Capítulo 14

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Kalliope.

— A Kalliope encontrou o homem dela enquanto brigávamos no trânsito. — Cléo entra em casa gritando e eu boto minhas mãos no rosto. O que eu fiz para merecer isso?

— Mas que porra, eu só pedi pra irem fazer compras. — Elijah fala aparecendo na sala.

— Você tinha que ver, Eli, ele fez igual Naruto com a bolinha de fumaça, apareceu do nada com mais quatro homens gostosos.

Me sento no sofá tentando ignorar a conversa.

— Não me diga que ele foi um babaca e tentou dar uma de machão achando que vocês não davam conta do recado. — Hoss pergunta se jogando no sofá ao meu lado.

— Não, ele disse que nós duas não precisávamos de ajuda, mas que se o babaca levantasse a mãos pra gente ele mataria o cara. — Cléo fala parando na nossa frente. — Depois ele foi todo fofinho igual um pitbull na direção da Kalli e segurou a mão dela, ele levou ela até o carro e ainda deu um beijinho na mão dela... Ai o amor é lindo.

Eu disse que quando ela abre a boca para falar é complicado... Fofoqueira.

— Tá, esquece isso. — Boto os pés no sofá.

— A Kalliope travou, ela ficou hipnotizada pela beleza dele. — Areta implica e eu fico a um passo de chutar ela.

— Não acredito que ela travou... — Hoss rir enquanto fala e eu começo a ficar irritada. Não estou irritada por estarem falando sobre isso, estou irritada porque é verdade e eu não sei lidar muito bem com esses meus sentimentos.

— Ok, podem parrando. — Me levanto.

— Espera até o Flint saber disso... Ele vai surtar e vai falar sobre isso durante semanas.

— Ok, chega de falar nisso... Falando no Orion, cadê ele?

— Foi buscar o Dancam. — Elijah fala e me puxando e me fazendo sentar ao seu lado. — Linda, não fica assim, ele é o cara que você gosta, é normal se sentir confusa, sentir que não sabe o que fazer, se sentir perdida.. Isso é normal. Você não precisa se irritar por sentir algo que está fora do seu controle.

Fico em silêncio recebendo os carinhos dele... Por mais que de todos os três eu converse mais com o Orion, é o Elijah que fala o que eu preciso ouvir e o que mais observa as situações... É por observar que ele sempre sabe o que falar, o Elijah tem uma personalidade parecida com a do meu pai, ele é calmo, divertido, carinho com as pessoas que ama e quieto, o Eli só fala muito com a gente,mas com as outras pessoas ele fala apenas o necessário... Meu pai era assim, ele era exatamente assim, deve ser por isso que eu sempre corro para ele quando algo acontece comigo, ele cuida de mim como o meu pai cuidava.

— O papai te treinou muito bem. — Falo me agarrando a ele.

— Sim, ele treinou todos nós muito bem, minha bebêzinha. — Ele brinca me chamando da forma como o meu pai me chamava e ele

Ficamos ali sentados em silêncio olhando o nada, Cléo está na cozinha porque eu consigo ouvir ela mexendo nas coisas e com isso eu já sei que ela vai fazer a nossa comida.

A porta da sala é aberta e vejo um furacãozinho passando por ela, ele corre na minha direção e pula no meu colo, abraço o seu corpinho e sinto o seu cheirinho de morango.

— Oi, meu bebê. — Falo baixo enquanto aperto mais ele contra mim.

— Oi docinho. — Sorrio com o apelido dado pela mãe dele.

Ela me chama de Docinho porque segundo ela, eu sou como a Docinha das meninas superpoderosas, minha aparência é fofa mas eu sou explosiva.

— O que a Cleópatra fez pra mim comer dessa vez? — Pergunta animado. A Cléo sempre faz uma coisa diferente quando ele vem.

— Não sei, vamos lá pergunta.. — Me levanto com ele e vamos em direção a cozinha.

— Uma ajudinha seria bom... — Orion grita. — Esse moleque toda vez que vem para cá trás metade da casa dele. — Deixo Dan na cozinha e volto para a sala para ver o idiota do Orion todo atrapalhado com as coisa do Dancam.

— Para de resmungar, ele e o nosso bebê. — Falo indo até ele e pegando uma mochila.

— Ah, deixa eu falar uma coisa. — Orion fala animado parecendo lembrar de algo. Ele joga tudo no chão e se senta no sofá animado. — No caminho pra cá, o Dancam veio conversando comigo e teve um momento em que ele disse que tinha muitos irmãos, eu estranhei porque até onde eu sei ele só tem você. — Ele aponta pra mim. — Mas aí ele disse que estava falando de nós, todos nós, ele disse que todos nós somos irmãos dele porque você fala que nós somos os seus irmão... Isso me pegou de surpresa e eu confesso que eu chorei um pouco escondido, mas só foi um pouco. Depois ele disse que Cléo era a irmã mais legal porque ela fazia comida gostosa para ele, depois disse que eu era o maneiro porque eu brincava com ele, disse que o Elijah era o melhor porque ensinava ele a lutar e a falar outras línguas e quando ele falou você... Bom, ele disse que você é a melhor irmã do mundo porque você faz tudo o que ele quer e ensina ele a ser legal com os amiguinhos diferentes.

Evito piscar os meus olhos para as lágrimas não rolarem, mas é impossível, elas rolam pelo o meu rosto e eu sinto muitos sentimentos ao mesmo tempo, é algo tão satisfatório saber dessas coisas, saber que ele tem noção de tudo que fazemos por amar ele...

— Não chora não, bebêzinha. — Elijah fala rindo, mas eu sei que ele está sentindo o mesmo, o Dancam é como um mascotinho pra gente. 

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora