Capítulo 05

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Kalliope.

Pulo os cacos de vidros no chão da cozinha e vou em direção a sala, olho em volta e vejo a bagunça na minha casa, abro um sorriso e vou em direção ao sofá. Me sento e começo a tomar o chocolate quente que está na minha caneca da Barbie. Foco na tv, está passando Detona Ralph, amo essa animação. Sinto a cabeça do Orion parando em minha coxas e levo minha mão até seus cabelos.

— Kalli, ela não me responde. — Ele fala baixinho. A namorada brigou com ele outra vez, eles só vivem assim.

— Dori, quando vai perceber que esse relacionamento é tóxico e só te faz mal?

— Eu já percebi, só o meu coração que não. — Ele fala triste e isso me deixa triste.

Ela é um tipo de pessoa que não sabe como um relacionamento sério funciona, vive saindo sem ele e esse não é o problema, o problema são as bocas que ela beija. Orion é um homem brincalhão, divertido, ver coisa boa em tudo, é simples e bondoso, a coisa que ele mais preza é fidelidade, ele é leal até a promessas que fizemos quando crianças e esse relacionamento não faz bem a ele porque fidelidade passa longe, não por ele, mas por ela. Mas ele gosta dela, eu gosta e não consegue seguir em frente.

— Porque não começa tentando? Você nunca tentou esquecer ela, Dori... Tenta.

— E como faço isso?

— Primeiro de tudo, pare de esperar uma resposta. — Falo Apontando para o telefone. — Pare de ter esperanças, pare de esperar...

— Não é tão fácil assim.

— Eu sei, não é, mas eu não disse que a missão de esquecer alguém é fácil.

— Eu odeio amar. — Solto uma risada nasal.

— Eu sei meu bem, acho que no fundo, todos nós odiamos amar quando o amor não é o que esperamos.

Escutamos o barulho da porta e é o Elijah entrando com algumas sacolas.

— O que aconteceu na casa? — Pergunta andando normalmente em direção a cozinha.

— Cobra e Electra estavam em uma luta corporal muito interessante. — Dori fala se sentando. — Essa vida de paz deixa elas entediadas.

— Entendi... — Elijah fala se sentando ao lado do irmão. — Que tal um mano a mano nós dois? — Ele pergunta e o Orion faz cara de cansado. — Ah, qual é, Flint, você nunca mais quis levar umas porradas do seu irmãos, isso é no mínimo muito frustrante pra mim.

— Eli, eu amo receber seus socos e amo dar socos em você, mas eu estou passando por um momento meio bosta, então eu só quero chorar mesmo. — Ele se levanta e vai andando em direção ao quarto.

— Aquela mulher de novo? — Elijah pergunta e eu confirmo com a cabeça. — E é por isso que eu prefiro homens. — Ele fala se ajeitando no sofá e pegando o controle.

Com calma boto a minha caneca na mesinha ao lado do sofá e depois pulo em cima dele.

— Sai, sua louca.

— Não se atreva a mudar de canal, seu idiota. — Ficamos numa briga para ter a posse do controle.

— Kalliope King, eu quero ver a merda do futebol.

— Não to nem ai, eu estava aqui primeiro, então o controle fica comigo.

— Eu sou o mais velho.

— To nem ai. — Ele me empurra e eu bato com as costas no sofá.

Meus olhos se enchem de lágrimas e eu me afasto dele, abraço minhas pernas e boto a minha cabeça nos meus joelhos.

— Eu já vi você tomando um soco na cara de um homem duas vezes maior que você e nem se abalar, você acha mesmo que isso vai me convencer? — Ele fala e eu levanto a cabeça e seco minhas lágrimas falsas. Levanto do sofá e antes de sair andando eu pego o relógio da mesinha e taco nele com força.

— Fica com essa merda de futebol, só cuidado na hora de dormir, eu posso te sufocar com o seu travesseiro. — Pego a minha caneca e saio andando.

— Eu vou dormir com a Are hoje, só para deixar claro. — Ele grita.

Eu não tenho um momento de paz nessa casa, todo dia essas pestes me tira do sério. Me sento na frente do meu computador e vejo ele... Mas que porra é essa?

Vejo Lorenzo cheio de sorrisinho para o telefone, ele nunca sorri, nunca mesmo. Aumento o som para ficar mais atenta a tudo que ele falar, mas no momento não está dizendo nada. Fico olhando a cena dele digitando e a porra da minha curiosidade só aumenta.

"Bianca, eu não vou tirar uma foto assim com ele, ele é só um bebê" Ele manda um áudio e eu relaxo, está falando com a cunhada, menos mal. Mas ainda não consigo engolir essa mulher, quando eles estão juntos ele fica diferente, ele faz literalmente tudo o que ela quer, isso é irritante. "Oi, sim, eu vou hoje. " Ele manda outro áudio e eu estreito os olhos, ele não está sorrindo, ele está falando com outra pessoa. " Sim, no mesmo horário, às oito." Esse filho da puta vai para onde as oito? Espero falar mais alguma coisa, mas nada acontece. Ele continua a mexer no telefone. Uma pessoa chega atrás dele e não dá para ver o rosto por está em pé. "É isso mesmo? Você vai ver aquela mulher?" É a voz do irmão, Francesco. Mas que porra de mulher é essa? "Não, Francesco... Eu não quero fazer isso." Parece que ele está falando de outra coisa. "Ah, então você vai mesmo ver ela? Interessante, Lorenzo", O irmão continua no assunto da mulher. " Porra, vocês vão acabar me fudendo." Lorenzo se levanta. "E o que isso tem a ver com você ir até aquele bar encontrar ela e... Sei lá, se beijarem?", mais que porra está acontecendo aqui? Ele vai beijar quem?

— Vai beijar é a minha glock cromada, seu filho da puta. — Grito com o computador. Esse homem só pode está querendo a morte ou uma bala no rabo.

"Francesco chega", Lorenzo fala e seu irmão começa a rir. "Eu sei que você vai estar esperando por ela às oito lá no Império", Francesco fala e sai andando. Vejo o idiota do Lorenzo se jogando no sofá e passando as mãos no rosto.

— Você vai ver o que tu vai beijar, seu safado. 

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora