Capítulo 56

541 65 13
                                    

Lorenzo.

Abro a porta do meu quarto na casa do meu irmão e escuto uma gritaria, penso em reclamar mentalmente sobre isso mas acabo abrindo um sorriso. Minha família é louca e eu amo isso. Já aceitei. Desço as escadas e vou para a cozinha que é de onde vem os gritos. No local está apenas Ryan, Pedro, Bianca e Francesco com o Joe no colo.

— Não, eu não consigo entender como você saiu dizendo que ia pegar uma pizza e voltou horas depois com um tiro. — Ryan fala e eu me seguro para não rir da cara do Pedro.

— Bom dia. — Eles olham pra mim e todos me ignoram, menos o Ryan.

— Espera, você também está machucado? — Ele vem na minha direção e pega no meu braço. Faço uma careta, isso doeu.

— Não contaram para ele? — Pergunto.

— Ele não deixa ninguém falar. — Pedro fala.

— Ok, falem.

— Nós, Lorenzo e eu... Bom, nós saímos para resolver um problema e...

— Você está enrolando, Pedro.

— Nós fomos salvar a Kalliope e os amigos dela, tivemos ajuda dos anjos da Bianca e é isso. — Falo de uma vez.

— Espera, espera... Salvar quem?

— Conheci a Cléo, te entendo agora, ela é linda. — Pedro fala e Ryan paralisa olhando o mesmo.

— Você chegou perto dela?

— Ciúmes, querido primo? — Francesco se manifesta.

— O que aquela mulher meio duvidosa fez com você? Ela deu em cima de você?

— Mas que porra, Ryan, eu tomei um tiro e você está me perguntando esse tipo de coisa?

— Eu te conheço, safado. — Ryan bate no braço do namorado.

— Eu só fiquei encantado com a beleza dela, nada além disso, alias, Kalliope tem uma beleza estonteante também. — Olho o mesmo com uma cara fechada e ele começa a rir junto com o Francesco. — Isso me faz lembrar que durante a missão o Lorenzo ficou todo boiola.

— Pedro cala a boca.

— Ah não, me conta isso ai. — Francesco entrega a criança para a Bianca que tem um sorriso no rosto.

— Calem a boca todos vocês, Ryan seu namorado deu em cima da Cléo. — Ryan vira para o namorado e dá um soco em seu braço.

— Perdeu a noção do perigo, Pedro?

— Ai, isso dói merda. Lorenzo, diz que é mentira, diz Lorenzo. — Não digo é nada, vou em direção à geladeira.

— Mafioso filho de uma boa mãe. Amor, isso é mentira, estávamos no meio de uma bagunça danada, como eu poderia dar em cima dela? Isso é mentira.

— Lorenzo, me fala a verdade. — Ryan para em minha frente.

— Tá, ele não deu em cima dela, mas ela até que queria, ela falou algumas coisas e ele teve alguns momentos de pânico, mas não foi nada demais.

— Ok, eu vou deixar passar. — Ele vai até o namorado. — Como foi burro ao ponto de levar um tiro?

— Culpa do seu primo, quis ficar de papinho com o cara enquanto eu soltava a Kalliope e tomei um tiro.

— Lorenzo seu porra, você fez isso de propósito né? — Ryan grita.

— Claro que não. — Falo com um sorriso.

— Eu sei que eu vivia pedindo para você sorrir mais, mas agora que você faz isso com frequência, me assusta. — Francesco fala.

— Tá gente... Vocês estão fazendo uma confusão por nada. — Bianca fala olhando para o Joe. — Ryan, o Pedro não beijou ninguém, ele não te traiu, Lorenzo, não implica com o Pedro e nem com o seu primo e Francesco, para de falar do lindo sorriso do Zangado.

— Sim senhora. — Francesco fala abraçando ela por trás.

— Ok, vamos, Pedro, temos muito o que conversar. — Ryan fala puxando o namorado.

Resta apenas Francesco, Bianca, Joe e eu na cozinha.

— Tenho que dizer algo a vocês.

— Pode dizer, somos todos ouvidos. — Francesco fala, mas seus olhos estão no seu filho.

— Irei trazer a Kalliope para conhecer todos vocês. — Os dois me olham na mesma hora. — Por favor, Bianca, não torne as coisas difíceis, já basta a mamãe.

Ela não fala uma única palavra, entrega Joe ao Francesco e sai da cozinha. Olho para o meu irmão meio confuso e ele abre um sorriso forçado.

— Conversamos um dia desses e eu acho que ela não vai facilitar muito para a Kalliope, mas também não vai complicar. Ela entende e respeita muito o seu sentimento, não seria capaz de fazer nada para atrapalhar vocês, mas não espere que ela vire melhor amiga da Kalliope porque não vai ser assim. — Suspiro.

— Eu sei... O fato da Kalliope ter me feito esperar fez a Bianca ter uma visão meio complicado sobre ela, segundo a Bianca eu sou bom demais para ser tratado desse jeito, mas o que ela não entende, é que eu era um completo estranho para a Kalliope, um estranho que estava atrás dela, o que ela fez foi pura proteção.

— Lorenzo, a Bianca sabe disso, mas ela ama você, ela não vai simplesmente agir com a razão agora, ela está agindo pela emoção.

— Eu sei...

— Boa sorte, você vai precisar.

— Eu vou precisar é de sabedoria para saber lidar com essas três mulheres. 

Francesco bota o Joe no carrinho que estava no canto.

— Olhe ele, eu vou pegar meu telefone. — Ele sai eu puxo uma cadeira para me sentar de frente para o Joe.

— Oi bebê, você só sabe dormir, é compreensível já que é só um bebêzinho, mas saiba que quando você crescer eu não vou deixar você ser tão preguiçoso assim, você vai aprender a lutar com o titio Lorenzo e vai aprender a atirar também. — Penso na minha infância e adolescência e me dou conta de uma coisa. — Você nunca vai passar pelo o que eu passei, Joe, nem você e nem o Pietro vão passar por esse maldito treinamento, a não ser que vocês queira isso, mas se não quiserem, eu não vou deixar, eu mato quem for para manter você saudáveis mentalmente. Eu faço tudo por vocês, pequeno, tudo. — Seguro sua mãozinha que tem a pulseira e abro um sorriso. — Eu te amo, pequeno... Eu amo você e seu priminho, vocês são o nosso futuro, vou ajudar a criar vocês para serem homens honrados e de bom caráter.




MAIS UMZINHO.  

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora