capítulo 12

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Zoe Miller

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Zoe Miller

- O que? Passar o fim de semana aqui? Mas Emma, você não disse que iria para a Alemanha.

- É, Zoe, mas acontece que meu voo atrasou e eu vou aproveitar para te visitar.

- Tudo bem - suspirei - Quando você chega?

- Amanhã à noite eu já devo estar aí. Tenho que arrumar minha mala, pois da sua casa eu já vou para o aeroporto. Vou passar somente dois dias aí, tudo bem para você?

- Sim, então nos vemos amanhã.

- Beijos, até amanhã.

Encerrei a ligação e respirei fundo. Pelos menos terei um tempo com minha amiga para esquecer todos os meus problemas. Ainda não desisti de fazer o Tom mudar de ideia, ainda deixo comida para ele e sei que ele sempre pega. Mas enquanto isso não acontecia, me distrair era o que eu faria. Precisava parar de pensar nele. O jeito que me prensou na parede sem me machucar. Seus lábios convidativos, perto dos meus.

- ZOE, para! Não pense nisso, VOCÊ É LOUCA!

Despertei de meus pensamentos e fui ao banheiro me despir. Eu precisava urgentemente de um banho para me recarregar, senão iria explodir de tanto pensar. Ao fazer tudo que queria, já estava pronta para dormir. Eu ainda não acreditava no quão ousada eu estava sendo por me envolver com um psicopata que, para mim, não era tão ruim quanto tentava parecer. Eu tinha medo dele, não podia negar. Mas eu não queria me afastar. Precisava dar um jeito nisso. Não sei o que estava acontecendo comigo e queria esclarecer o quanto antes.

Deitei e fechei os olhos tentando me distrair. Mas, no final das contas, minha mente só conseguia imaginar meu paciente, mexendo naquele maldito piercing velo à tona. Mas me esforcei o possível para dormir.

 Mas me esforcei o possível para dormir

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[...]

Ao acordar no dia seguinte, uma vontade imensa de sair e ir a algum lugar me despertou. Estava animada demais. Acho que dormir depois do dia anterior me fez bem. Emma viria hoje e iria embora depois de amanhã, passando aproximadamente dois dias aqui. Eu queria aproveitar esse tempo com a minha melhor amiga e esquecer do Tom. Ah, aliás, eu não queria pensar nele nesses dias.

Levantei da cama e fui diretamente ao guarda-roupa me trocar, colocando uma roupa apropriada para sair. Compraria algumas coisas: salgadinhos, coca-cola, doces, pipoca, pizzas, miojo e alguns filmes de terror e suspense para que eu e Emma pudéssemos assistir no final do dia.

Sai de casa depois de pronta e fui diretamente para o meu carro, entrando no mesmo e logo em seguida fui aos lugares em que precisava. Já com tudo comprado, decidi dar uma volta pelo bairro onde estava. Então estacionei numa rua segura e tranquei o mesmo.

Passear pelo lugar me fez lembrar da época em que era criança. Tive uma infância normal como todas as pessoas, mas com uma coisa exclusiva minha: sempre ajudei ou tentei ajudar todos com seus problemas, sejam eles pessoas ou até mais complicados, como o trabalho. Ri, lembrando-me do dia em que vi um casal brigando e entrei no meio da conversa tentando resolver a discussão. Ambos não me deram atenção naquele momento, afinal, o que uma criança pode fazer? Mas acabou que, com o passar do tempo, fui crescendo e aprimorando meus conceitos. Como nunca desisti, hoje, graças aos meus esforços, tornei-me uma psiquiatra que, neste momento, não consegue ajudar completamente um homem que, sem minha permissão, mexe com a minha cabeça.

Despertei dos meus pensamentos ao escutar alguém me chamar.

- Senhorita? - Uma mulher havia me parado, erguendo em minha direção um folheto.

Virei-me para ela e arregalei os olhos. Eu conhecia aquela mulher. Me esforcei um pouco e lembrei: era... Simone, mãe do Tom.

- P-pois não? - Fraquejei a voz, mas parece que ela não percebeu, pois continuava, com a mão erguida em minha direção.

Meu noivo e eu abrimos esses dias uma loja de música no centro e gostaríamos muito que você fosse dar uma olhada. - Sorriu gentilmente.

Com a mão trêmula, peguei o papel e olhei. Estava escrito "Música Kaulitz".

- Noivo?...e seu filho Bill Kaulitz? - Falei, vendo que o homem que estava no papel era o mesmo que internou o Tom.

- Sim, querida. Você o conhece? - Simone me perguntou dessa vez com o semblante, talvez, preocupado. E eu neguei rapidamente.

- Não, quer dizer, eu só ouvi falar do nome, mas... - Pronto, Zoe, você já fez a merda, agora resolva. - Eu tenho que ir, tchau. - E praticamente saí correndo.

Parabéns, agora olha o que você fez. Eu devia ter ficado mais tempo lá e não ter corrido desesperadamente dali. Talvez tentasse arrancar alguma coisa dela, uma informação sobre o passado de Kaulitz ou algo do tipo, e o porquê ela falou noivo sendo que aquele era o mesmo que tinha visto na ficha de internação do Tom. Mas, pensando bem, talvez não fosse uma boa ideia. Seria estranho, uma pessoa que ela nunca viu, sair fazendo muitas perguntas a ela. Sim, com certeza seria estranho.

- El, menina. - Assustei-me ao vê-la na minha frente, com a respiração descompassada. Ela me seguiu? - Por que saiu correndo? Está tudo bem?

- Ah-h, sim, está tudo bem, por que?

- Olha, eu só quero dizer que se você está assim por saber o que aconteceu comigo, meu marido e filho, eu...

- Filho? Você fala do Tom? - Interrompi, perguntando-a.

- S-sim... Tom. - Ela sussurrou, abaixando os olhos. Depois de um tempo, voltou a me encarar. - Então você o conhece, não é? Nunca soube por que ele tentou fazer aquilo. A única solução que Bill - ela gaguejou ao falar o nome do filho dela, parecia que estava mentindo - encontrou foi a de internação na Casa Westreet. - Riu sem humor.

Reprimi a vontade de perguntar o que foi que aconteceu e de dizer que eu era a psiquiatra de seu filho.

- Meu nome é Zoe. - Sorri.

the murderer and the psychiatristOnde histórias criam vida. Descubra agora