Kalliope.
Eu não sei o porquê de eu ter que fazer esse tipo de coisas... Eu fui treinada para matar, não para ficar fazendo compras, eu odeio fazer compras, o Elijah fica encarregado disso, mas por algum motivo ele não quis vir hoje e sobrou pra mim e para a Cléo.
Vir ao mercado é muito estressante, eu me sinto monitorada, é estranho, as pessoas ficam me olhando e isso me incomoda. Orion diz que é porque as pessoas ficam encantadas com a minha beleza, mas eu não consigo acreditar, parece que todos querem me matar e isso me deixa em alerta. A real é que eu não curto muito ficar em lugares com muitas pessoas, isso me deixa bem incomodada, eu cresci com o meu pai e segundo ele, pessoas como nós não podemos ficar amostra, por isso eu sempre apago meus rastros, invado todos os sistemas dos lugares que fui e apago minhas imagens, só assim consigo me sentir bem.
— Olha Kall, isso parece ser muito bom. — Cléo fala olhando para a caixa de cereal.
— Bom para o Dancam? Com certeza.
— Eu odeio o seu paladar adulto.
— No caso você odeia o paladar adulto de uma adulta?
— Não é porque você é adulta que precisa comer só coisas de adultos.
— Cléo, você precisa parar de comer essas besteiras.
— Tá, tá. — Ela fala botando a caixa no carrinho.
Hoje o Dancam vai lá para casa e precisamos de munição, o menino come muito, ele é um dragãozinho, não sei como Dayane aguenta, se ele fosse meu filho eu iria surtar.
— Eu acho que pegamos tudo. — Cleo fala olhando o carrinho.
— Ok, então vamos pagar, eu quero ir para casa.
Vamos em direção ao caixa e por obra do altíssimo estava vazio, começamos a passar as compras e logo depois eu pago tudo. Depois de botar tudo no carro entramos e vamos para casa. O trajeto é calmo, Cléo não é muito de falar, mas quando fala também...
Paro no sinal e me concentro em ligar o som, tem um pendrive no rádio e é do Orion, uma música estranha começa a tocar e eu olho para Cléo com uma expressão confusa e ela está do mesmo jeito.
— O que esse garoto anda escutando, gente?! — Ela pergunta puxando o pendrive e começa um chiado do rádio, nós duas nos assustamos e entramos em um mini desespero para parar com esse som infernal.
' Nos atrapalhamos e não conseguimos desligar, eu apertei o botão e nada, mas que inferno.
— Não aperte, eu já aperte. — Falo quando ela aperta logo depois de mim.
— Não, eu apertei, não aperta.
Começo a ouvir buzinas e vejo que o sinal abriu, mas sem condições de eu botar o carro em movimento.
— Porra, bota o pendrive, bota essa merda. — Falo desesperada e ele encaixa o objeto no rádio. Aquela música estranha começa a tocar bem alta e nós duas ficamos mais nervosas. Acho que aumentamos o volume nessa confusão toda. Os sons das buzinas e da música alta estão me deixando louca.
— Mas que inferno. — Cléo grita e chuta o rádio quebrando o meu e fazendo o silêncio reinar dentro do carro, mas do lado de fora continua o inferno.
— Mexe esse carro, vadias. — O cara do carro de trás grita e eu no mesmo momento tiro o cinto e saio do carro.
Ah, mas ele não vai falar assim comigo mesmo. Ando na direção do carro e quando eu chego ao lado da porta do motorista, Cléo já está ao meu lado.
— Vamos quebrar esse puto. — Ela fala abrindo a porta do motorista e puxando o cara para fora.
— Está louca? Me solta!
— Me chama de vadia de novo... — Falo parando na frente dele.
— Ah mulher saia da minha frente e se não sabe dirigir, não pegue um carro da próxima vez. — Ele anda em direção a porta do carro e eu o puxo pela blusa.
As pessoas começam a sair dos carros para olhar e isso vai me deixando mais nervosa. Eu vou arrebentar a cara desse filho da puta por me fazer passar por isso.
— Você deveria sair da porra do seu carro de merda e ir até o carro que estava te atrapalhando para ter certeza se estava tudo bem, parou para pensar que a pessoa que estava dirigindo poderia está passando mal ou até mesmo morrendo? Seu idiota. — Cléo grita.
— Vocês estão muito bem, suas loucas. — Ele grita também.
— Eu vou arrebentar a sua cara, seu estúpido. — Falo já sem paciência.
— Encosta a mão em mim e eu te desmaio só com um soco. — Eu não acredito que ele falou isso...
— Faz isso e eu te mato. — Puta merda.
Viro o meu corpo lentamente e vejo cinco homens e um deles é o Lorenzo, ele está me seguindo?
— Pronto, chegou um homem para defender as donzelas.. — O cara fala e eu nem consigo olhar para ele, por mais que o que saiu da boca dele tenha me deixado com raiva. Estou com os olhos presos nele.
— Acredito que as duas não precisam disso, mas tente levantar a mão e você é um homem morto.
Com tantas opções para eu encontrar esse homem outra vez eu vou encontrar ele logo em uma briga de trânsito, legal!
— Cara, entra no seu carro, elas vão fazer o mesmo e tudo vai acabar aqui. — O cara ao lado do Lorenzo fala e eu sei que esse é o primo dele.
Lorenzo vem na minha direção e para bem na minha frente, ele olha para baixo e pega na minha mão.
— Entra no seu carro e vai para casa. — Ele fala tão calmo que eu fico ainda mais presa. — Vem. — Ele me puxa e só aí que eu acordo. Ele vai me levando até o carro e quando chegamos na porta ele abre a mesma e eu fico extremamente sem graça por ter paralisado por causa dele. — Consegue dirigir?
— Claro que sim.
— Ok, mas não seria melhor a sua amiga dirigir? — Ele pergunta ainda olhando fixamente pra mim e isso me deixa fraca.
— Sim, eu vou dirigir. — Cléo fala então ele me puxa para o outro lado do carro, ele abre a porta do passageiro e fica me olhando por alguns segundos.
— Você está linda. — Ele fala isso com uma expressão séria, ele não dá um sorrisinho.
— Obrigado. — Merda, ele sorriu.
Ele começa a se afastar e por impulso eu pego na mão dele. Ele me olha outra vez e sinto minhas pernas fracas.
— Algum problema?
— Obrigado. — Merda, não é isso que eu queria falar.
— Não foi nada, eu só te impedi de bater naquele pobre homem.
Ele levanta as nossas mãos e leva até sua boca, ele beija a minha mão e vai. Entro no carro e fico olhando para frente sem dizer uma só palavra.
— Hum, ele é...
— Não fala nada, Areta!
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Amor Fatal. [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]
Storie d'amoreSendo o único solteiro de quatro irmãos, Lorenzo Lastra está em busca de uma mulher que foi preciso olhar apenas uma vez para se apaixonar. Mas nem sendo membro da maior máfia do mundo esse é um trabalho fácil. Kalliope, conhecida por muitos como El...