Capítulo 37

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Kalliope.

Abro os olhos quando não sinto o corpo grande do Lorenzo ao meu lado, me sento na cama e olho ao redor. É, ele não está aqui. Me levanto e vou até o banheiro, faço minha higienes e logo saí do local, pego a blusa dele que está no chão e boto em meu corpo. Saio do quarto e vou em direção a sala, escuto barulhos na cozinha e vou direto até lá. Vejo o corpo delicioso dele e abro um sorriso.

— Você está cozinhando? — Ele se vira e sorri pra mim.

— Não, me desculpe por isso, aqui não tinha nada, tive que pedir o nosso amoço. — Ele vem na minha direção e beija a minha boca. — Bom dia?!

— Ok, entendi que eu dormi demais.

— Não, você dormiu o que deveria dormir.

Ficamos a noite passada acordados e eu não estou reclamando, foi incrível passar essa noite com ele. Ele é incrível.

— E o que você pediu para comer?

— Espero que goste de comida tailandesa. — Hum, eu amo.

Ele me guia até a mesa e logo me sento, ele vai até a pia, pega tudo e trás até a mesa. Depois de botar tudo na mesa ele se senta ao meu lado e começamos a comer.

— Me desculpe por mais cedo.

— Não precisa se desculpar, você estava se defendendo.

— Sim, eu não preciso, mas é costume. — Lembro das vezes em que algo do tipo acontecia e os caras sempre agiam de forma estranha e me julgava por minhas atitudes.

Não é que eu ache as minhas atitudes agressivas certas, mas eu fui criada assim, isso é normal pra mim, então eu não conseguia enxergar isso como algo tão grande como todos eles enxergam, mas o Lorenzo entende, ele entende e isso me causa algo estranho, é estranho ter alguém que me aceite tão bem. Lembrando da noite de ontem, antes de virmos para o apartamento dele, eu vejo com clareza o jeito despreocupado dele quando eu socava a cara das pessoas no karaokê, na mesma proporção em que isso me assusta, me deixa confortável. Ele me deixa ser eu mesma e parece gostar disso, com ele eu não preciso viver como antes, tendo que me privar de ser eu mesma para não chatear ou assustar o meu parceiro.

— Não gosto quando você fala assim. — Ele fala de uma forma simples enquanto come.

— Que?

— Você fala como se tivesse pedido muitas desculpas por ser você mesmo.

— É, eu fiz isso.

— Não quero que me peça desculpas por ser você, você não fez nada de errado... Bom, na verdade você fez, você se envolveu com pessoas que não eram para você e isso te causou esse hábito horrível de se desculpar quando não há necessidade e nem motivo. — Fico sem saber o que dizer por um tempo.

— A culpa não era deles...

— Não, claro que não. Como eu disse, você se envolveu com pessoas que não entendiam o seu mundo, então eles acabavam julgando algo que para você é normal. Kalliope, só entenda que eu não irei te julgar por andar armada, bater em alguém no meio de um encontro ou me fazer acordar no susto enquanto puxa uma arma para saber a procedência de um barulho. Isso não me incomoda e nem me assusta, a única coisa que eu quero é que você continue ao meu lado.

— Você é louco. — Falo enquanto olho para ele com um sorriso idiota.

— Com o tempo você vai perceber que eu sou como você, mas de um jeito diferente...

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora