Lorenzo.
Estamos com um mês de viagem e agora estamos na Grécia. Éramos para encontrar Aurora e Yuri na nossa primeira parada, mas mudamos os planos e agora estamos juntos aqui na Grécia. Acho que dos quatros irmãos, o Giovanni é o único que não é apaixonado por esse lugar porque Aurora, Francesco e eu amamos. Foram poucas as vezes em que vi minha irmã tão animada com algo como ela está neste momento olhando para Santorini. Acho que é clichê vir para Grécia e visitar Santorini, mas sinceramente? É lindo demais.
— Eu estou tão feliz por está aqui com você. — Minha irmã fala enquanto me abraça. — Você sempre foi o que mais gostou de me ouvir falar sobre histórias e lendas. — O amor da Aurora por história é uma coisa linda e até mesmo inspiradora de se ver.
— Eu vou adorar ouvir você falando sobre cada cantinho desse lugar, minha princesa.
— Flor, me conta, me conta sobre esse lugar. — Yuri fala com um bobo apaixonado e eu acabo rindo.
— Bom, achei alguém que pode competir com você nesse ponto de me escutar. O Yuri ama quando falo sobre cada lugarzinho que a gente vai. — Ela fala baixinho e eu a solto para olhar em seus olhos.
— Ninguém é capaz de tomar o meu lugar, Aurora. — Ela riu e eu acabei rindo também vendo o seu sorriso lindo.
— O primeiro nome da ilha foi Caliste, a mais bela. Ela foi criada por Eufemo, um dos argonautas, após ele jogar no mar um pedaço de terra que ganhou de Tritão, filho de Poseidon, o deus dos mares. — Ela é curta em suas palavras e isso não me agrada muito e parece que o Yuri, assim como eu, não gostou muito. Olho para Kalliope e vejo que ela olhava para Aurora esperando por mais.
— Só isso? — Pergunto e ela ri.
— Não quero encher vocês com histórias em que só eu acho interessante. — Ela provavelmente está falando isso por causa da Kalliope.
— Poxa, eu queria saber mais. — Kalliope fala e eu abro um sorriso.
— Santorini costumava ser uma ilha vulcânica... — Agora é a parte em que ela sobre o lado científico. Ela sempre faz isso, mistura lendas, mitologias e ciência. — Mas em 1550 a.C., sofreu com uma grande erupção causando um tsunami com ondas de mais de cem metros de altura que inundou a região, dividindo a ilha em quatro partes.
— Eu adoro saber sobre coisas que aconteceram há milhares de anos atrás. — Yuri fala empolgado.
— Porque as casas são todas branquinhas? — Kalliope pergunta olhando em volta.
— Isso pode parecer estranho mas isso foi feito para a higienização. —Aurora fala e todos nós fazemos uma cara estranha e ela ri. — a cal usada para pintar as casas continha calcário. O calcário é um poderoso desinfetante, e muitos outros não eram de uso comum na época. Os cidadãos gregos, assim, branquearam suas casas para ajudar a higienizá-las e reduzir a propagação da cólera. — Ela fala como se fosse algo muito simples de se saber.
— Com todas essas viagens e história, eu passei a valorizar mais a tecnologia e as pessoas que lutam para a evolução. — Yuri fala ainda olhando tudo ao seu redor e eu fico tentando captar o seu raciocínio. — Hoje em dia muita coisa é normal para gente, mas... — Ele se vira e olha para cada um de nós. — Antigamente tudo era uma descoberta.
— O mundo evolui. — Kalliope fala e percebo que ela entendeu sobre o que ele estava falando.
— Sim, claro, mas já parou para pensar que o fogo, por exemplo, para gente é algo normal, mas um dia foi uma descoberta e algo essencial para um povo? Por mais que a nossa geração siga descobrindo coisas novas e melhorando o nosso modo de vivencia, as coisas excepcionais para gente, foi criado em uma época em que ninguém tinha equipamentos avançados ou algo do tipo.
— O que quer dizer?
— Quero dizer que hoje em dia, a maioria das descobertas são um modo de melhoria de algo já criado. Claro que tem coisas que são inéditas, mas o essencial para vivermos bem e com facilidade, foi criado a anos atrás e foi melhorado e aprimorado. Tipo... Fogo para cozinhar, luz para iluminar...
— Eu entendo o que quer dizer, eu já pensei dessa forma, mas o que despertou esse pensamento em mim foi a lua e o sol. — Eles me olham e só Aurora parece me entender. — Sabe, aquele lance dos indígenas saberem distinguir sobre hora, dia e meses por conta do sol e da lua... Hoje em dia temos relógios, celulares, calendários... A facilidade que temos hoje é por conta da descoberta deles, ou seja, tudo foi apenas aprimorado.
— Exatamente. — Yuri fala empolgado. — Eu achei que era maluco em pensar assim, mas tipo. Eles de algum modo souberam na época que a Cólera era uma doença bacteriana, com isso deduziram que a higiene era algo essencial... Mano, eles foram tão fodas que fizeram da prevenção deles, algo atraente por anos e vai ser assim eternamente. Essa prevenção deles se tornou algo turístico, as casinhas brancas são simplesmente a atração do lugar. Mas hoje, não é a "tinta" das casas que o previne da doença, ou seja, a prevenção foi modificada, aprimorada, mas com base no que já foi descoberto a anos.
— Eu entendo o seu raciocínio, mas acredite, tem muitas descobertas científicas atuais que são maravilhosas para a nossa vivência. — Kalliope fala e eu busco em mente algo que foi descoberto atualmente que seja realmente útil para nossa sobrevivência.
— Mas que papo nada a ver é esse? — Aurora é quem pergunta e depois de alguns segundos de silêncio, começamos a rir.
— Somos pessoas cultas. — Kalliope fala ainda rindo.
— Falou a mulher que mata mais que todos os mercenários juntos. — Yuri fala rindo e Aurora rir mais ainda junto com Kalliope. Eu não peguei a referência. — Calma, você nunca viu Os Mercenários? Cara, em que mundo você vive?
— Amor, ele não curte muito esse lance de parar para ver filmes, ele só parava porque as meninas e eu pedia e nós só estávamos filmes de princesa.
— Você pode me perguntar todos os nomes das princesas da Disney que eu vou saber.
— Tá, essa eu quero ver. — Kalliope se vira para mim. — Qual é a princesa que foi envenenada com uma maçã?
— Sério, Linda? Faz uma pergunta mais complicada.
— Tá, você que pediu... Qual é o nome da princesa escocesa?
— Mérida.
— Princesa negra?
— Tiana.
— Fala sério, um mafioso que sabe sobre princesas da Disney... — Aurora abre um sorriso orgulhoso.
— India?
— Pocahontas... Vocês sabiam que a Pocahontas realmente existiu? — Yuri e Kalliope me olham de um jeito engraçado e Aurora rir.
— Ciei direitinho. — Ela fala animada me abraçando logo em seguida. Minha irmã é linda.
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Amor Fatal. [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]
RomanceSendo o único solteiro de quatro irmãos, Lorenzo Lastra está em busca de uma mulher que foi preciso olhar apenas uma vez para se apaixonar. Mas nem sendo membro da maior máfia do mundo esse é um trabalho fácil. Kalliope, conhecida por muitos como El...