capítulo 8

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Zoe Miller

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Zoe Miller.

— Você vai me matar, Tom? - ele não me respondeu. - Droga, me responda! - exigi. Mas ele continuava me encarando, sorrindo. - Eu vou ligar para Matheus e dizer que você está na minha casa! - ameacei a andar até o meu celular para pegar o mesmo, mas Kaulitz foi mais esperto e segurou meu braço, quase juntando nossos corpos. A janela ainda impedia.

— Não vou te matar, Zoe. E mesmo que você conseguisse ligar para esse idiota, eu já estaria bem longe - fechei os olhos quando ele começou a sussurrar em meu ouvido. - Eu vou embora agora, mas não se preocupe. Estarei por perto.

Ao não sentir mais a pressão que sua mão exercia em meu braço, eu abri os olhos, mas não vi nenhum sinal dele. Suspirei e mexi em meus cabelos, tentando processar o que tinha acabado de acontecer.

[...]

Passaram-se duas semanas. Duas semanas que Tom Kaulitz fugiu do manicômio e não dá notícias. Desde aquele nosso "encontro" na janela da minha casa, não obtive mais informações de onde ele tem estado. Na verdade, nenhum de nós que estávamos à procura dele, e eu não parava de pensar nele, nem um minuto.

Não disse a ninguém sobre o ocorrido, nem mesmo ao Matheus. Pergunto-me o que deu em mim para tomar essa decisão de guardar esse "segredo" somente para nós dois. Realmente estou tomando decisões imprecisas em minha vida. Como posso guardar uma coisa dessas? Mas também não é para tanto. Não é como se depois que eu contasse, nós conseguiríamos encontrá-lo. Kaulitz pode estar em qualquer lugar.

Zoe - me despertei de meus pensamentos ao notar minha mãe, Kris, parada à minha frente com o semblante preocupado, enquanto eu estava com cara de paisagem, sentada no sofá da sala, pensando sobre certo paciente.

Há exata uma semana, fui visitar meus pais, como Emma me aconselhou. Segundo ela, o trabalho estava sugando minhas energias e um bom dia perto de meus pais faria com que tudo de ruim evaporasse. Acabei ficando mais do que um dia aqui e me sinto totalmente leve de toda a tensão que estava controlando meu corpo, posso dizer assim.

- Você está bem, filha? Eu sei muito bem que quando fica assim é porque está pensando muito e fica angustiada. - Mamãe senta ao meu lado e acaricia meus cabelos.

- Sim, Dona Kris, eu estou mesmo pensativa, mas não fique tão preocupada. Estou apenas pensando nele. - Disse por fim. Ela sabia de quem eu me referia.

Nós duas sempre fomos muito unidas e eu nunca fui tão grata por ter uma mãe como ela. Falávamos sobre todos os assuntos possíveis. Ela era minha confidente. Mas tem vezes em que eu me fechava e queria ficar rodeada somente com meus pensamentos. Isso acontecia à maioria das vezes em que ficava chateada.

— Está realmente pensando naquele maníaco? - ela me perguntou, talvez indignada com minha resposta.

— Mãe, por favor, não vamos discutir sobre esse assunto. A senhora sabe que eu estou sim preocupada com ele. Pode ter acontecido alguma coisa com o Tom e eu não sei como ajudá-lo. - disse desapontada comigo mesma.

—  Zoe, olhe para mim. - assim eu fiz, e então ela segurou minhas mãos. - Haverá muitas ocasiões que você tentará ajudar alguém, mas nem sempre irá conseguir porque essa pessoa não deixará. - deu uma pausa e continuou. - Você ainda é jovem e ainda entenderá, Esse seu paciente - franziu o cenho tentando se lembrar de alguma coisa - o Tom Kaulitz, talvez não tenha aparecido porque ele não quer ajuda, nem a sua. Isso não quer dizer que você tenha que desistir. Faça-o querer a sua ajuda, faça-o ver o lado bom da vida e ser uma pessoa melhor. - ri fraco da sua última fala. - E eu não consigo ver Tom Kaulitz tentando ser uma pessoa melhor, afinal ele já matou e não iria querer fazer as pessoas reviverem.

- Mãe, você não entende. - passei a mão em meu rosto, por ter uma leve sensação de estar suando frio. - Aconteceram coisas horríveis na vida dele, coisas que mexem com o seu subconsciente e obrigam-no a afastar-se de qualquer pessoa que tente se aproximar dele. Eu não vou conseguir.

- Não seja modesta, Zoe. Você consegue tudo o que quiser. - sorriu amigavelmente para mim.

- Obrigada, mãe. - sorri também. - A senhora não faz ideia de como é incrível. - rimos juntas.

No final do dia tive que ir embora e me despedi demoradamente de meus pais. Ainda era difícil conviver sozinha, mas terei de me acostumar.

- Nós prometemos visitar você, minha filha. - entrou meu pai, enquanto estávamos abraçados.

- Eu sei, pai. Não se preocupe. - apertei-o em meus braços e sussurrei: - Cuide da mamãe.

Ele riu e assentiu também sussurrando em meu ouvido: - Cuidarei sim, pode deixar.

Ao me separar dele, vi que não tinha outra saída a não ser ir para casa. Já havia me despedido de todos e minhas coisas já estavam todas dentro do carro. Acenei mais uma vez e fui em direção ao meu veículo. Agora éramos somente eu e a estrada.

[...]

Decidi colocar uma roupa e sair andando... ou melhor, procurando o Kaulitz. Só sei que queria notícias dele, aquilo estava me matando.

Como estava muito calor, o clima ainda continuava abafado, não quis colocar um tênis

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Como estava muito calor, o clima ainda continuava abafado, não quis colocar um tênis. Optei por sapatilhas mesmo, então coloquei um short e uma blusinha. Penteei meus cabelos e sem nenhuma maquiagem, afinal não ia a nenhum lugar específico, dirigi-me à porta principal, saindo da mesma e trancando-a rapidamente, escondendo a chave em um lugar. Comecei a passear pelo bairro, à procura dele.

De longe eu consegui identificar a clínica onde trabalhava e suspirei. Sentia saudade daquele lugar, mas não podia voltar, não por enquanto. Não sei o que aconteceu com Tom e eu sinto um aperto no coração por não tê-lo ajudado o suficiente. Mas afinal, por que eu estou me martirizando? Não foi minha culpa dele ter fugido. Isso me fez pensar no que ele tinha dito a última vez em que nos vimos: "Estarei por perto." O que Kaulitz quis dizer com isso? Como assim, você estaria por perto.

Cast.

Kris Miller
53 anos

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora