Capítulo 13

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Kalliope.

Eu não sei o porquê de eu ter que fazer esse tipo de coisas... Eu fui treinada para matar, não para ficar fazendo compras, eu odeio fazer compras, o Elijah fica encarregado disso, mas por algum motivo ele não quis vir hoje e sobrou pra mim e para a Cléo.

Vir ao mercado é muito estressante, eu me sinto monitorada, é estranho, as pessoas ficam me olhando e isso me incomoda. Orion diz que é porque as pessoas ficam encantadas com a minha beleza, mas eu não consigo acreditar, parece que todos querem me matar e isso me deixa em alerta. A real é que eu não curto muito ficar em lugares com muitas pessoas, isso me deixa bem incomodada, eu cresci com o meu pai e segundo ele, pessoas como nós não podemos ficar amostra, por isso eu sempre apago meus rastros, invado todos os sistemas dos lugares que fui e apago minhas imagens, só assim consigo me sentir bem.

— Olha Kall, isso parece ser muito bom. — Cléo fala olhando para a caixa de cereal.

— Bom para o Dancam? Com certeza.

— Eu odeio o seu paladar adulto.

— No caso você odeia o paladar adulto de uma adulta?

— Não é porque você é adulta que precisa comer só coisas de adultos.

— Cléo, você precisa parar de comer essas besteiras.

— Tá, tá. — Ela fala botando a caixa no carrinho.

Hoje o Dancam vai lá para casa e precisamos de munição, o menino come muito, ele é um dragãozinho, não sei como Dayane aguenta, se ele fosse meu filho eu iria surtar.

— Eu acho que pegamos tudo. — Cleo fala olhando o carrinho.

— Ok, então vamos pagar, eu quero ir para casa.

Vamos em direção ao caixa e por obra do altíssimo estava vazio, começamos a passar as compras e logo depois eu pago tudo. Depois de botar tudo no carro entramos e vamos para casa. O trajeto é calmo, Cléo não é muito de falar, mas quando fala também...

Paro no sinal e me concentro em ligar o som, tem um pendrive no rádio e é do Orion, uma música estranha começa a tocar e eu olho para Cléo com uma expressão confusa e ela está do mesmo jeito.

— O que esse garoto anda escutando, gente?! — Ela pergunta puxando o pendrive e começa um chiado do rádio, nós duas nos assustamos e entramos em um mini desespero para parar com esse som infernal.

' Nos atrapalhamos e não conseguimos desligar, eu apertei o botão e nada, mas que inferno.

— Não aperte, eu já aperte. — Falo quando ela aperta logo depois de mim.

— Não, eu apertei, não aperta.

Começo a ouvir buzinas e vejo que o sinal abriu, mas sem condições de eu botar o carro em movimento.

— Porra, bota o pendrive, bota essa merda. — Falo desesperada e ele encaixa o objeto no rádio. Aquela música estranha começa a tocar bem alta e nós duas ficamos mais nervosas. Acho que aumentamos o volume nessa confusão toda. Os sons das buzinas e da música alta estão me deixando louca.

— Mas que inferno. — Cléo grita e chuta o rádio quebrando o meu e fazendo o silêncio reinar dentro do carro, mas do lado de fora continua o inferno.

— Mexe esse carro, vadias. — O cara do carro de trás grita e eu no mesmo momento tiro o cinto e saio do carro.

Ah, mas ele não vai falar assim comigo mesmo. Ando na direção do carro e quando eu chego ao lado da porta do motorista, Cléo já está ao meu lado.

— Vamos quebrar esse puto. — Ela fala abrindo a porta do motorista e puxando o cara para fora.

— Está louca? Me solta!

— Me chama de vadia de novo... — Falo parando na frente dele.

— Ah mulher saia da minha frente e se não sabe dirigir, não pegue um carro da próxima vez. — Ele anda em direção a porta do carro e eu o puxo pela blusa.

As pessoas começam a sair dos carros para olhar e isso vai me deixando mais nervosa. Eu vou arrebentar a cara desse filho da puta por me fazer passar por isso.

— Você deveria sair da porra do seu carro de merda e ir até o carro que estava te atrapalhando para ter certeza se estava tudo bem, parou para pensar que a pessoa que estava dirigindo poderia está passando mal ou até mesmo morrendo? Seu idiota. — Cléo grita.

— Vocês estão muito bem, suas loucas. — Ele grita também.

— Eu vou arrebentar a sua cara, seu estúpido. — Falo já sem paciência.

— Encosta a mão em mim e eu te desmaio só com um soco. — Eu não acredito que ele falou isso...

— Faz isso e eu te mato. — Puta merda.

Viro o meu corpo lentamente e vejo cinco homens e um deles é o Lorenzo, ele está me seguindo?

— Pronto, chegou um homem para defender as donzelas.. — O cara fala e eu nem consigo olhar para ele, por mais que o que saiu da boca dele tenha me deixado com raiva. Estou com os olhos presos nele.

— Acredito que as duas não precisam disso, mas tente levantar a mão e você é um homem morto.

Com tantas opções para eu encontrar esse homem outra vez eu vou encontrar ele logo em uma briga de trânsito, legal!

— Cara, entra no seu carro, elas vão fazer o mesmo e tudo vai acabar aqui. — O cara ao lado do Lorenzo fala e eu sei que esse é o primo dele.

Lorenzo vem na minha direção e para bem na minha frente, ele olha para baixo e pega na minha mão.

— Entra no seu carro e vai para casa. — Ele fala tão calmo que eu fico ainda mais presa. — Vem. — Ele me puxa e só aí que eu acordo. Ele vai me levando até o carro e quando chegamos na porta ele abre a mesma e eu fico extremamente sem graça por ter paralisado por causa dele. — Consegue dirigir?

— Claro que sim.

— Ok, mas não seria melhor a sua amiga dirigir? — Ele pergunta ainda olhando fixamente pra mim e isso me deixa fraca.

— Sim, eu vou dirigir. — Cléo fala então ele me puxa para o outro lado do carro, ele abre a porta do passageiro e fica me olhando por alguns segundos.

— Você está linda. — Ele fala isso com uma expressão séria, ele não dá um sorrisinho.

— Obrigado. — Merda, ele sorriu.

Ele começa a se afastar e por impulso eu pego na mão dele. Ele me olha outra vez e sinto minhas pernas fracas.

— Algum problema?

— Obrigado. — Merda, não é isso que eu queria falar.

— Não foi nada, eu só te impedi de bater naquele pobre homem.

Ele levanta as nossas mãos e leva até sua boca, ele beija a minha mão e vai. Entro no carro e fico olhando para frente sem dizer uma só palavra.

— Hum, ele é...

— Não fala nada, Areta!

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora