capítulo 33

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Zoe Miller

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Zoe Miller


- Que tipo de lembrança, Zoe? - perguntou, me fazendo arrepender de não ter falado mais cedo. - Zoe, você pode confiar em mim. Não quero machucar mais ninguém. - disse, pegando na minha mão, e eu sentei ao seu lado, olhando-o. - Mesmo que Tom não acredite, eu não queria esse fim, não mesmo... Bill era minha vida, Zoe. - ele disse, e eu decidi confiar.

- É muito estranho dizer, mas tenho lembranças com o Tom, como se eu e ele tivéssemos algo a mais do que paciente e médica. - ele me olhou estranho, parecia surpreso. - Estou confusa em relação a isso. Tento resolver sozinha para não dar trabalho aos meus pais, já que eles são sempre muito ocupados, e também porque querem que eu me afaste do Tom.

- Talvez, se você perguntar para eles... - ele me olha. - Ele pode te ajudar, Zoe. Seus pais são seu conforto, ou a Emma. - olho estranha, como ele sabia da Emma? - E você precisa desabafar com alguém. Segurar para você só irá te machucar cada vez mais.

Ele termina de falar, e eu o olhei, respirando fundo e pensando em Tom. Sei que se conversasse com meus pais, eles iriam me afastar de Tom.

- Mas não é isso que me preocupa. Sim, que o Tom é estranho, guarda segredos, mas sinto que ele quer me falar mais não sabe. Ele quer que eu me lembre, mas eu não consigo. - falo, colocando a mão na cabeça, pensando.

- Às vezes, Zoe, o Tom passou por tanta coisa na vida que não sabe encontrar o caminho da solução. Ele foge disso para não machucar ninguém, sempre foi assim, e quando descobrimos, pode ser tarde demais.

Ele disse e me olhou sorrindo, me abraçou. Retribuo e logo me afasto, curiosa.

- O que você quis me dizer com isso? Como assim "no final foi tarde"?

- Eu ouvi meu irmão falando que o casal se separou e o menino morreu... então. - interrompo ele.

- Escutou. - sorri um pouco triste.

- Sim. - ele me olha nos olhos. - A resposta está onde você menos espera. - ele se levanta, me olhando. - Vamos, eu te deixo em casa. O Georg ainda pode estar aqui. - eu o olho e agradeço, vou o caminho todo pensando em respostas e onde poderia encontrar.

Entro em casa e encontro uma foto com uma faca, suja de sangue, na minha parede.

Olho para aquela foto e sinto alguém me olhando. Fico completamente assustada. Estou sozinha, ando de um lado para o outro pensando. Não posso ir à polícia, afinal, isso prejudicaria Tom. Coloco minhas mãos na cabeça, ando de um lado para o outro e lembro que minha mãe estava na cidade, mas não poderia vê-la assim. Estou com os braços ainda chorosos e minha cabeça, só coloquei um curativo. Eles surtariam.

Respiro fundo, ainda pensando, coloco a faca e a foto dentro da gaveta. Estou morrendo de medo. Decido ir para a casa da minha mãe e meu telefone começa a tocar. Levo um susto e vejo que era Mateus.

[....]

Ficamos quase uma hora em ligação. Parece que Tom pode ser liberado antes. Deram-me folga até quarta, mas ainda vou hoje. Quero algumas respostas, e depois vão examiná-lo melhor. Achei estranho, afinal, eu sou a médica dele.

Penso em cada palavra que troquei com Gustav, com Georg e com Mateus. Tomei uma decisão que imagino ser a correta, mas não sei se agradará essa pessoa. Estou no meu limite. Primeiro a mensagem e agora essa ameaça dentro da minha casa. Está me assustando e me desgastando. Cansei dos segredos, das pessoas ao meu redor escondendo coisas sobre mim. Tom diz para eu confiar tanto nele, mas nunca me responde nada. Se eu e Tom tivemos algo no passado, por que ele nunca me disse? Me tratou como desconhecida. Por que Tom insiste em me colocar em uma bolha, onde sei que será quase impossível escapar? E por que Georg me levou naquele lugar?

São tantos porquês que não consigo mais pensar direito. Estou confusa e apavorada. Respiro fundo e penso na conversa com minha mãe alguns dias atrás. Ela disse para eu não ir atrás, não tentar mais nada, não tentar saber nada. Ela fala que se eu esqueci, é porque era algo traumático. Mas como não vou tocar nesse assunto com ninguém? As pessoas falam que a resposta está perto de mim, mas não vejo essa resposta. Não acredito mais em ninguém. Kaulitz me enganou, me machucou. Colocaram uma faca com sangue e uma foto minha dentro da minha casa. Achei que poderia fazer Tom abrir comigo, nos aproximarmos mais, mas todas nossas conversas têm enigmas que não consigo resolver. Tom não quer ser salvo. Se ele quer esconder tudo de mim, que pode ter tremenda importância, então eu desisto. A primeira vez que desisto de alguém...

- Eu destoo do Tom. - falo em voz alta para mim mesma.

[...]

- Bom, você voltou, não é? - Kaulitz disse de costas para mim em um tom calmo, estranho, afinal, ele nunca é de ficar calmo. Não faz o estilo dele.

- Sim - disse simplesmente, estava séria, não queria muito assunto. Só iria pedir explicação antes de desistir. - Vamos começar. Temos que discutir sobre os assuntos pendentes. - Respirei fundo, olhando para ele.

Ele me olhou franzindo a testa, mas não disse nada. Como não tinha onde me sentar e não iria, sentei-me no chão, já que o quarto ainda não tinha cadeiras. Tom me olhou, sentou-se também, e em nenhum momento, desde que entrei na sala, olhei nos seus olhos. Percebi que ele estranhou, mas não disse nada. Ele mexeu na boca, emburrando o piercing, como sempre fazia.

- Tom Kaulitz, tenho percebido falta de confiança desde o primeiro dia que entrei aqui. De todas as pessoas, segredos e mentiras.

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora