Kalliope.
Pulo os cacos de vidros no chão da cozinha e vou em direção a sala, olho em volta e vejo a bagunça na minha casa, abro um sorriso e vou em direção ao sofá. Me sento e começo a tomar o chocolate quente que está na minha caneca da Barbie. Foco na tv, está passando Detona Ralph, amo essa animação. Sinto a cabeça do Orion parando em minha coxas e levo minha mão até seus cabelos.
— Kalli, ela não me responde. — Ele fala baixinho. A namorada brigou com ele outra vez, eles só vivem assim.
— Dori, quando vai perceber que esse relacionamento é tóxico e só te faz mal?
— Eu já percebi, só o meu coração que não. — Ele fala triste e isso me deixa triste.
Ela é um tipo de pessoa que não sabe como um relacionamento sério funciona, vive saindo sem ele e esse não é o problema, o problema são as bocas que ela beija. Orion é um homem brincalhão, divertido, ver coisa boa em tudo, é simples e bondoso, a coisa que ele mais preza é fidelidade, ele é leal até a promessas que fizemos quando crianças e esse relacionamento não faz bem a ele porque fidelidade passa longe, não por ele, mas por ela. Mas ele gosta dela, eu gosta e não consegue seguir em frente.
— Porque não começa tentando? Você nunca tentou esquecer ela, Dori... Tenta.
— E como faço isso?
— Primeiro de tudo, pare de esperar uma resposta. — Falo Apontando para o telefone. — Pare de ter esperanças, pare de esperar...
— Não é tão fácil assim.
— Eu sei, não é, mas eu não disse que a missão de esquecer alguém é fácil.
— Eu odeio amar. — Solto uma risada nasal.
— Eu sei meu bem, acho que no fundo, todos nós odiamos amar quando o amor não é o que esperamos.
Escutamos o barulho da porta e é o Elijah entrando com algumas sacolas.
— O que aconteceu na casa? — Pergunta andando normalmente em direção a cozinha.
— Cobra e Electra estavam em uma luta corporal muito interessante. — Dori fala se sentando. — Essa vida de paz deixa elas entediadas.
— Entendi... — Elijah fala se sentando ao lado do irmão. — Que tal um mano a mano nós dois? — Ele pergunta e o Orion faz cara de cansado. — Ah, qual é, Flint, você nunca mais quis levar umas porradas do seu irmãos, isso é no mínimo muito frustrante pra mim.
— Eli, eu amo receber seus socos e amo dar socos em você, mas eu estou passando por um momento meio bosta, então eu só quero chorar mesmo. — Ele se levanta e vai andando em direção ao quarto.
— Aquela mulher de novo? — Elijah pergunta e eu confirmo com a cabeça. — E é por isso que eu prefiro homens. — Ele fala se ajeitando no sofá e pegando o controle.
Com calma boto a minha caneca na mesinha ao lado do sofá e depois pulo em cima dele.
— Sai, sua louca.
— Não se atreva a mudar de canal, seu idiota. — Ficamos numa briga para ter a posse do controle.
— Kalliope King, eu quero ver a merda do futebol.
— Não to nem ai, eu estava aqui primeiro, então o controle fica comigo.
— Eu sou o mais velho.
— To nem ai. — Ele me empurra e eu bato com as costas no sofá.
Meus olhos se enchem de lágrimas e eu me afasto dele, abraço minhas pernas e boto a minha cabeça nos meus joelhos.
— Eu já vi você tomando um soco na cara de um homem duas vezes maior que você e nem se abalar, você acha mesmo que isso vai me convencer? — Ele fala e eu levanto a cabeça e seco minhas lágrimas falsas. Levanto do sofá e antes de sair andando eu pego o relógio da mesinha e taco nele com força.
— Fica com essa merda de futebol, só cuidado na hora de dormir, eu posso te sufocar com o seu travesseiro. — Pego a minha caneca e saio andando.
— Eu vou dormir com a Are hoje, só para deixar claro. — Ele grita.
Eu não tenho um momento de paz nessa casa, todo dia essas pestes me tira do sério. Me sento na frente do meu computador e vejo ele... Mas que porra é essa?
Vejo Lorenzo cheio de sorrisinho para o telefone, ele nunca sorri, nunca mesmo. Aumento o som para ficar mais atenta a tudo que ele falar, mas no momento não está dizendo nada. Fico olhando a cena dele digitando e a porra da minha curiosidade só aumenta.
"Bianca, eu não vou tirar uma foto assim com ele, ele é só um bebê" Ele manda um áudio e eu relaxo, está falando com a cunhada, menos mal. Mas ainda não consigo engolir essa mulher, quando eles estão juntos ele fica diferente, ele faz literalmente tudo o que ela quer, isso é irritante. "Oi, sim, eu vou hoje. " Ele manda outro áudio e eu estreito os olhos, ele não está sorrindo, ele está falando com outra pessoa. " Sim, no mesmo horário, às oito." Esse filho da puta vai para onde as oito? Espero falar mais alguma coisa, mas nada acontece. Ele continua a mexer no telefone. Uma pessoa chega atrás dele e não dá para ver o rosto por está em pé. "É isso mesmo? Você vai ver aquela mulher?" É a voz do irmão, Francesco. Mas que porra de mulher é essa? "Não, Francesco... Eu não quero fazer isso." Parece que ele está falando de outra coisa. "Ah, então você vai mesmo ver ela? Interessante, Lorenzo", O irmão continua no assunto da mulher. " Porra, vocês vão acabar me fudendo." Lorenzo se levanta. "E o que isso tem a ver com você ir até aquele bar encontrar ela e... Sei lá, se beijarem?", mais que porra está acontecendo aqui? Ele vai beijar quem?
— Vai beijar é a minha glock cromada, seu filho da puta. — Grito com o computador. Esse homem só pode está querendo a morte ou uma bala no rabo.
"Francesco chega", Lorenzo fala e seu irmão começa a rir. "Eu sei que você vai estar esperando por ela às oito lá no Império", Francesco fala e sai andando. Vejo o idiota do Lorenzo se jogando no sofá e passando as mãos no rosto.
— Você vai ver o que tu vai beijar, seu safado.
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Amor Fatal. [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]
Roman d'amourSendo o único solteiro de quatro irmãos, Lorenzo Lastra está em busca de uma mulher que foi preciso olhar apenas uma vez para se apaixonar. Mas nem sendo membro da maior máfia do mundo esse é um trabalho fácil. Kalliope, conhecida por muitos como El...