Capítulo 17

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Lorenzo.

Porque eu não marquei de ir buscar ela? Só assim eu teria certeza de que não iria levar um bolo. Calma, Lorenzo, não oito e cinco, pessoas se atrasam... Não, ela não vem, isso sim, eu estou aqui fazendo papel de babaca. Olho para o relógio mais uma vez e me sinto ainda mais nervoso

Parabéns, Lorenzo, com tantas mulheres para se apaixonar, você se apaixonou pela mulher que não te quer e ainda por cima é perigosa, ótimo.

Pego o meu telefone e mando mensagem para Maria Alice, eu mandaria para a Bianca, mas do jeito que ela está, ficaria com raiva e tentaria matar a Kalliope.

" Marquei oito, e são oito e seis, será que ela não vem?"'

" Lorenzo, pessoas se atrasam, você precisa esperar no mínimo umas meia hora. "

Ok, meia hora de espera não é muito, mas se em meia hora ela não chegar isso quer dizer que ela não vem? Porra, nunca me senti assim antes, estou odiando. Guardo o telefone e me concentro na taça com água que está em cima da mesa... Merda, que saco! Começo a olhar para os lados e logo paro meus olhos na entrada do restaurante. Puta que pariu!

Vejo ela andando na minha direção e quase tenho um infarto, ela está linda, o vestido preto deixa o seu corpo perfeito, seus cabelos longos e ondulados a deixa ainda mais perfeita... A maioria das pessoas a olham quando ela passa e isso me incomoda, mas não a ponto de tirar a minhas fascinação por ela, é perfeita.

— Boa noite. — Ela diz quando chega na mesa e eu me levanto, ajudo a mesma a se sentar e todas essas merdas de etiquetas.

— Boa noite.

Ela me olha profundamente, como se estivesse vendo a minha alma, isso me deixa nervoso, mas ao mesmo tempo fascinado, me faz querer saber mais sobre ela, conhecer cada mania, escutar cada curiosidade e responder todas as suas perguntas porque é isso que eu vejo nos seus olhos sempre, curiosidade, é como se ela não soubesse nada sobre mim, mas eu sei que sabe, sabe até de mais.

— Você está... Magnífica!

— Obrigado, você está impecável como sempre.

— Vamos fazer o pedido? — Ignoro o elogio que pela primeira vez na vida me senti bem em receber.

— Claro.

Depois de alguns minutos escolhemos o nosso pedido, agora ela está me olhando da mesma forma, como se eu fosse um enigma e eu devo dizer que eu estou a olhando do mesmo jeito, essa mulher é um mistério, mesmo que eu já saiba um pouco sobre ela. Essa mistura de carinha de boneca e agilidade de um ninja me deixa fascinado.

— É só perguntar, Kalliope. — Quebro o silêncio.

— Então está disposto a responder qualquer pergunta?

— Que tal um jogo? Da mesma forma que você tem perguntas, eu também tenho... Eu respondo e logo depois pergunto.

— Justo. Você pode começar.

— O que você quer comigo, realmente? — Vou direto ao ponto.

— Ah não, muito direto Lorenzo, não sabe nem brincar. — Ela fala pegando a taça com o vinho que o garçom serviu, ela leva a mesma até a boca e eu fico hipnotizado. — É a minha vez, irei te mostrar como começa essa brincadeira. — A postura dela é totalmente ousada e confiante, isso me deixa com uma confusão enorme de sentimentos. — Porque você nunca se envolveu com ninguém? Digo, nada sério?

— É uma boa pergunta... A verdade é que eu não sou uma pessoa que se impressiona fácil e muito menos uma pessoa que se atrai por corpos e rostos bonitos. Nunca me envolvi porque as mulheres que vinham até a mim vinham oferecendo os seus corpos, nunca outra coisa.

— E o que gostaria que eles te oferecessem?

— São duas perguntas seguidas, Kalliope, agora é você que não está sabendo brincar. — Ela abre um sorriso de lado que me deixa excitado... Isso responde a segunda pergunta dela, é isso que eu quero de uma pessoa, um ato tão pequeno que mexa comigo dessa forma.

— Ok, pode perguntar.

— Já esteve em um relacionamento?

— Sim. — É simplista e eu aceito. — Minha vez... — Confirmo com a cabeça. — Nenhuma mulher chamou a sua atenção em todo esse tempo solteiro?

— Você chamou a minha atenção. — Ela me olha fixamente e solta um riso nasal e joga a cabeça para o lado. — Eu chamo a sua atenção?

— Não é o meu tipo, mas sim. Chame bastante a minha atenção.

— Ah, então você tem um tipo... Qual é o seu tipo? — Pergunto me inclinando um pouco para frente.

— Nerd, ninja, safado. — Ela fala com um sorriso e eu sou obrigado a rir. Eu realmente não sou o tipo dela.

— É, eu realmente não sou o seu tipo.

— Não fiquei triste, afinal, eu estou aqui, não estou? — Ela tem um sorriso tão provocante nos lábios que me dá vontade de morder. Inferno.

— Não estou triste, confio no meu potencial, Kalliope, afinal, como você mesmo disse, você está aqui, não está? — filha da puta morde os lábios e fica me olhando com aquela carinha.

— Confiante... Eu gosto, mas quero saber se sabe determinar juros e montante de alguma aplicação. — Isso foi uma provocação por eu ser totalmente diferente do tipo dela... Se ela quer um cara der, eu posso ser.

— Primeiro eu teria que multiplicar o juros, capital e taxa de juros, depois pegar o resultado e somar com o capital e pronto. Isso se for Juros simples, o composto seria diferente. — Ela abre um sorriso e fecha os olhos.

— É... Só faltou mesmo a aparência de nerd.

— Tem fetiche em óculos, Kalliope? — Pergunto me encostando na cadeira e olho fixamente para ela.

— Tenho fetiche por mentes brilhantes, Lorenzo.

— Então nós iremos nos dar bem. — Abro um sorriso de lado e ela passa a língua nos dentes enquanto segura a taça, filha da puta linda.

— Você está me surpreendendo, Lorenzo...

— Para falar a verdade, até eu estou me surpreendendo... Será que essa é a hora que eu pergunto se eu posso te beijar? Porque eu quero muito. — Ela começa a rir e eu fico abobado ouvindo essa risada gostosa.

— Vamos fazer assim... — Ela se inclina sobre a mesa e passa a mão pelo meu peito, paraliso no mesmo momento, mas adoro o contato. Ela sente a caneta no meu bolso interno e enfia a sua mão dentro do meu terno e puxa a mesma. — Se você resolver esse problema, eu te garanto um beijo quando terminarmos esse jantar. — Ela fala enquanto estica um guardanapo de pano na mesa, ela começa a escrever e eu fico olhando cada detalhe do rosto dela. — Determine o volume do cilindro, Lorenzo Lastra. — Diz botando o guardanapo na minha frente.

— Você quer de qualquer maneira saber se eu sou inteligente, né? — Olho para o guardanapo e sorrio. Ela estica o braço segurando a caneta na minha frente para eu resolver o problema, pego a mesma e guardo no meu bolso. — Se o raio do cilindro é de cinco centímetros e a altura é cinco centímetros, o resultado é cento e vinte e cinco.

— Ok, essa estava fácil. — Ela fala com um sorriso.

— Isso quer dizer que quer me beijar quando esse jantar terminar? — Brinco e ela não consegue esconder o sorriso. Essa mulher me deixa bobo.

— Digamos que eu quero muito te conhecer melhor e isso inclui conhecer o seu beijo. — Ela é direta e isso me afeta.

— Ótimo, porque isso é o que eu mais quero. 

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora