Capítulo 78

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Lorenzo.

Tenho três pares de alianças na minha frente. Quando Giovanni escolheu as alianças dele, ele pediu para trazerem em casa, então as alianças ficaram aqui e ninguém devolveu, ou seja, com certeza isso foi debitado da conta dele e ele nem deve saber. Elas são simples, mas são bonitas, isso que importa. Pego a do meio e a olho de perto, é essa.

— É essa.

— Boa escolha, ouro branco.

— Tá, qual é o próximo passo?

— Preciso que neste momento você tenha a mente aberta. — Porra, lá vem merda. — Você quer que ela se sinta especial, certo?

— Claro, Giovanni.

— Pois é, mas você está fazendo tudo em cima da hora e não temos nada muito elaborado para mostrar a ela o quanto ela é especial, então...

— Falo logo.

— Temos que apelar.

Ele vem andando na minha direção e bota a mão na minha cintura, levanto as minhas sobrancelhas quando sinto suas mãos passando para trás e parando bem em cima da minha arma.

— Mostre que ama ela dando a arma que sempre esteve protegendo o que você sempre julgou ser o mais importante. — Ele puxa a minha arma e estende as minhas mãos, ele bota a mesma ali e em cima dela bota as duas alianças, ele anda pela sala e pega um rosa do vaso e encaixa a mesma no gatilho da arma.

É, ele é bom nisso.

— Obrigado.

— Não me agradeça ainda, não terminamos.

— Não.

Ele vai saindo da sala e eu vou atrás dele, logo encontramos Francesco, Ryan e Pedro no corredor.

— Preciso de munição.

— Que?

— Balas, preciso de balas.

— Para que arma? Quem vamos matar? — Ryan pergunta.

— Ninguém, preciso escrever um "Eu te amo" com elas.

— Oh, isso é legal. — Francesco fala animado. — Pode ser bala das AK-47, vai ficar mais bonito.

— Temos várias com os bicos coloridos, podemos pegas as amarelas. — Ryan fala e eu fico olhando tudo sem dizer nada. ainda seguro a minha arma, a minha companheira de anos, a minha primeira arma, com as alianças em cima e a flor... Porra, eu estou mesmo amando, nem em sonhos eu daria a minha arma para alguém e hoje u faço isso com tanto gosto que é até estranho.

— Então é isso, resolvido.

— Que? O que resolveram?

— Você não precisa saber.

— Claro que sim?

— Vamos usar as balas de Ak mesmo.

— E agora?

— Agora você volta lá para fora, fica com ela e quando eu der o sinal, você vai fala o jardim da frente, lá eu te entrego as coisa e vai está tudo pronto. Confia.

— Sempre.

°°°

Kalliope e eu estamos sentados na espreguiçadeira tramando altos planos de proteção para a casa do meu irmão e eu não poderia estar mais feliz, assim como eu, ela pensa nos mínimos detalhes. Giovanni sumiu com o Ryan, Pedro e Orion, perguntei ao Francesco e ele disse que ele e as meninas ficaram para não levantar suspeitas. Olho em volta e vejo que não estão todos que são importantes para mim, mas por ser algo em cima da hora, eu preciso lidar com isso. Por mais que seja algo mais para ela e eu, eu ainda me sinto feliz que meus amigos e família estejam aqui para me ajudar e apoiar. Depois de mais uns vinte minutos o Giovanni e sua trupi aparecem e me dão o bendito sinal. É agora.

Me levanto e estendo a minha mão para ela.

— Vamos traçar um dos nossos planos, Linda.

Ela pega na minha mão e se levanta, vou guiando ela para o jardim da frente, eu poderia dizer que estou nervoso, mas não estou, essa é a coisa mais certa da minha vida, querer firmar e até mesmo eternizar tudo o que eu tenho com a Kalliope é a certeza mais concreta da minha vida, e eu confio tanto no nosso amor que eu não estou nem um pouco nervoso.

Meu coração está tão tranquilo que por um momento me pergunto o porquê de tanta certeza, mas logo me toco do tanto que amo e sou amado. Sim, eu sou amado pelo meu amor, eu sou amado pelo meu primeiro e único amor. Meu Deus, como eu sou grato.

Chegando no jardim eu abro um sorriso e solto uma risada desacreditada.

— Que filho da puta inteligente. — Falo baixinho.

— Meu Deus! — Ela leva suas mãoszinhas até a boca e olha tudo com curiosidade.

Eles escreveram "Eu te amo" na grama com as balas e contornaram tudo com velas. Está lindo e bem a nossa cara. Vejo uma mesinha de madeira ao lado e em cima dela está a minha arma, as alianças e a rosa. Ando até lá e pego tudo, me viro para a mulher da minha vida e vejo a mesma com os olhos brilhando por causa das lágrimas, ela ainda olha tudo com curiosidade e com encanto nos olhos.

Como ela é linda.

— Linda, eu sei que isso é um pouco inesperado, acredite, foi pra mim também, mas é de verdade, assim como o meu sentimento por você. Antes de tudo eu peço desculpas por fazer isso de um jeito simples, mas eu decidi tudo a minutos atrás e isso foi tudo o que o Giovanni conseguiu fazer. — Ela rir enquanto chora. — Mas pra mim é perfeito, porque foi assim como você entrou na minha vida, e é assim que eu quero concretizar o que temos, do nada, repentino... Kalliope, você é minha razão, ou a falta dela, tanto faz, eu na real nem sei explicar o que você significa pra mim, a única coisa que eu sei com tamanha clareza e certeza é do meu amor puro e verdadeiro por você, então é por isso que eu estou aqui, disposto a te oferecer não apenas o meu amor, mas também, uma prova de que eu abriria mão de tudo por você. — Estico as minhas mãos que está com a minha arma, as alianças e a rosa. — A princípio, isso seria um pedido de namoro, mas linda, eu quero o que você quiser, então me diga, o que você vai aceitar ser?

Ela está me olhando com tanta intensidade que consigo sentir claramente uma corrente elétrica passar pelo meu corpo. É surreal. É surreal os seus olhos molhados, o seu nariz e suas bochechas vermelhas pelo choro, sua boca abrindo e fechando, suas mãos tremendo... É surreal.

Meus olhos não saem do seu rosto, eu só noto sua movimentação quando sinto suas mãos e cima da minha arma.

— Eu aceito ser a sua, meu amor. Eu aceito ser sua esposa.

Puta merda, eu vou me casar. 

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora