capítulo 15

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Zoe Miller

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Zoe Miller.

Decidi entrar no local, logo percebendo que já fazia um bom tempo que ninguém vinha para lá. O chão estava rangendo, e havia buracos nas paredes que eu não duvidava serem a moradia de todos os tipos de roedores. Continuei vasculhando a casa, mas não encontrava absolutamente nada.

Quando estava prestes a desistir, um cômodo da casa me chamou a atenção. Era um quarto de tamanho médio. As coisas estavam todas no lugar, mas a maioria estava repleta de poeira. Andei até a janela e abri as cortinas. Ao ser preenchido pela luz, o quarto ficou com outra tonalidade, e pude analisá-lo melhor. Andei até a escrivaninha que o quarto continha, e pude avaliar que havia vários porta-retratos espalhados pelo mesmo.

Os porta-retratos tinham fotos de Tom e Bill quando crianças, sua mãe e sua avó. Eles pareciam felizes, mas deve ter acontecido alguma coisa para que essa união tenha chegado ao fim. Será que fizeram alguma coisa ao Kaulitz para que ele tenha se tornado um assassino? Será que foram os seus pais? Mas Simone parecia tão gentil quando eu conversei com ela.

Dúvidas e mais dúvidas entravam na minha cabeça, e eu decidi não pensar mais sobre isso. Deixei a foto no lugar e saí do quarto. Estava sentindo um mal pressentimento.

Saí imediatamente da casa e respirei profundamente. Eu sempre acho que algo irá acontecer. Fui até o meu carro, mas parei assim que vi algo escrito no muro da casa:

“Fique longe”

Franzi o cenho. Tenho certeza que não tinha sido escrito recentemente, pois as letras estavam quase desaparecendo por causa do estado do muro, que deve estar ali há muito tempo. O que aconteceu aqui? O que aconteceu com Tom para ele ter se tornado assim?

[...]

Eram 15h00min e eu havia acabado de estacionar meu carro em frente à minha casa, mas não entraria. Eu precisava achar mais informações. Então, voltei para o local que havia esbarrado com Simone, mas, para meu azar, ela não estava lá.

Cansada e decepcionada comigo mesma, decidi dar meia-volta para que pudesse voltar para casa, mas antes que o fizesse, alguém me puxou para trás, para uma passagem para o outro lado do bairro. Estava pronta para gritar, quando uma mão cobriu minha boca, apertando-me fortemente.

— Quieta, não grite — ordenou.

— Tom? — sussurrei, com a voz abafada pela sua mão.

— Só fica calada — ficamos assim por um tempo, até que eu me lembrei que não havia razão alguma para que ele tenha me puxado para junto dele.

Tirei sua mão da minha boca e me afastei dele.

— O que deu em você? Não tinha dito que iria voltar à Casa Westreet?

— Sim, eu já estava lá, mas...

— Mas o que? — perguntei confusa.

— Eu... — ele parou por um momento até que voltou a ser o ignorante. — Não é da sua conta. — empurrou-me levemente, rangendo os dentes.

— Ah, não pode parar agora. É da minha conta sim, e pode começar a se explicar, porque toda vez que peço alguma explicação, você se afasta e me deixa em um beco sem saída.

Disse firmemente. Ele não iria escapar. Não hoje.

- Por que você sempre tenta me afastar quando eu quero te ajudar? Já estou perdendo a paciência. Eu já não te mostrei que pode confiar em mim?

Tom não disse nada, apenas mexia em seu piercing e me encarava.

- Olha, se você... - Ele me interrompeu de repente.

- Eles virão atrás de você - ele disse, fazendo-me franzir o cenho.

- Eles quem? - Perguntei, rindo de mim mesma.

- Você não vai querer saber, e quando souber, irá implorar para não ter o conhecimento. - Ele disse e apenas deu de ombros.

- Tom, eu cansei de tanto mistério. Você querendo ou não, ainda sou sua psiquiatra, então me diga o que está acontecendo. - Exigi, mostrando o quanto eu queria a resposta, e o olhei nos olhos.

- Tenho muito do que te contar ainda, mas ainda não chegou o momento certo. Enquanto isso, pare de ser intrometida. - Ele passou a língua no piercing e se aproximou, fazendo-me dar um passo para trás. - Pare de tentar se afastar - ele disse, nervoso, e eu revirei os olhos.

- Tudo bem então. - Ele desviou o olhar do meu, olhando para o chão. - Você vai continuar a ser minha psiquiatra se eu voltar para a Casa Westreet?

- É lógico que vou. Ainda temos muito do que explicar um ao outro. - Terminei de falar, e ele ficou me olhando no fundo dos olhos. Nos aproximamos, estávamos tão perto. Pensei que ele iria me beijar, mas ele só fez um gesto com a cabeça, como que concordasse, colocou o capuz de seu casaco na cabeça e se foi sem dizer nada.

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora