capítulo 101

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Zoe Miller


-Por que diabos seu carro está cheio dessas facas ensanguentadas? Caramba! - Alterei meu tom de voz para igualar o dele.

-Para de gritar, Zoe Miller... - Ele travou o maxilar e me puxou para perto, cobrindo minha boca. Senti um calafrio ao ver o quão sério e furioso Kaulitz parecia; seus olhos transmitiam seu ódio, como se eu estivesse encarando o próprio demônio.

Soltei-me de suas mãos e dei alguns passos para trás, encontrando-me novamente cara a cara com o assassino de anos atrás.

-Você prometeu que não machucaria ninguém, jurou diante de mim e dos seus filhos. Agora você não é mais uma criança. Eu sei dos seus traumas, mas matar não é mais uma solução, Tom Kaulitz.

Virei o rosto para evitar encará-lo, mas antes disso, vi sua mão fechada.

-Eu não te machuquei, então não surte, droga... - Argumentou, fazendo-me rir e suspirar profundamente.

-Não tente mentir para mim, estávamos indo tão bem.

Ouvi quando ele respirou fundo para se controlar.

Vou te explicar tudo", acrescentou, aproximando-se de mim e me encarando; sua voz estava rouca. "Mas agora eu vou te levar para casa, as crianças estão cansadas." Tentou se aproximar, mas me afastei novamente. Ainda estava magoada. Como ele pôde...

Respirei nervosamente e me dirigi ao meu carro, entrando pela porta do banco do passageiro. Lancei um olhar para Tom e depois para as crianças, que ainda estavam paradas, me encarando. Vendo que eu os esperava, Tom entrou no carro e logo deu partida.

O trajeto até minha casa transcorreu em completo silêncio. Nenhum de nós parecia disposto a dizer uma palavra, enquanto as crianças dormiam serenamente. A confusão em minha mente era palpável. Por que diabos Kaulitz fez isso? Ele tinha me prometido que não machucaria ninguém, mas o fez.

Respirei profundamente e apoiei o braço firmemente na porta ao meu lado, contemplando a paisagem através da janela, observando os detalhes do cenário que se desdobrava diante de nós à medida que o carro avançava. Minha mente não estava presente naquele momento; estava perdida em pensamentos que remetiam a anos atrás, uma sensação familiar de desconexão e nostalgia.

- Zoe, precisamos ter uma conversa - disse Kaulitz, desviando brevemente seu olhar na minha direção antes de voltar sua atenção para a estrada. Ele segurava o volante com mãos trêmulas, sua mandíbula ainda tensionada, seus olhos quase semicerrados e as pupilas dilatadas, perdendo o brilho característico. Suas veias pulsavam visivelmente em seus braços, denotando uma tensão interna. - Eu não matei ninguém, apenas... precisei me desfazer de algumas coisas, incluindo facas e estiletes. Mas não vou deixar de me proteger, meu irmão... Bio estava cuidando das crianças o dia todo.

Olhei para ele com surpresa contida, mantendo minha expressão neutra.

- Então, pense o que quiser, mas não duvide de mim - concluiu ele com determinação.

(...)

Respirei profundamente e apoiei o braço na porta ao meu lado, olhando para a janela, o barão que se passava à medida que o carro corria - minha mente não estava aqui estava perdida, porra, estava me sentindo assim como há anos atrás.

- Eu estou exausta, mas ainda preciso fazer a comida das crianças - disse, me jogando na cama.

Ashtray cruzou os braços, sinal para que eu continuasse.

- A festa estava linda e tinha muitas pessoas. Eu até queria ter ficado mais tempo só que... Não deu - suspirei, vendo a criança franzir o cenho, e me olhar com ódio de sempre. Ashtray, tá com essa cara, chega até ser fofo.

- O que aconteceu? O tom de novo, né?

- Tom apareceu bem no momento em que Victor estava prestes a me beijar. Só que isso não é tudo. Ele tem namorado. Então a situação foi bem pior do que você possa imaginar - disse, vendo ele fazer cara de surpresa.

- Como o Tom reagiu? Ele não tentou matar ele, né? - Ele perguntou rindo.

- Melhor do que eu esperava - disse simplesmente. - Você sabia que ele e Mat se conheciam?

- Sim - encarei-a um pouco surpresa.

- Hum...

Claro, aqui está o texto corrigido e com mais detalhes, além do uso dos travessões:

- E você e o Tom? - perguntou, fazendo-me suspirar.

- Nem me lembre disso. - Passei a mão no cabelo ao me lembrar.

- Vocês brigaram de novo? Porra, vocês não cansam? - Exclamou indignada.

- Parece que só discutimos.

- Mas por quê?

- Eu achei facas e estiletes no banco de trás do carro dele, cheios de sangue e o cheiro estava insuportável.

- E você acha que ele matou mais alguém? - Assenti. - Zoe, você o deixou se explicar? - Dessa vez, neguei com a cabeça. - Zoe, não pode discutir com alguém sem saber as razões dele. - Ashtray respirou fundo, me encarou e depois revirou os olhos. - Amanhã você começa a trabalhar, o que é bom para ver se dispersa desses problemas. Mas uma hora ou outra você vai conversar direito com o Tom; afinal, vocês têm filhos.

Ao terminar de falar, Ashtray me encarou com um misto de expectativa e preocupação evidentes em seus olhos, aguardando uma resposta minha em meio ao silêncio carregado do ambiente.

- Tudo bem, eu acho que fui meio injusta com ele. Eu estava nervosa e descontei nele. Porém, o Tom também tem que entender que eu vi aquela cena de um jeito em que qualquer pessoa enxergaria. - Sim, Ash. Eu vou conversar com ele, mas não agora, nem amanhã. Deixa as coisas se acalmarem. Uma coisa que eu aprendi é que não se deve resolver as coisas sem pensar. - Suspirei, sentindo o peso das emoções acumuladas da noite. - Vou dormir agora, tudo bem?

Bill kaulitz.

Eu estava em cima de uma árvore, observando dentro do quarto aquela pequena menina dormindo profundamente, incapaz de acreditar que aquilo era real. Meu irmão não podia estar aqui; ele estava seguro no manicômio. Essa mulher estragou minha vida e tirou meu irmão de mim. Desde que éramos pequenos, sempre fomos unidos, eu e ele, até dentro do útero, e ela chegou e estragou tudo. Ela é igual a minha mãe.

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⏰ Última atualização: Jun 11 ⏰

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