Lorenzo.
Ajeito meu terno e constato que minhas roupas estão como eu gosto, impecável. Me viro e saio do meu quarto, no corredor eu encontro Bianca que está estranha comigo a alguns dias. Olho a mesma e ela desvia o olhar. Isso está me matando por dentro, eu não aguento ficar assim com ela.
— Quando vai dizer o que eu te fiz? — Pergunto andando ao seu lado em direção às escadas.
— A real é que eu estou irritada, então relaxe, logo passa. — Ela fala séria e eu fico ainda mais incomodado.
— Irritada comigo?
— Não, estou irritada com outra pessoa.
— E porque isso está respingando em mim? — Ela para e se vira pra mim.
— Amor, é coisa da gravidez, eu tenho medo de te magoar ficando ao seu lado.
— Bianca, você pode ser grossa comigo, eu não irei me importar, você ficou meio louca nessa gravidez e eu acho isso a coisa mais linda. — Abro um sorriso.
Eu realmente gosto dessa loucura dela, eu sempre ouvi minha mãe falando que em cada graviz dela foi de uma forma diferente e quando a Bianca disse que estava grávida eu me preparei para tudo, eu queria e ainda quero ver ela fazendo coisas estranhas, escutar ela gritando ou até mesmo ter uma Bianca melosa... Meu amor por essa mulher é grande demais.
— Eu senti falta de te abraçar. — Ela fala se agarrando em mim e eu retribuo o abraço.
Ficamos abraçados em silêncio por algum tempo, mas isso não dura muito, escutamos um choro e é do Pietro. Nos soltamos e eu vejo os olhos dela brilhando, ele começa a andar rápido até a escada e eu vou atrás. Descemos e ela vai até meu irmão que está com meu sobrinho no colo.
— Sai, me dê ele. — Ela fala pegando a criança e Giovanni me olha confuso e eu faço sinal para ele ficar quieto.
Ela se sentou no sofá com ele e nós dois ficamos olhando.
— Cadê a sua mamãe? Seu pai é muito maluco para com você sozinho.. — Ela conversa com o bebê e ele vai parando de chorar. — Vamos deitar aqui no sofá e dormir juntos, tá bom? — Ela se deita com ele e fica em silêncio.
— Lorenzo, o que está acontecendo com ela? — Giovanni pergunta baixinho.
— Giovanni, ela está grávida, isso está acontecendo.
°°°
O Ryan está insuportável hoje é o culpado disso é o Pedro, eu sabia que esse cara ia trazer problemas para a minha vida... O Pedro saiu com o tal Clovis Adrian e isso está fazendo o Ryan surtar. Porra, será que ele não sacou que os caras são amigos?
— Ryan, acalma esse rabo, o seu nervosismo está afetando o meu nervosismo. — Giovanni fala enquanto amarra o homem à sua frente com mais força.
— Não, como ele foi capaz de sair com aquele cara e nem me chamar? Tipo, eu não conheço aquele policial de merda e se ele fizer algo com o Pedro?
— Ryan, o Pedro também já foi um policia. — Falo o óbvio e ele me olha com raiva. — E o cara nem é mais policial.
— Eu acho que somos a única máfia que não vê problema com policiais. — Giovanni fala chegando se o homem está bem amarrado.
— Porque teríamos problema com eles se somos mais pacíficos que ele. — Falo indo até a mesa na sala e pegando um alicate.
— Ironia você falar isso quando está escolhendo uma ferramenta para tortura. — Ryan fala debochado.
— A questão é que nós sempre tivemos uma boa relação com os policiais porque todos são corruptos, eles trabalham para nós, nós pagamos os salários deles.
— E isso é muito bom porque olha para o nosso país, não tem tiroteios a todo momento, não tem perseguição, não tem mortos pelas ruas... — Giovanni fala enquanto para na frente do homem e tira o boné de sua cabeça. — As outras máfias deveriam aderir isso.
— Mara Salvatrucha nunca faria uma coisa dessa. — Paro ao lado do meu irmão.
— Eu gosto do chefe deles, mas fala sério, os caras são agressivos demais, adoram uma confusão e na real?! Eles estão mais para uma gangue do que para uma máfia. — Giovanni puxa o alicate da minha mão.
— Porra, como o assunto foi parar nesse ponto? Eu estou aqui falando do meu namorado que saiu com outro cara que eu nem conheço.
Neste momento, o cara amarrado revira os olhos e vira a cabeça para o lado, nítido sinal de deboche e até mesmo indignação. Tipo a fita de sua boca
— Algum problema, caro homem?
— Espero que você me mate e que não deixe esse viadinho encostar em mim. — Hum, saquei. Preconceituoso.
Olho para Giovanni e ele me olha com a mesma intenção.
— Ryan, eu sei que não era a sua intenção tocar nesse verme, mas agora você irá fazer isso. — Falo enquanto me afasto.
As pessoas pensam que por sermos da máfia temos que ser algo padronizado, homens arrogantes, grosso, impiedoso e até mesmo sanguinários, mas essa porra não é um filme. Cada um tem sua personalidade e jeito. Se dependesse da minha família para caracterizar um filme de máfia o mundo iria enlouquecer porque o chefe dessa máfia é um fofoqueiro, boiola pela mulher, nada sério e chora com filme de princesas. Sem contar o resto da família, Giovanni poderia facilmente roubar o trabalho de um palhaço, ele é igual um cachorro quando se trata da Maria Alice e é um estilista encubado. Isa é uma patricinha maluca, Aurora é um anjo em forma de gente, Ryan é um homem bissexual que namora um homem e tem eu... Tá, ao meu ver, eu sou o que mais tem um perfil de mafioso julgando pelos padrões do mundo, mas fico todo bobo perto de um bebê e deixo uma mulher grávida fazer o que quer de mim. Somos uma piada para os padrões alheios.
— Homofóbico, é? — Ryan perguntou parando na frente do cara.
— Só não gosto que viados encostem em mim.
Ryan dá um soco na cara dele.
— Adivinha só, o viado aqui vai te quebrar na porrada antes de te matar, seu filho da puta.
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Amor Fatal. [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]
RomanceSendo o único solteiro de quatro irmãos, Lorenzo Lastra está em busca de uma mulher que foi preciso olhar apenas uma vez para se apaixonar. Mas nem sendo membro da maior máfia do mundo esse é um trabalho fácil. Kalliope, conhecida por muitos como El...