capítulo 27

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Zoe Miller

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Zoe Miller

Depois de tudo que eu ouvi, parei de respirar quando escutei passos e fechei os olhos, esperando que esse homem me visse aqui. Mas, depois de um tempo, continuei a escutar passos se afastando para o lado contrário da porta de entrada e saindo.

Eu preciso ir para casa, preciso entender o que descobri aqui. Preciso olhar nos olhos do Tom e perguntar se tudo isso não é uma brincadeira de mal gosto. Preciso de respostas sobre nós dois e sobre a morte de Bill Kaulitz.

Espiei o mínimo espaço que abri da porta e vi que tudo estava em silêncio. Ele deve ter ido ao jardim do lado oposto do rio, e eu suspirei, aliviada por ter uma brecha para sair daqui. Mas claro, levanto a foto que encontrei no quarto, precisava dela para enfrentar o Kaulitz.

Ao sair da casa, percebi que estava chovendo fraco, mas o céu estava escuro, provavelmente iria chover feio. Apressei o passo, indo até o meu carro e entrando no mesmo. Olhando em todas as minhas coisas, estava no mesmo lugar, e respirei fundo e aliviada, relaxei meu corpo no banco do motorista antes de tomar qualquer decisão. Quero primeiramente saber por que estou tendo essas lembranças de algo que deve ter acontecido, mas que não parece ser minha. Tom estava nelas, e eu tinha uma foto com a família dele. Pensei mais um pouco e tomei uma decisão.

[...]

Cheguei no manicômio, e a chuva começou a cair com violência. Os trovões eram fortes e me faziam tremer. Respirei fundo, tentando não me importar. Não tinha guardado chuva, então tive que dar um jeito. Joguei uma blusa em cima de mim e corri tentando não me molhar, mas não resolveu em nada. Cheguei dentro da sala e percebi pessoas me olhando estranho. Afinal, eu estava completamente molhada com uma roupa nada profissional. Apenas ignorei e fui até o secretário.

- Meu Deus, o que aconteceu com você, doutora Zoe? Está toda molhada.

- Vamos falar que tive complicações ao conseguir chegar até aqui.

- Então deve ser importante. Do que você precisa então? - perguntou interrogativa enquanto me encarava.

- Posso ir até o Kaulitz? - o secretário me olhou surpreso.

- Mas logo os portões se fecharão, e você não irá conseguir sair daqui.

- Por favor, eu necessito de apenas meia hora. Eu preciso falar com ele, e tem de ser hoje - falei implorando, afinal eu necessitava de respostas.

O homem na minha frente me olhou pensando se deveria me deixar vê-lo, mas no final acabou cedendo. Corri um pouco atrapalhada por estar completamente molhada, mais do que molhada, estava encharcada, e isso atrapalhava. Cheguei no quarto, e assim que vi os brutamontes dormindo e não vigiando o Tom...

- Poderia abrir a porta para mim? - falei, e ele se assustou e me olhou. - Eu vim fazer uma consulta de meia hora com ele! - apontei com a cabeça em direção à porta.

Todos me olharam e depois olharam um para o outro, mas não me impediram de entrar, o velho abrindo a porta para mim, e logo entro e eles trancam a porta.

O quarto estava escuro; talvez o Tom estava dormindo e deixasse as luzes apagadas nesse horário. Talvez já esteja costumado a dormir nessas horas. Pronta para dar mais um passo, fui jogada e presa em uma parede me fazendo gritar de susto. Alguém acendeu a luz, e eu vi Tom me colocando contra a parede e me machucando. Ele estava com seu maxilar travado e me olhava com um olhar completamente assassino. Aquele não era o homem que eu vi na minha lembrança.

- Porra, Zoe Miller! Eu podia ter te machucado neste momento. Você é maluca ou você quer morrer? - Exclamou, mas não saiu de perto de mim. - Sabe que horas são? - Me analisou e arregalou os olhos. - Por que está toda molhada?

- Calma aí! - Me afastei minimamente. - Primeiro, sim, eu sei que horas são! Mas vim aqui justamente para resolvermos assuntos importantes. - Ele se afastou mais, e eu continuei pensando. - E por que estou molhada? Peguei chuva ao vir para cá.

- Não podia esperar até amanhã? - Ele disse me encarando.

- Não! - Exclamei desesperada, e o Kaulitz sentou rindo de mim.

- Então fale logo, porque eu tenho que dormir, e você tem que ir para casa. Logo os portões vão se fechar, e você vai ficar presa aqui comigo. E acredite, não vai querer isso. Ninguém gosta de dormir com o capeta.

Engoli seco, prestes a ter minhas respostas, escutei um trovão e me encolhi, logo falando:

- Por que você não me contou? Isso é uma parte da minha vida, e você não tem direito de esconder nada de mim. - Tom me olhou sério, parecendo confuso.

- Não te contei o que, Zoe? Você tá usando alguma droga? - Ele disse rindo e me deixando completamente irritada.

- Que nós nos conhecíamos antes de eu me tornar sua psiquiatra, que o verdadeiro Bill está morto - disse, me aproximando dele e vi quando ele engoliu em seco e desviou o olhar dos meus olhos para o outro quarto. - Eu lembrei, Tom. Eu lembrei das coisas que vivemos, eu te vi. Mas tudo o que se passou na minha cabeça é estranho! Eu ouvi alguém falando que o Bill estava morto, e é estranho para mim agora porque não lembrava de nada disso. Eu não me lembro de ter te conhecido, você nem ele. Quero saber a verdade, o que aconteceu agora, porque quando eu estava lá, um homem apareceu, falando que eu não podia te ajudar a sair de lá, e porque você tem que se vingar...

- Ele te viu? - Ele me interrompeu, me olhando nervoso.

- Não. - Disse suspirando, sentindo calafrios em todo o meu corpo, porque ainda estava molhada e já estava sentindo frio. - Eu me escondi e escutei ele falar com a sua mãe, a conversa deles incluía a mim e o Bill, e nós dois também. - Falei o olhando enquanto ele olhava para mim também. - E lá no quarto vi essa foto. - Peguei em meu bolso e entrei em sua direção; ele olhou e depois voltou a me olhar. - Esses são eu, você, Georg, Simone e Bill, não são? Esse de cabelo todo para cima é o verdadeiro Bill Kaulitz, não é, Tom?

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora