Capítulo 4

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Zoe Miller

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Zoe Miller

Coloquei meu celular na mesinha ao lado da cama e me ajeitei. Peguei o caderno onde tinha anotado tudo o que precisava para estudar melhor Kaulitz. Bom, foram poucas coisas, mas já é algo.

"Tom não se abre comigo para poder esconder suas intenções. Tento persuadi-lo a qualquer custo, mas mesmo assim ele é sincero com o que fala, até demais. Responde as perguntas de um jeito vazio. Tem muitos segredos de seu passado e não quer revelá-los, mas sei que posso fazê-lo mudar de ideia. Talvez, convencê-lo, do meu jeito, de que se abrir é a melhor forma de poder ficar melhor. Mas vai ser difícil, pois ele é um assassino manipulador, de acordo com outros psiquiatras."

Suspirei. Isso foi tudo o que consegui, mas aposto que consigo mais coisas.

- Coisa inútil. Estava mal-humorada por ser acordada escandalosamente graças ao meu querido despertador. Percebi que não teria um bom dia, e hoje seria a segunda consulta com Kaulitz. Só de pensar nisso, meu desânimo já aumentava consideravelmente. Mas eu não queria decepcionar Matheus ou meus pais. E não queria decepcionar a mim mesma por ser incompetente.

[...]

Levantei-me lentamente de minha querida e amada cama e fui direto ao banheiro tomar um banho, para ver se eu despertava de uma vez. Fiquei embaixo do chuveiro pensando em Tom, tipo como alguém consegue ser assim. Saí do banheiro, depois de mais ou menos meia hora. Aquele banho me fez bem, como eu imaginava. Afinal, um bom banho era tudo o que eu precisava naquele momento.

Estava muito calor, mas não podia usar shorts, então peguei uma calça de alfaiataria, uma blusa branca simples e um tênis simples, meio velho, mas era o meu tênis favorito

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Estava muito calor, mas não podia usar shorts, então peguei uma calça de alfaiataria, uma blusa branca simples e um tênis simples, meio velho, mas era o meu tênis favorito.

Depois de me vestir devidamente, guardei as coisas que precisaria novamente na minha bolsa e, antes de pegar o celular, percebi que alguém me ligava. Olhei para o visor e vi que era a minha melhor amiga Emma.

– Alô?

– Oi, sumida! Percebi que você não responde minhas mensagens. Aconteceu alguma coisa que eu não estou sabendo?

– Bom dia para você também, Emma. – debochei, fazendo-a rir do outro lado da linha.

– Zoe Miller, eu não tenho tempo para isso. – disse, fazendo-me rir. – Agora me conte tudo.

– Ah, bom, tem acontecido algumas coisas sim. Lembra do Matheus, meu chefe?

– Lembro sim, aquele que vivia dando em cima de você, né? Então, o que tem ele?

– Então, ele me propôs um novo paciente, e com isso eu poderia subir de cargo.

– Já estou vendo onde isso vai parar. – disse, desconfiada, e eu soltei uma risada.

– E essa consulta é no manicômio Casa Westreet com aquele assassino que, quatro anos atrás, colocava medo em meio mundo.– eu disse rapidamente.

- O QUE?! VOCÊ TEM DEMENÇA, ZOE MILLER?! - a Emma gritou, obrigando-me a afastar o celular do meu ouvido por um momento.

- Sim, é isso mesmo que você ouviu. Já contei para meus pais. Eles também ficaram hesitantes no começo, mas eu disse a eles que sei me cuidar e, além disso, lido com esse tipo de gente todos os dias.

- Sim, Zoe, mas essa "gente" não vive no manicômio onde ficam OS PIORES ASSASSINOS DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E DA ALEMANHA! - Emma disse, gritando novamente, fazendo-me perder a paciência.

- Emma, eu já tive essa conversa com meus pais, tá legal? E eu vou ficar bem, tá? Estudei por seis anos e sei muito bem como cuidar.

- Ainda não me convenci, mas já que não vou fazer você mudar de ideia - suspirou do outro lado da linha - boa sorte com seu novo trabalho. Mas e enquanto a clínica?

- Vou ter que me afastar por um tempo. Com certeza terei que dar quase todo meu tempo a ele. - Soltei sem querer, "porra...", respirei fundo.

- Ele? PERA, E UM HOMEM? VOCÊ É DOIDA?

- Meu paciente, Emma.

— Ah. — ela pensou por um momento — Zoe, eu tenho que ir agora. Está quase na hora da minha entrevista de emprego.

— Eu também tenho que desligar. Olhei em meu relógio de pulso e vi que faltavam vinte minutos para a consulta.

— Tudo bem então. Deseje-me boa sorte.

— Boa sorte, amiga.— Desliguei a ligação, colocando o celular na bolsa, dirigindo-me rapidamente até a garagem.

[...]

— Bom dia, Tom. — disse assim que a porta do local foi fechada. Ele me encarou e logo desviou o olhar sem dizer nada. Aproximei-me, sentando em meu lugar e pegando minhas coisas, inclusive meu celular para gravar tudo. Ele apenas olhava cada movimento meu, e mexia em seu piercing.

— Tudo bem com você?— perguntei para pelo menos tentar começar de um jeito agradável.

Olhei para ele e vi que sorria falsamente, e olhava para o meu corpo. Aquele olhar parecia que penetrava minha alma.

— Você ainda me pergunta isso?— arqueou as sobrancelhas enquanto eu franzia as minhas, fazendo-o rir levemente. — Todos os meus dias são iguais, doutora. Então não importa se estou bem ou não.— Suspirei, percebendo que mais uma vez, ele estava sendo rude.

— Tom, eu só estou tentando melhorar o ambiente em que estamos. Temos que ter uma convivência amigável aqui dentro para que seu tratamento seja concluído da melhor forma possível. — disse, percebendo, logo em seguida, seu rosto ficar sério.

— Eu não sou nenhum monstro, Zoe. — parou por um momento e sorriu — Bom, talvez um pouco.— Endireitou-se na cadeira — Mas não ao ponto de ser tratado como um animal que precisa de um tratamento.

— Tom, deixe de ser egocêntrico e egoísta.— me alterei um pouco e respirei fundo, lembrando-me das indicações de Matheus, e uma delas era não enfrentá-lo, mas estava sendo difícil. — Tratamento para pessoas como você é totalmente diferente de um tratamento para animais, e você sabe disso. — Ele balançou a cabeça, afirmando, e tentei relaxar um pouco.

O silêncio predominou o lugar e eu já estava começando a ficar incomodada com aquela situação, mais uma vez, intimidada com seu olhar sobre mim. Então eu rapidamente peguei meu caderno e comecei a anotar alguns comportamentos, enquanto o Kaulitz me olhava, mexendo naquele maldito piercing.

— Você não sabe o que eu passo aqui. — Tom disse de repente, me dando um susto. Ele riu novamente antes de continuar — O que eu estava tentando dizer é que eles me tratam como um animal. Como você vê, uso essa camisa de força. Eu acho isso muito desnecessário. Eu já estou aqui. Se eu tentar matar alguém, minha situação só irá piorar.

— Tente ver pelo outro lado, Tom. — Ele continuou me encarando e mexendo no seu piercing com a língua. — Todos aqui sabemos que você é um assassino, e sabem da sua força e que você não tem medo de matar ninguém. E não é porque você acha isso desnecessário, que as outras pessoas também vão achar. Elas precisam se proteger de você.

Terminei de falar e ele me olhou, respirando fundo. Confesso que estava com dó de ele ter me falado aquilo. Ele era apenas um homem, que estava sendo tratado como um animal.

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora