Capítulo 40

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Lorenzo.

Na minha frente há um homem com tatuagens até no rosto, é da Mara Salvatrucha, mas não é o chefe. Esses caras são os únicos que não ficam lambendo o meu saco e é por isso que eu gosto deles. Eles são foda-se para tudo e todos.

— Lorenzo Lastra... Eu gosto da sua reputação, que tal uma festinha no nosso país qualquer dia? — Credo.

— Quem sabe um dia. — Eu nem sei o nome dele, a cada festa é um representando diferente, o chefe são poucos que sabe quem é realmente. Eu gosto do cara, ele é insano, mas é até aceitável.

— Mas eu quero mesmo é falar sobre as fronteiras, tem uma que está nos dando muita dor de cabeça e já percebi que sair matando todo mundo não está dando certo. — Claro, vocês agem como animais.

— Podemos falar sobre isso, depois você me passa em qual fronteira está tendo problemas e tentamos resolver.

O problema da Mara Salvatrucha é a violência, eles parecem ser desprovidos de inteligência e querem resolver tudo com violência, isso só dificulta mais as coisas, mas vai dizer isso para eles, eles já querem enfiar uma bala em sua cabeça. Os caras são desumanos, eles mexem com tudo que há de ruim, eles não ligam para nada,e eles simplesmente fazem o que querem.

Conversamos por mais um tempo e ele se retirou, essas festas são um saco, principalmente para agente da Ndrangheta, nosso desenvolvimento é mais sofisticado e isso gera mais facilidade, ou seja, todos querem ajuda para fazerem coisas que para as máfias deles são impossíveis. Temos liberdade, temos ficha limpa, temos visibilidade do jeito certo, isso facilita muito as coisas. Somos procurados para todos os tipos de coisas possíveis e isso é até bom, afinal, nada é de graça e ajudando uma máfia ela fica nos devendo algo.

Vejo dois homens vindo na nossa direção e eu me levanto, não aguento mais pessoas falando sobre ideias e parcerias. Vou em direção a um bar que está até que vazio e peço uma bebida, antes de me sentar no banco eu sinto uma mão passando pelas minhas costas e eu sei que é uma mulher, afinal, nenhum homem iria fazer isso, ainda mais aqui. O problema disso é que eu odeio que me toquem, isso quando é uma pessoa desconhecida e com más intenções.

— Que companhia? — Pronto, a primeira da noite.

— Não. — Curto e grosso para ver se se toca.

— Hum, não seja rude, Lorenzo Lastra. — Olho para a mulher que agora está ao meu lado e vejo o quanto ela é bonita, realmente é, mas não me chama atenção em nada. Ela não tem um rostinho de boneca, não tem um olhar afiado e muito menos o corpinho pequeno como o da Kalliope.

— Não quero companhia, se puder me deixar sozinho, eu agradeço. — Falo calmo e forço um sorriso já não pode me acusar de ser rude.

— Que pena. — Ela se vira e sai.

— Que saco isso tudo. — Falo para mim mesmo.

' A música é baixa para que as pessoas possam conversar melhor, afinal, esse é o objetivo da festa. O cara bota o copo em minha frente e eu bebo um pouco, me viro no banco e olho em direção a minha mesa, vejo uma mulher praticamente em cima do Ryan e sinto vontade de rir, se o Pedro ver isso ela morre. Ele afasta a mesma e ela logo sai da mesa. Francesco precisa me dar uma boa quantia em dinheiro só por está aturando essa merda aqui. Viro todo o copo e me levanto, vou em direção ao banheiro e noto um grupo de mulheres me olhando. Isso seria cômico se não fosse trágico. Entro no mesmo e me olho no espelho, arrumo a minha gravata e logo abro a torneira, molo minhas mãos e levo as mesmas até o meu cabelo deixando eles mais alinhados. Eu estou perfeito, do mesmo jeito desde que saí do hotel, mas eu faço de tudo para fugir desse salão cheio. Quando não tinha mais nada para fazer eu me viro para sair, mas vejo uma mulher loira e alta vindo na minha direção. Ela está usando um vestido vermelho que tem uma fenda enorme na perna. Não digo nada, apenas fico olhando a mesma que para bem na minha frente.

Amor Fatal.  [3° livro da saga Mafiosi Perfetti]Onde histórias criam vida. Descubra agora