa um beijo na minha boca. Meu corpo trava todinho quando ele levanta as mão, abre os óculos e bota em seu rosto, ele cruza as pernas e volta a ler o seu livro.

Abro e fecho a minha boca, eu nunca vi ele usando óculos, na verdade, eu nem sabia que ele usava. Eu nem sei o que falar, mas eu quero, quero muito. Eu acho que estou passando mal, tendo um infarto, meu coração está fazendo o contrário de parar... Eu vou me casar com um puta de um gostoso, que usa óculos e fica parecendo uma espécie de nerd sofisticado. Amei.

Puxo o livro de suas mãos e subo em cima dele.

— Linda o que você... — Beijo sua boca com vontade.

— Desde quando você usa óculos? Quer me matar do coração?

— Desde sempre, Linda, apenas para ler. — Ele parece confuso, mas logo um sorriso safado surge em seu rosto. — Hum, estou dentro dos seus padrões de "nerd gostoso"? — Ele abraça a minha cintura me puxando mais para ele.

Estamos em voo comercial, mas estamos na primeira classe, as poltronas são grandes e inclináveis.

— Lorenzo, não brinca com isso não, sério, eu estou quase tendo um infarto vendo você assim. Minha vontade no momento é tirar essas roupas do seu corpo e sentar em você até não aguentar mais. — Ele aperta a minha cintura com força.

— E vai deixar que outras pessoas vejam o meu corpo? — Ele beija o meu pescoço.

— Lorenzo, não brinca comigo. — Ele vai descendo os beijos.

— Ah Linda, vamos lá, vamos transar aqui, eu prometo te fazer gozar bem gostoso. — Meu corpo vibra com a voz grossa dele.

Olho em volta e vejo aquela vagabunda que estava dando em cima dele. Safada, o que é seu está guardado.

— Não vamos transar aqui, mas me promete não tirar os óculos? Por favor, eu faço tudo o que você quiser. — Quase imploro.

— Tudo o que eu quiser? Jura? — Ele pergunta ainda beijando o meu pescoço e passando as mãos pelo meu corpo.

— Sim, tudo o que quiser.

— Ok, não se esqueça disso, Linda. — Ele me bota sentada na minha poltrona e volta a pegar o seu livro. — Irei terminar o meu livro. — O desgraçado sabe que estou exitada, ele sabe que ele está um puta de uma gostoso e eu sei que ele vai me provocar até não poder mais.  

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora