Capítulo 61

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Lorenzo.

Ficamos os quatro um olhando para o outro, eu me sinto mal, me sinto dividido, é como se eu tivesse que escolher entre uma das duas e isso é algo horrível.

— Oi... — Bianca fala querendo quebrar o clima.

— Tá, eu irei me retirar com o meu filho e vocês três vão entrar nessa sala e irão se resolver. — Francesco fala já saindo com o Joe. Entro na sala e espero as duas entrarem também. Demora um pouco mas logo as duas entram na sala. Bianca fecha a porta.

— Eu estou mal com essa situação. — Falo de uma vez e vejo as duas se olharem.

— Grandão, não é fácil...

— Não, as duas estão erradas, não são obrigadas a se gostar, mas vocês se odeiam por motivos ridículos.

Elas nem se conhecem, essa é a primeira vez que se viram, como podem se odiar tanto?

— Lorenzo, eu não odeio a Kalliope, eu já falei isso umas mil vezes.

— Tanto faz, não odeia, mas não gosta.

— Eu tenho motivos para não gostar dela. — Kalliope fala e eu sinto uma onda de irritação subir.

— Não tem não, essa é a primeira vez que vocês se veem, você acreditou e fantasiou uma relação entre a Bianca e eu e a Bianca está se agarrando ao fato de você ter me feito esperar por meses só para falar comigo.

— Lorenzo, não é como se eu não quisesse vocês dois juntos, na verdade eu quero muito isso, eu só não consigo ver um motivo lógico para ela ter feito isso com você.

— Você não tem que achar nada, se ele não se importa com isso, quem é você para se importar? — Kalliope eleva a voz.

— Olha Kalliope, eu ignorei o fato de você chegar aqui com uma atitude de que não iria se importar com o que achássemos de você e ignorei também o fato de você entrar na minha casa armada como se a qualquer momento você precisasse se defender de algo, mas não irei ignorar o fato de levantar a voz pra mim. — Bianca fala em um tom suave. — Você se agarrou tanto da defensiva que ignorou os bons costumes, eu não quero te matar, ninguém aqui quer, então abaixe a sua bola, em nenhum momento faltei com respeito com você, não falei diretamente com você, não abri um sorriso, mas não te destratei e nem elevei a voz.

A sala fica em silêncio por um tempo e eu vejo que se fosse possível a Kalliope pularia no pescoço da Bianca. Eu reconheço o motivo da Bianca estar irritada, afinal, a Kalliope entrou aqui armada de todas as formas, isso é falta de respeito, mas eu não queria deixá-la vulnerável de algumas formas então não pedi para não entrar armada na casa do meu irmão. Kalliope é uma mulher com gênio forte e fala sério, é isso que me deixa mais apaixonado por ela, mas no geral, as pessoas não aceitam isso com facilidade.

— Olha, eu estou aqui pelo Lorenzo, então por ele eu vou...

— Linda, eu não quero que você faça nada por mim. — Falo logo de cara, eu não quero que ela se force a fazer algo por mim.

— Nós já tínhamos se entendido...

— Não, vocês tinham combinado em se aturar por mim. — Bianca suspira e toda a sua postura rígida se desfaz. Ela me olha e eu sei que ela viu o quanto eu estou afetado com isso tudo.

— Kalliope... — Ela se vira ficando de frente para a outra. — Me desculpe por me agarrar a um sentimento ruim só por você ter feito ele esperar, você tem razão, cada um tem o seu tempo, eu não te conheço e não sei pelo o que passou, eu não deveria sentir isso por você, mas o Lorenzo é como um irmão, ele faria literalmente pior por mim. Mas quero deixar claro que eu não tenho nada contra vocês dois juntos e que Lorenzo e eu somos apenas amigos, irmãos... Não quero também que fique acreditando no que as pessoas falam sobre a gente, nada é verdade, nós somos família, só não falam o mesmo sobre Giovanni e eu porque sempre viram ele com outras mulheres, já o Lorenzo, bom, você sabe.

Kalliope fica um tempo em silêncio e eu fico mais nervoso, a Bianca cedeu, Linda, faz o mesmo se não é capaz de se iniciar uma guerra entre vocês...

— Tá, me desculpe por ter assumido essa atitude para vir aqui, e me desculpe por vir até a sua casa armada, eu poderia dizer que é costume, mas eu realmente me armei na intenção de me proteger, o motivo de eu não querer gostar de você é por puro ciúmes como eu já disse, mas eu sempre vivi reclusa, sempre foi somente minha família e eu, então não entendo como a amizade de vocês funciona, mas pensando em como sou com os meus irmãos que na verdade são amigos, eu posso ver com um pouco mais de clareza que entre vocês não tem nada a mais que amizade.

Fico olhando as duas com medo até de respirar, medo delas surtarem e destruir tudo o que foi dito. Vejo Bianca abrir um sorriso e logo Kalliope faz o mesmo.

— Sabe, eu realmente quero vocês dois juntos, vocês se combinam e eu acho isso incrível.

— Sim, eu sei disso... Você acredita que em um dos nossos encontros eu arrumei uma briga e ele nem ligou? Ficou apenas olhando e no final, quando fomos expulsos do karaokê, ele apenas me levou para o carro e me levou para outro canto para terminarmos a noite, se fosse outra pessoa me chamaria de louca e nunca mais olharia na minha cara. — Kalliope fala rindo e Bianca arregala os olhos.

— Espera, que karaokê? O do centro?

— Sim, porque?

— Cara, toda a família já foi expulsa daquele lugar, primeiro Aurora, Isa e eu quando brigamos, depois Giovanni e Maria Alice, agora vocês dois... Isso é incrível. — Bianca fala animada.

— O dono daquele lugar deve nos odiar. — Kalliope fala enquanto rir.

— Que nada, ele deveria é nos agradecer, afinal, nós damos os melhores shows.

As duas continuam conversando e eu fico estático olhando para elas. O que está acontecendo mesmo? Eu me perdi. Elas estavam querendo uma voar no pescoço da outra agora mesmo. 

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora